quinta-feira, abril 23, 2020

CAI CAI...

         Não  é  para  completar  com  TANAJURA.  O  tempo  não  é  de.
CAI  CAI  velha  casa.  Estás  nas  correias.  Não  suportarás  mais  a  crueldade  dos  tempos.
O  descuido,  a  má  vontade,  a  falta  de  consciência  do  valor  do  patrimônio  histórico  de  seus  proprietários  proporcionaram  esta  condição.  Abandonada  há  muitos  anos,  sem  praticamente  nenhum  trabalho  de  recuperação,  reforço  nas  estruturas  e  no  chapéu  -  telhado, que  protege  a  velha  casa  do  sol  do  dia,  da  chuvas  das  noites  e  dos  dias,  e  do  inimigo  número  1  da  madeira -  o  cupim, a  velha  construção  de  tanto  pedir  socorro,  está  somente  esperando  a  sua  hora.  a  hora  que  ninguém  vivo  quer:  a  ruina  completa,  a  morte  certa.
Dizem  que  os  herdeiros,  desinteressadamente,  querem  um  MILHARAL  INTEIRO  pela  velha  casa  que,  diga - se  de  passagem,  merece  um  pouco  mais  do   que  "a  gata  enterra"; ou  seja:  não  vale  o  que  pedem. 
         PATRIMÔNIO  CULTURAL. TOMBAMENTO.  Bem  que  a  Prefeitura  de   Ubajara  poderia  se  utilizar  do  que estabelece  a  Lei  Municipal  1.146/2016,  a  qual  trata  sobre  a  preservação  e  proteção  do  PATRIMÔNIO  HISTÓRICO  E  CULTURAL  da  Cidade  e   do  Município  como  um  todo.  Mas  não  adianta  falar  em  tombamento  pois  o  Ubajara  Clube,  que  não  pertence  a  ninguem  - pertencia  à  agremiação  LIONS  CLUBE,  nunca  foi  tombado.  Se  descuidar  muito,  logo  mais  alguém  fará  morada  no  local  e  FICA  POR  ISTO  MESMO!!!



 Atrás  desta  janela  -  vitrô,  havia  uma  estante  atupetada  de  livros.

          Bem.  Já  é  sabida  a  localização  desta  residencia  e  a  quem  ela  pertencia,  certo?  Pois  é.  Ela  pertencia  ao  cidadão  Pedro  Ferreira  de  Assis,  que há  tempos  faleceu.  Hoje  ela  está  à  disposição  de  seus  herdeiros,  os  quais,  na  sua  maioria,  moram  na  capital  cearense  e  não  tem  nenhuma  preocupação  pela  mesma.  Ela  está  localizada  no  centro  velho  da  Cidade.  E,  na  situação  em  que  está,  mesmo  sem  moradores,  impõe  condição  de  riscos  para  transeuntes,  pois  vai  que  cai  uma  parede  sobre  um  indivíduo  qualquer,  causando -lhe  morte  ou  risco  de???  E  aí  os  proprietários  seriam  acionados  na  justiça  e  tudo  mais  de  complicação.  Deixa  pra  lá!
          Mas  abordo  agora  outra  situação.  Era  sabido  por  alguns  que  o  local  guardava  o  acervo  do  velho  estudioso  Pedro  Ferreira  de  Assis.  Muitos  livros  estavam  lá,  largados  -  e  pelados,  digo,  desprotegidos,  naquela  velha  casa.  Isso  demonstra  o  tanto  de  importância  histórica  que  os  descendentes  davam  ao  acervo,  certo?  Pois  então.  No  dia  seguinte  à  ruina  da  parede  frontal,  passando  em  frente,  vi  aquele  espetáculo.  Sabe  quando  a  gente  encontra,  na  beira  da  estrada,  uma  fruta  saborosa, madura??  Surgiu - me  imediata  vontade  de  saltar  por  sobre  os  restos  dos  tijolos  e  telhas  e  madeira  velha,  e  pegar  ou  pelo  menos  folhear  aquelas  guloseimas,  mas  não  o  fiz.  Dali,  sai  em  busca  de  solicitar  ação  do  secretário  de  cultura  do  Município.  O  secretário  me  atendeu  na  sua  porta.  Estava  frio.  Falei  da  calçada,  sugerindo  que  a  Prefeitura  abarcasse  o  acervo,  destinando  sala  em  algum  local  para  abrigar  os  livros  de  Pedro  Ferreira  de  Assis  que,  apesar  de  ser  natural  de  Ibiapina,  fez  opção  de  morar  em  Ubajara,  desde,  ( acho )  a  década  de  40.  O secretário  se  posicionou  a  favor  de  que  a  Prefeitura  se  oferecesse  para  guardar  o  acervo.  Mas  pelo  que  soube  depois,  os  herdeiros  não  concordaram.  Pelo  menos  deveriam  ter  dado  a  condição  de  que  alguém  fizesse  um  mapeamento  de  todo  acervo,  cadastrando  todos  os  livros.  
         Pena  que  o  bom  senso  e  a  cultura  não  estão  presentes  em  todas  as  pessoas.  Pena,  muita  pena,  pois  descuido  faz  perdermos  o  bonde  da  história.  Noutra  margem  da  mesma  história  Seu  Hemetério  correu, juntou  documentos  e  papéis  e  anotações  e  livros,  os  quais  os  herdeiros  destruiram,  pelo  que  tomei  conhecimento.  Ainda  pedi  a  um  contemporâneo -  que  somente  pensa  em  dinheiro,  a  oportunidade  de  ver  e,  pelo  menos,  fotografar  o  acervo  de  Hemetério  Pereira.  Desculpou.  Disse  que  estava  adquirindo  umas  prateleiras,  que  alguem  estaria  vindo  montar...  morreu  o  assunto.  E  a  história  que  dali  poderia  sair,  mesmo  caso  deste  acervo  de  Pedro  Ferreira  de  Assis,  ficará  não  contada. 

CUIDA,  nestes  TEMPOS  em  que  manda  o  VIRUS   CHINÊS!!!!!  Uma  perfeita  ARMA  DE  TRÓIA!!!!!

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