CAI CAI velha casa. Estás nas correias. Não suportarás mais a crueldade dos tempos.
O descuido, a má vontade, a falta de consciência do valor do patrimônio histórico de seus proprietários proporcionaram esta condição. Abandonada há muitos anos, sem praticamente nenhum trabalho de recuperação, reforço nas estruturas e no chapéu - telhado, que protege a velha casa do sol do dia, da chuvas das noites e dos dias, e do inimigo número 1 da madeira - o cupim, a velha construção de tanto pedir socorro, está somente esperando a sua hora. a hora que ninguém vivo quer: a ruina completa, a morte certa.
Dizem que os herdeiros, desinteressadamente, querem um MILHARAL INTEIRO pela velha casa que, diga - se de passagem, merece um pouco mais do que "a gata enterra"; ou seja: não vale o que pedem.
PATRIMÔNIO CULTURAL. TOMBAMENTO. Bem que a Prefeitura de Ubajara poderia se utilizar do que estabelece a Lei Municipal 1.146/2016, a qual trata sobre a preservação e proteção do PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL da Cidade e do Município como um todo. Mas não adianta falar em tombamento pois o Ubajara Clube, que não pertence a ninguem - pertencia à agremiação LIONS CLUBE, nunca foi tombado. Se descuidar muito, logo mais alguém fará morada no local e FICA POR ISTO MESMO!!!
Atrás desta janela - vitrô, havia uma estante atupetada de livros.
Bem. Já é sabida a localização desta residencia e a quem ela pertencia, certo? Pois é. Ela pertencia ao cidadão Pedro Ferreira de Assis, que há tempos faleceu. Hoje ela está à disposição de seus herdeiros, os quais, na sua maioria, moram na capital cearense e não tem nenhuma preocupação pela mesma. Ela está localizada no centro velho da Cidade. E, na situação em que está, mesmo sem moradores, impõe condição de riscos para transeuntes, pois vai que cai uma parede sobre um indivíduo qualquer, causando -lhe morte ou risco de??? E aí os proprietários seriam acionados na justiça e tudo mais de complicação. Deixa pra lá!
Mas abordo agora outra situação. Era sabido por alguns que o local guardava o acervo do velho estudioso Pedro Ferreira de Assis. Muitos livros estavam lá, largados - e pelados, digo, desprotegidos, naquela velha casa. Isso demonstra o tanto de importância histórica que os descendentes davam ao acervo, certo? Pois então. No dia seguinte à ruina da parede frontal, passando em frente, vi aquele espetáculo. Sabe quando a gente encontra, na beira da estrada, uma fruta saborosa, madura?? Surgiu - me imediata vontade de saltar por sobre os restos dos tijolos e telhas e madeira velha, e pegar ou pelo menos folhear aquelas guloseimas, mas não o fiz. Dali, sai em busca de solicitar ação do secretário de cultura do Município. O secretário me atendeu na sua porta. Estava frio. Falei da calçada, sugerindo que a Prefeitura abarcasse o acervo, destinando sala em algum local para abrigar os livros de Pedro Ferreira de Assis que, apesar de ser natural de Ibiapina, fez opção de morar em Ubajara, desde, ( acho ) a década de 40. O secretário se posicionou a favor de que a Prefeitura se oferecesse para guardar o acervo. Mas pelo que soube depois, os herdeiros não concordaram. Pelo menos deveriam ter dado a condição de que alguém fizesse um mapeamento de todo acervo, cadastrando todos os livros.
Pena que o bom senso e a cultura não estão presentes em todas as pessoas. Pena, muita pena, pois descuido faz perdermos o bonde da história. Noutra margem da mesma história Seu Hemetério correu, juntou documentos e papéis e anotações e livros, os quais os herdeiros destruiram, pelo que tomei conhecimento. Ainda pedi a um contemporâneo - que somente pensa em dinheiro, a oportunidade de ver e, pelo menos, fotografar o acervo de Hemetério Pereira. Desculpou. Disse que estava adquirindo umas prateleiras, que alguem estaria vindo montar... morreu o assunto. E a história que dali poderia sair, mesmo caso deste acervo de Pedro Ferreira de Assis, ficará não contada.
CUIDA, nestes TEMPOS em que manda o VIRUS CHINÊS!!!!! Uma perfeita ARMA DE TRÓIA!!!!!
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