Foi a que mais me chamou a atenção. Está bem elaborada e traz muitas informações interessantes sobre o autor ubajarense. Interessante também é o que fala Mariza Guerra Andrade, em matéria do Diário do Nordeste de 8/07/2013: " Raimundo Magalhães Júnior, desconhecido até pelos seus conterrâneos". A declaração é verdadeira.
Raimundo Magalhães Júnior
Biografia
Quinto ocupante da Cadeira 34, eleito em 9 de
agosto de 1956 na sucessão de D. Aquino Correia e recebido pelo Acadêmico
Viriato Correia em 6 de novembro de 1956. Recebeu os Acadêmicos Dinah Siveira
de Queiroz e Jorge Amado.
Raimundo Magalhães Júnior, jornalista, biógrafo e
teatrólogo, nasceu em Ubajara, CE, em 12 de fevereiro de 1907, e faleceu no Rio
de Janeiro, RJ, em 12 de dezembro de 1981.
Filho do jornalista Raimundo Magalhães, autor do
Vocabulário popular, publicado em 1911. Fez seus estudos na cidade natal e em
Campos, para onde se transferiu aos 17 anos. Lá fez os estudos de humanidades e
se iniciou no jornalismo, na Folha do Comércio, de que era o redator-chefe ao
se transferir para o Rio em 1930. Desde 1927 escrevia peças de teatro e contos.
Em 1934 a Editora Record lançou Impróprio para menores, seu primeiro livro de
contos.
Na imprensa do Rio, foi secretário de A Noite
Ilustrada, fez parte do grupo fundador do Diário de Notícias, diretor das
revistas Carioca, Vamos Ler e Revista da Semana e redator de A Noite desde
1930.
Como correspondente no estrangeiro, foi mandado
pelo jornal A Noite ao Paraguai durante a Guerra do Chaco, tendo escrito
reportagens que foram simultaneamente transcritas em jornais de Assunção
(Paraguai) e La Paz (Bolívia). Em missão jornalística passou três anos nos
Estados Unidos. Foi assistente especial do escritório do Coordenador de
Assuntos Interamericanos, que era então Nelson Rockefeller, posto em que
permaneceu de 1942 a 1944. Colaborou no The New York
Times, Pan-American Magazine, American Mercury e Theatre Arts. De volta ao Brasil, participou da
redação da revista Brazilian-American, que então se publicava em inglês no Rio
de Janeiro.
Na política, assinou Manifesto da Esquerda Democrática,
que se converteu, em seguida, no Partido Socialista Brasileiro, pelo qual, em
1949, foi eleito vereador à Câmara do Distrito Federal, sendo reeleito em 1954.
VEREADOR DO
DISTRITO FEDERAL
Elege-se vereador do Distrito Federal
pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) e exerce dois mandatos: 1951-1955 e
1955-1959. É indicado sete vezes para a presidência da Sociedade Brasileira de
Autores Teatrais (Sbat), a primeira delas para o biênio 1948-1949.
É eleito para a Academia Brasileira de
Letras (ABL), em 9 de agosto de 1956. Durante muitos anos exerce a função de
redator-chefe da revista Manchete.
Na Rádio Nacional, escreve radionovelas e cria o programa Acredite se Quiser, que
apresenta, entre outras histórias, casos de aparição de fantasmas. Participa do
processo de implantação da televisão no início dos anos 1950, e é um dos
diretores da TV Tupi.
Como autor teatral, escreveu mais de três dezenas
de revistas, comédias e peças dramáticas, entre as quais sobressaem Carlota
Joaquina, O imperador galante, Vila Rica, Canção dentro do pão e Essa mulher é
minha. Foi membro do Conselho Deliberativo da Sociedade Brasileira de Autores
Teatrais e seu diretor desde 1959 até o seu falecimento.
Foi também conselheiro do Serviço de Defesa do
Direito Autoral. Participou dos Congressos Internacionais de Direito Autoral de
1952, em Amsterdã, e de 1969, em Viena. Foi um dos fundadores e o primeiro
presidente da Associação Brasileira de Tradutores.
Era um incansável pesquisador, e do seu trabalho de
pesquisa resultaram várias biografias, antologias, dicionários, ensaios e,
sobretudo, os volumes da obra esparsa de Machado de Assis: Contos sem data,
Contos sem data, Contos esparsos, Contos avulsos, Contos e crônicas, Contos de
Lélio e Diálogos e reflexões de um relojoeiro. Machadiano perspicaz, procurou
determinar uma série de revelações sobre o autor de Dom Casmurro.
Como poeta, aparece na Antologia dos poetas
bissextos contemporâneos, de Manuel Bandeira. Algumas de suas traduções de
poetas franceses são reproduzidas na Antologia da poesia universal organizada
por Sérgio Milliet. Como contista, teve trabalhos incluídos nas seguintes
antologias: Contos do Brasil, de D. Lee Hamilton e Ned Fahs (EUA); Antologia do
Carnaval, de Wilson Lousada; História de crimes e criminosos, de Edgard
Cavalheiro e Raimundo de Menezes; Contos e novelas, de Graciliano Ramos;
Brazilian Short Stories, de William Grossman.
Obteve vários prêmios literários, entre os quais o
Prêmio do Serviço Nacional do Teatro, em 1940; o Prêmio Brasília de Literatura,
da Fundação Cultural do Distrito Federal (1972); o Prêmio Juca Pato, como o
"Intelectual do Ano", da União Brasileira de Escritores (1974). Antes
de seu ingresso na Academia, obtivera os Prêmios Artur Azevedo (teatro), em
1945; José Veríssimo (ensaio e crítica); Carlos de Laet (crônica), em 1945;
Prêmio Sílvio Romero (ensaio), em 1953.
Era membro efetivo do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro e sócio correspondente dos Institutos Históricos e
Geográficos de São Paulo e do Ceará
FONTE:Academia Brasileira de Letras
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