sexta-feira, setembro 02, 2016

O MARTIR DA IBIAPABA PAI PINA







A iconografia do missionário jesuíta Padre Francisco Pinto foi doada à Matriz de Messejana pelo Conselho Histórico da Bahia, entidade que guarda a memória dos Jesuitas no Brasil
O sacerdote, durante evangelização no século XVII, fundou Paupina, aldeia que deu origem ao surgimento do bairro.
Os moradores católicos de Messejana viveram, domingo ultimo, um dia especial, sobretudo sob o ponto de vista da renovação da fé e da rememoração dos fatos históricos que deram origem ao bairro, considerado um dos mais populosos de Fortaleza.     Além da imagem de Francisco Pinto,  a Igreja de Messejana foi contemplada com manuscritos do jesuíta e do padre que o auxiliou em sua missão evangelizadora no Ceará, padre Luís Figueira.
A data marcou a chegada à Igreja Nossa Senhora da Conceição, matriz do bairro, da réplica de uma pintura com a imagem de época do padre jesuíta Francisco Pinto, que no século XVII, em seu trabalho evangelizador, fundou Paupina, a aldeia que deu origem ao surgimento de Messejana.   Numa iniciativa do historiador Adauto Leitão, a relíquia foi trazida pelo jesuíta Geraldo Coelho de Almeida, diretor do Conselho Histórico da Bahia (Cohiba), entidade secular que guarda o legado dos jesuítas no Brasil. Segundo Adauto, a pintura original se encontra na sacristia da Catedral de Salvador, ao lado de 21 jesuítas exponenciais para a história do Brasil, como o padre Anchieta, Antônio Vieira, José Nóbrega e Serafim Leite.    Além da foto da pintura de Francisco Pinto,  a Igreja de Messejana recebeu também manuscritos do jesuíta e do padre que o auxiliou em sua missão evangelizadora no Ceará, padre Luís Figueira. Já os manuscritos originais se encontram em Roma, explicou Adauto Leitão, adiantando que as relíquias são valiosas, pois são fontes de pesquisas e porque só puderam ser transportadas para o Ceará com autorizações eclesiais.
As iconografias (ou reproduções) foram entregues à paróquia em missa concelebrada na igreja matriz, às 19 horas, pelo vigário Litércio Pimentel e pelo padre jesuíta Geraldo Coelho de Almeida. A celebração eucarística marcou, ainda, o Dia das Missões, que é comemorado no terceiro domingo de outubro.
Na homilia, o vigário Litércio Pimentel falou da importância de Francisco Pinto para toda a comunidade do bairro. Também lembrou que as relíquias ajudam a renovar a fé dos fiéis. “Num mundo tão secularizado e descrente, todos nós ficamos emocionados e felizes ao receber essa reprodução da imagem e dos documentos manuscritos”, disse o religioso.
O padre Francisco Pinto nasceu nos Açores, arquipélago português, em 1552, e faleceu em outubro de 1607, na Chapada da Ibiapaba. Segundo Adauto Leitão, ele foi o primeiro jesuíta evangelizador do Ceará.
Pintura
Foi ressaltada, mais uma vez, a importância para a comunidade da realização dos trabalhos de restauro da pintura da igreja matriz, que contou com o apoio da Hipercor. O vigário Litércio Pimentel citou que, na época da realização dos trabalhos, há dois meses, foi recuperada a cor verde originária do templo. Já na parte externa foi mantida as cores litúrgicas.
Iconografia do Padre Pinto em Messejana
A iconografia do missionário jesuíta Padre Francisco Pinto doada à Matriz de Messejana pelo Conselho Histórico da Bahia, entidade que guarda a memória dos jesuítas no Brasil, e no caso, o atual diretor Padre Geraldo Coelho de Almeida-SJ traz em mãos a imagem secular, além de alguns documentos sobre a passagem da pioneira missão jesuítica no Ceará. A entrega acontece neste domingo 20 de Outubro, considerado liturgicamente o Dia das Missões; e será celebrado às 19 horas na Matriz de Messejana. Não por acaso, durante a missão do Padre Pinto foi fundada a antiga Aldeia Paupina, hoje o bairro de Messejana. Da primitiva ermida na aldeia, onde foi enterrado o Padre Pinto, o local que expandiu a evangelização católica é a atual Matriz de Nossa Senhora da Conceição de Messejana.     O acervo a ser doado é considerável à nível de historicidade do período colonial, pois representa a possibilidade de visualizar in loco a imagem do pioneiro missionário no Ceará do século XVII. Além de possibilitar um maior  conhecimento sobre a fundação da Aldeia Paupina pelos índios Potiguares e as relações com a missão jesuítica. O termo “Paupina” vem da composição em língua tupi de “Pai-Pina”, o que vem a ser o modo particular como os nativos chamava o Padre Pinto. Em 2013, comemora-se 406 anos de fundação do aldeamento (8 de março de 1607).   A veneração do Padre Pinto foi algo marcante pelos  (para  os) nativos. Não obstante o martírio sofrido na serra da Ibiapaba (11 de janeiro de 1608). O seu corpo retornou a Aldeia Paupina onde foi sepultado definitivamente, recebendo os cuidados dos potiguares que jamais permitiram a saída de seus despojos do lugar que consideravam sagrado. Inúteis foram as tentativas de trasladar ao menos uma parte do corpo, consideradas uma relíquias, que seria levado ao Colégio Jesuítico de Salvador, sede da Província.  A vinda do Padre Geraldo Almeida para o ato em Messejana representa uma especial deferência a figura missionária do Padre Pinto que compõem um quadro seleto de outros expoentes históricos da Companhia de Jesus no Brasil, a exemplo do Padre Anchieta, Padre José da Nobrega, Padre Antônio Vieira e o Padre Luiz Figueira, que foi seu colega da missão do Ceará. A galeria que retrata os personagens marcantes da história jesuítica está exposta na Catedral de Salvador. 
Fortaleza recebe uma imagem que suscita uma reflexão sobre o legado dos jesuítas para a sua construção histórica. A referencia resgatada é uma memória que dignifica a capital e faz saber que possui mais de quatro séculos; qualificando-a como uma das mais importantes do Brasil. Neste mosaico que compõem a riqueza desta metrópole, Messejana é parte significativa!

( O  blogger  fica  devendo  a  reprodução  iconográfica.  Em  outro  momento  será  apresentada. )

fonte:  Diário do Nordeste

 

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