Orfeu e Euridice
DE RARA BELEZA!!!!
UBAJARA ANOS 80
Em julho
de 1982, quando
da realização do X Congresso
de Jornalistas do
Interior, em Maranguape,
a cidade de Ubajara foi
escolhida pelos delegados
presentes para sediar
o XI Congresso.
Tendo em vista
que o futuro
conclave se realizaria
sob os auspícios
de uma nova
gestão, houve por
bem a Diretoria
consultar os postulantes
ao cargo de
prefeito daquela cidade
serrana, entre os
quais o sr.
Eudes Soares Cunha,
mais tarde eleito
prefeito. Todos os candidatos
asseguraram que,
se eleitos fossem,
dariam todo o
apoio ao certame
acejiano. Após a
eleição de Eudes
Cunha, a Diretoria
apressou – se em fazer
a comunicação oficial,
quando o prefeito
ratificou a promessa
anteriormente feita. Por ocasião
da feira dos
Municípios, em 1983
e 1984, a ACEJI esteve
presente à barraca
de Ubajara, com
o objetivo de
prestigiar o Município
que seria sede
do próximo congresso.
Nessas ocasiões o
prefeito Eudes Cunha
corroborou o que
antes havia garantido,
deixando assim, a
Diretoria tranquila quanto
ao apoio da
municipalidade ao XI congresso.
Seis meses
antes da data
prevista, como de
praxe, a Diretoria
iniciou os primeiros
contatos com o
Prefeito, indo o
presidente Ribeiro Neto
duas vezes a
Ubajara, com o
objetivo de recolher
subsídios para a
formação da comissão
Central Organizadora, órgão
responsável pela realização
do congresso. Ai
começaram as dificuldades,
tendo o Prefeito
alegado, inicialmente, não
dispor de cobertura
orçamentária para as
despesas do certame.
Tentou o Presidente ( Ribeiro Neto ),
de várias maneiras,
contornar a situação,
chegando mesmo a
mobilizar lideranças locais no
sentido de apoiarem
o certame, visto que
a Diretoria tinha
o máximo interesse
em que o
mesmo se realizasse
em Ubajara, respeitando
a decisão do
Plenário do X Congresso. Foi quando
o
Prefeito enviou ofício
à Diretoria da ACEJI, propondo
a mudança da
data da realização
do certame para
24 de agosto,
dia do Município,
e oferecendo ajuda financeira que
não chegava a
representar 20 por
cento das reais
necessidades da Diretoria.
Submetida a
proposta à Diretoria
foi a mesma
rejeitada (...)
Fonte: Anais do XI Congresso de
Jornalistas do Interior
do Ceará, 1985
A QUEM INTERESSAR POSSA!!!!
AS MULHERES NA CÂMARA... MUNICIPAL DE UBAJARA
25 de
Março de 1971 a
1973
RAIMUNDO NONATO
CUNHA,
VICENTE DE
PAULO MARTINS,
MIGUEL ARCANJO
DO PRADO
JOSÉ ALVES
DO PRADO,
JULIETA DE LOBÃO VERAS
PEREIRA, presidente
INÁCIO PARENTE
DE AZEVEDO
JOÃO PAULINO
DOS SANTOS, Presidente, 17/09/1972 a
15/12/1972. Licença de
Julieta Pereira.
Em 25 de outubro de 1971, JOSÉ MARIA
FERNANDES assume como
segundo suplente, no
lugar de Raimundo
Nonato Cunha ( licença para
interesses particulares, até 15/ junho/72. Prorrogação
até 31 de Janeiro de 1973 ).
Primeiro de janeiro
de 1993 a 1996
ANTONIO FERNANDO
NOGUEIRA
AMADEU PEREIRA
DE CARVALHO, Presidente 1993/1994
LUIS GONZAGA
DA LUZ
MARIA DAS
MERCÊS DE PAIVA
CUNHA
ANTONIO GENEUDO
FURTADO DE MENEZES
JOÃO BATISTA
HOLANDA CAVALCANTE
MAIRTON GOMES
MIRANDA, presidente 1995/1996
FRANCISCO PAULINO
SOBRINHO
ADALGISO PAIVA
FILHO
JOAQUIM LOBO
DE MACEDO
AGAMENON CARNEIRO
DA SILVA
HUMBERTO RIBEIRO
LIMA
JOAQUIM ARLUZ
NOBRE
JOSÉ FERREIRA
FRANÇA DE AGUIAR
PAULO CÉSAR
DE SOUSA ( 15 )
Primeiro de
Janeiro de 2001 a 2004
ADALGISO PAIVA FILHO
ALEXANDRE TOMAZ
DA ROCHA
ANTONIO JOSÉ
TEIXEIRA NETO
ARI DE
OLIVEIRA VASCONCELOS, Presidente
2001/2002
FRANCISCO PAULINO
SOBRINHO
FRANCISCO SALES
SOUSA
GRIJALVA FERREIRA
DA COSTA
JOÃO BATISTA
HOLANDA CAVALCANTE
JOÃO GOMES
DA SILVA NETO
JOSÉ JURACY
FERNANDES EUFRÁSIO
AGAMENON CARNEIRO
DA SILVA, presidente 2003/2004
MARIA AUXILIADORA
DA SILVA CARVALHO, Dona AUXI
PAULO CÉSAR
DE SOUSA
RAIMUNDO NONATO
DAMASCENO
VALMIR PEREIRA
DA SILVA (15)
Primeiro de
Janeiro de 2005
a 2009
AGAMENON CARNEIRO
DA SILVA
ALEXANDRE FERREIRA
DE AGUIAR,
ANTONIO JOSÉ
TEIXEIRA DE NETO
CLÁUDIO
CARVALHO
DE MESQUITA
JOÃO BATISTA
HOLANDA CAVALCANTE
PAULO CÉSAR
DE SOUSA
RAIMUNDO NONATO
DAMASCENO
VALMIR PEREIRA
DA SILVA
MICHELLE DE
SOUZA SOBREIRA ( 9 ).
Primeiro de
Janeiro de 2009
a 2012
JOÃO BATISTA
HOLANDA CAVALCANTE, presidente, 2009-2012
ERIBERTO EVANGELISTA
DE SANTANA
MARIA DE
FÁTIMA DO NASCIMENTO
ANTONIO RODRIGUES
DA SILVA
AMADEU PEREIRA
DE CARVALHO
MICHELLE DE
SOUZA SOBREIRA
CLÁUDIO CARVALHO
DE MESQUITA
ANTONIO JOSÉ
TEIXEIRA NETO
PAULO CÉSAR DE
SOUSA ( 9 )
2017 A
20. Posse primeiro
de janeiro de
2017
ANA RAQUEL
OLIVEIRA LOBÃO PEREIRA
FRANCISCA ROBENILTA
MENDONÇA CONDE CARNEIRO
2021 A 24
Complete, atualizando...
AMBIÇÃO DE GRANDEZA
Disse acolhendo, porque fui eu que vim ao vosso encontro e bati, não uma, mas duas vezes à vossa porta. E por que bati? Por que ousei tanto? Eu mentiria se não dissesse que era porque aspirava ao vosso convívio cordial e afetuoso, e queria ter a medida da vossa estima, expressa nos vossos sufrágios. Não é outra coisa o que têm buscado entre vós os que aqui me antecederam, inclusive os homens de Estado, a quem não bastavam os triunfos colhidos na tribuna parlamentar e nos altos postos de governo.
(...)
O CEARÁ E A ACADEMIA
Não quero deixar de assinalar com emoção a circunstância de que, há mais de três decênios, não ingressava nesta Casa um representante de minha província, o Ceará, representado, na fundação desta Casa ilustre por figuras como Araripe Júnior, Clóvis Beviláqua e Heráclito Graça, sobre ter em José de Alencar e Franklin Távora dois de seus patronos. Faz exatamente 33 anos que aqui ingressou o Sr. Gustavo Barroso, o erudito folclorista da Terra de Sol e Ao Som da Viola, o admirável contista de A Ronda dos Séculos, o historiador ilustre das nossas campanhas militares, a quem a condição de adversário político jamais tolheu a admiração intelectual e a amizade que há tantos anos lhe tributo. Sou o quinto filho do Ceará a ingressar nesta Casa –, não, porém, porque lhe tenham faltado figuras capazes de alcançar, pelo seu merecimento, o lugar que entre vós alcancei pela vossa bondade. Domingos Olímpio, o autor de Luzia-Homem, esteve no limiar da Academia, quando de sua fundação, e depois, duas vezes candidato, não logrou ser eleito, como seria de justiça. Se há alguns adversários que facilitam eleições, há outros que fulminam e sideram os concorrentes. Uma vez, teve o romancista cearense de se defrontar com a figura impressionante de Euclides da Cunha, a que ninguém poderia disputar a precedência. E da outra vez preponderou a mocidade e a simpatia de Mário de Alencar, ainda longe de ter realizado a obra literária que veio a produzir. Farias Brito, de não menor merecimento, tentou suceder ao cearense Heráclito Graça, e teríeis então tido um filósofo no lugar de um gramático. Mas a timidez de Farias Brito levou-o a recuar da primeira investida, e o recuo enfraqueceu - lhe a candidatura quando a renovou na vaga de Sílvio Romero. Além destes, outros houve, que poderiam ter aqui chegado, como Rodolfo Teófilo, Papi Júnior, Antônio Sales e Leonardo Mota. Foram, porém, homens desligados da metrópole intelectual do País, e mesmo Antônio Sales, poeta e romancista, que militou na imprensa do Rio de Janeiro e nela se distinguiu ao ponto de entreter polêmica com João Ribeiro, cedo se retirou para a terra natal e ficou praticamente esquecido. Nomeando alguns dos vultos das Letras cearenses que poderiam ter com mais direito do que eu aspirado à Academia, não lhes quero simplesmente reverenciar a memória, e, embora esta Casa não tenha preconceitos regionalistas, desejo afirmar que aqui me sinto menos como um legítimo detentor desta Cadeira que como uma espécie de curador de ausentes...
O GOSTO DOS CONTRASTES
Rara e espaçada é a nossa vinda a esta Casa, porque não apenas exigis que medeie a idade de Cristo entre a eleição de um e outro cearense, como ainda nos aplicais uma cláusula singularíssima: por tradição que se firmou na vaga de D. Silvérlo Gomes Pimenta, quando da eleição do eminente Sr. Gustavo Barroso e se confirmou agora na de D. Aquino, só nos pode caber a vaga de um acadêmico arcebispo. O que me deu esperanças ao apresentar a minha candidatura à vaga deste ilustre antístite foi saber que esta Academia tem, por vezes, o gosto dos contrastes e das soluções inesperadas. Lembro-me de que, quando se deu a vaga de Alcindo Guanabara, considerado o grande jornalista da República, a qualquer homem da imprensa, e muitos, sem dúvida, haveria, no rol dos possíveis candidatos, preferistes as virtudes sacerdotais e a velhice do arcebispo de Mariana. Este era uma glória da igreja pela cultura, pela fé, pela piedade, pelo zelo e intransigência de seu apostolado. De Alcindo Guanabara, servidor da política de Campos Sales e, por fim, da de Pinheiro Machado, dizia-se, porém, que tinha convicções para as ocasiões e que não tinha ocasião para as convicções. Já aqui foi narrada maliciosa anedota preparada para demonstrá-lo. Anedota improvável, sem dúvida, e já contestada com boas razões, mas nem por isso menos expressiva. É que lhe encomendara a direção do Jornal do Commercio um artigo sobre Cristo para uma sexta-feira da Paixão. Acertada a retribuição e o dia da entrega, Alcindo Guanabara, pela força do hábito, teria interrogado: “E esse artigo sobre Cristo, é a favor, ou contra?” O dente agudo da sátira mordia o jornalista que, amigo de José do Patrocínio, tirado por este da obscuridade, com ele rompera todos os vínculos para se converter no mais acirrado adversário da Abolição, nas colunas escravagistas e conservadoras do Novidades... Talvez por isso mesmo D. Silvério Gomes Pimenta, ao ser recebido nesta Casa, declarou que sabia que o seu discurso ia ser objeto de grande curiosidade, pois todos queriam ver como se sairia fazendo o elogio de um herege. Mas o sutil arcebispo, com as galas de sua inteligência e a sua capacidade de espargir indulgências, garimpou os escritos de Alcindo Guanabara e deles extraiu algumas frases que lhe bastaram para que o proclamasse um espírito voltado para Deus...
No caso presente teríamos uma inversão daquele espetáculo: é ao herege que cabe a tarefa de fazer o elogio de uma figura eminente do clero. Mas o meu estado de perplexidade é tal que nem mesmo saberei dizer se sou de fato herege, embora, em sã consciência, não possa nem queira afirmar que sou católico. O que alivia um pouco os meus escrúpulos de sucessor de um arcebispo é que costumam teimar comigo, assegurando-me que o sou, alguns dos meus amigos padres, e até um bispo e um arcebispo que me honram com sua nobre estima. É uma forma que têm de preservar a nossa amizade encurtando generosamente as distâncias que poderiam separar-nos. Insistem em julgar-me não pelas minhas palavras, de negativa, mas pelos meus atos, que supõem ter uma expressão afirmativa. Um deles chegou a um requinte dialético, que não me furtarei a citar.
Sustenta que os verdadeiros católicos não são aqueles que assim se proclamam através de palavras logo desmentidas por seus próprios atos, e sim aqueles que, mesmo afirmando o contrário, revelam, pela sua forma de proceder, um espírito verdadeiramente cristão. Enquadrados por uma lógica tão férrea, teremos que nos render e admitir que o Brasil é um País essencialmente católico, pois que sua população há de estar praticamente dividida, não posso dizer em que proporção, entre católicos de confissões e católicos de ações. Espantará a alguém tal conclusão? Pois se até o genial e louco adolescente Arthur Rimbaud que preseguia os padres com ditérios da maior impertinência, e escrevia “Morte a Deus!” nos muros das igrejas, foi postumamente declarado um crente! A Claude Edmonde Magny tudo isto se apresentava como atos de fé indiscutíveis. E escreveu: On ne cherche à profaner que ce quon tient pour sacré. Tenho, para mim, que a universalidade da Igreja vem da disposição cordial com que aceita como provas de fé ao mesmo tempo a compunção e a blasfêmia.
O PADRE SOUSA CALDAS
E não estará certa nisto? E haverá caso que melhor o demonstre do que o do patrono da Cadeira 34. O padre Antônio Pereira de Sousa Caldas? Perseguido como incréu pelo Tribunal do Santo Ofício, não chegaria a ser uma das mais altas glórias da Igreja? Teve um destino singular este brasileiro educado em Portugal. Era tão precoce e tão apegado aos estudos que ingressou na Universidade de Coimbra com permissão especial, pois lhe faltavam ainda três anos para alcançar a idade mínima, exigida aos matriculados. Soprava então da França o vento das idéias novas, e os enciclopedistas preparavam, com a letra impressa, a derrocada do Absolutismo. O ano do nascimento de Sousa Caldas – 1762 – era o mesmo em que Jean-Jacques Rousseau publicara o Contrato Social, era o mesmo em que Émile, ou le Traité d’Education era banido na França por suas idéias manifestamente antimonarquistas. Sua juventude, seu período universitário, coincidia com o crepitar das reivindicações que, dentro em pouco, sobre os escombros da Bastilha e os despojos da realeza, iriam estabelecer os Direitos do Homem. Voltaire, D’Alembert, Diderot, Rousseau eram os nomes que seduziam as imaginações moças e atrevidas. Até Coimbra chegou o eco desse tumulto de idéias, desse rumor ainda confuso que preparava um mundo novo... E era o jovem universitário coimbrão tão ousado nas idéias e tão franco na maneira de enunciá-las que, acusado de ser pedreiro-livre, o Tribunal do Santo Ofício resolveu honrá-lo com suas atenções, ordenando-lhe a prisão. O tio, sob cuja guarda se encontrava, obteve para ele a proteção do governo, sob a condição de encerrálo, por seis meses, no Convento de Rilhafoles, onde, para curar-se da heresia, devia fazer exercícios piedosos em companhia dos frades. O que há de extraordinário é que o estudante perseguido tão bem se deu no meio deles que só por muita insistência da família terminou os estudos de Direito em Coimbra. Doutorado, rejeitou o cargo de juiz de fora no Brasil, e nem os vários meses que permaneceu em Paris e em Lisboa, já depois de formado, lhe amorteceram o impulso para a vida religiosa. Uma vez maior, dirigiu-se a Roma e ali obteve ordens sacras. Queria ser padre, nada mais que padre. Veio para o Rio de Janeiro, onde se tornou famoso pela eloqüência e cultura. Várias vezes foi-lhe oferecida a dignidade episcopal, mas sempre a recusou, não querendo ser bispo.
UM SERMÃO FAMOSO
O orador sacro Sousa Caldas era de tal modo eloqüente, tão imaginoso, tão torrencial, tão fluente, que poderia falar duas, três, quatro horas seguidas, com encanto geral dos ouvintes sobre o mais simples de todos os assuntos. A respeito desse dom extraordinário conta-se que, certa vez, estava pregando na Igreja de Santa Rita, quando outro sacerdote teve de sair com o Santíssimo, para atender a um doente em artigo de morte. O doente morava nos confins da Gamboa e o outro padre para lá se fora a pé, acompanhando a pessoa que trouxera o chamado. Como seria longa a demora, Sousa Caldas teria que continuar a prédica até o momento de seu regresso... Após esgotar o tema do Evangelho sobre o qual falava, Sousa Caudas entrou a discorrer sobre a Eucaristia. E falava, falava, falava... Falava com tão persuasiva eloqüência, com tal beleza de expressão, que quando o viático voltou, mais de duas horas depois, estava ele ainda a falar, sem que os ouvintes se tivessem dado conta do tempo decorrido. “Parecia Inspirado”, dizia dele o cônego Januário da Cunha Barbosa, “parecia inspirado por um poder sobrenatural”.
POESIA DAS BOAS AÇÕES
Pois este Bossuet brasileiro tinha o condão de reunir à eloqüência de grande pregador a humanidade de um frade mendicante, aos arroubos de um grande tribuno a simplicidade de um carmelita descalço. Não fazia o menor caso dos bens materiais e o dinheiro que lhe vinha às mãos logo delas saía, repartido com os pobres. Narra-se que, um dia, no Passeio Público, conversava com alguns amigos, quando um mendigo em andrajos deles se acercou. Sousa Caldas não tinha dinheiro algum no bolso da batina. Mas seguiu o pedinte, notando depois os amigos, ao regressar, que não mais trazia nos sapatos as fivelas de prata, antigamente de uso. Como sua oratória, sua Poesia era também a de um catequista. A tradução que fez dos Salmos de David é cantada ainda hoje, senão nos templos católicos, ao menos nas igrejas protestantes do Brasil. Pela obra poética, podemos estimar o orador sacro, avaliarlhe os arroubos, medir-lhe as imagens, pesar-lhe a eloqüência. Vêde, por exemplo, este soneto em que descreve uma tempestade:
Tremei, humanos: toda a natureza,
Do seu Deus ao aceno convocada,
Sobre negros trovões surge sentada
Em cruel fúria contra nós acesa.
Do rosto seu escondem a beleza
Medonha escuridade acompanhada
De abrasadores raios, e pesada
Saraiva, que no ar estava presa.
Agora, perde a cor, de medo cheio
O monarca feliz e poderoso,
Que o vil orgulho abriga no seu seio.
Tu descoras também, ateu vaidoso,
E menos cego, sem achar esteio,
A mão que negas beijas duvidoso.
fonte: academia.org.br
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recebeu nesta segunda-feira (1º) R$ 2.034.954.824,00 de recursos do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC) – também conhecido como Fundo Eleitoral – para serem distribuídos entre os partidos políticos.
Os recursos do fundo deverão ser empregados pelos partidos no financiamento de suas campanhas nas Eleições Municipais de 2020, devendo no mínimo 30% desses recursos ser destinados às candidaturas femininas. O FEFC é constituído por valores do orçamento da União em ano eleitoral.
Esta postagem foi provocada por artigo da revista RADIS 216 - "acesso equitativo a saneamento e água".
Fevereiro 2009
Quando estive em Ubajara no começo deste século, com o Rubens Soares,o Cunha Jr e a Maria de Lourdes Alcântara, fomos convidados para uma festa no Ubajara Clube. Foi uma volta ao passado. A presidente do clube, Marlene Pereira, havia dito que era em homenagem ao pessoal da “melhor idade”, eufemismo para identificar os que já passaram dos 60.
E eu achando que a festa era para uma geração que dominava a cidade quando ainda eramos menino virando homem. A ausência de mais de 40 anos só me faz lembrar de Ubajara dos anos 60.
Durval Ferreira, Modesto Melo, Raimundinho do sr. José Ferreira, Antônio Miranda, Edmundo Macedo, Nabuco, Euripedes, Zé Milton lá se vão os integrantes de uma geração que marcou a fase mais progressista e alegre da sociedade ubajarense nos últimos cem anos. Rapazes, como eles, Zequinha e Quincas do seu Anjo, Domicio, Silvério, Adauto, Joaozinho do seu Flávio e muitos outros da mesma geração, desenvolveram o comércio, a indústria e a vida social. Fundaram o Ubajara Clube, o primeiro cinema e que eu me lembre, as primeiras serenatas. Essa geração dirigia os primeiros carros e motocicletas que circulavam pelas ruas da terra do Senhor da Canoa, substituindo as charretes como as de dona Mariinha Parente e de seu Flávio prefeito.
Davam vida à cidade Lembrei agora que muitas da minha geração já começaram a viajar, também. Versiani, Dário Macedo, Dário Cunha, José e George Vasconcelos, Gregório Aragão, Toinho e Guido Pinto, Pedro José e Pedro Francisco. Éramos todos do tempo em que o motor da Luz parava de funcionar às dez da noite e a luz elétrica era substituída nos bares e em algumas residências e por Petromax e lamparinas. Era nessa hora que o Oriente entrava em ebulição. E ficava bem pertinho da casa do meu avô.
Ubajara de moças bonitas que desfilavam na pracinha da matriz ao som das músicas que saiam dos alto-falantes do serviço de amplificadora A Voz de São José que ficavam no alto da torre da igreja. Passeavam suas belezas pelos nossos olhos, insultando nossa juventude. Todos parentes e amigos vivos e com saúde. Cidade limpa, cercada de sítios, as pessoas curtiam literatura, praticavam esportes, até o ar parecia mais fresco, sadio. Mário Quintana diria: “Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio/Seguiria em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das horas...”
Voltando ao Ubajara Clube, tomei um susto quando me toquei que nós éramos os homenageados. Naquela noite vi alguns rapazes e moças, tão jovens como éramos quando passávamos férias na cidade nos anos 60. Ví também aqueles senhores conversando, bebendo e dançando como faziam anos atrás. E me fizeram lembrar a diferença entre velhos e idosos.
Você que é idoso nunca queira ficar velho. Idoso é o que tem muita idade. Velho é aquele que perdeu a jovialidade. Você é idoso quando sonha e velho quando apenas dorme. O idoso se moderniza, procura acompanhar os novos tempos. O idoso se renova a cada dia que começa, já o velho se acaba a cada noite que termina.
Sei que não dá para parar o relógio, recuperar a oportunidade perdida.
Vendo os amigos que partem, só nos resta seguir o conselho do velho poeta gaúcho. Mário Quintana sugere que não deixemos de fazer algo de que gostamos devido à falta de tempo. Não deixemos de ter pessoas ao nosso lado por puro medo de ser feliz. “A falta que terá – lembra ele – será desse tempo, que infelizmente, nunca mais voltará.”.
(*) Wilson Ibiapina (Ibiapina), jornalista
Texto do jornalista Luis Nassif. Veja que o depoimento cita UBAJARA. Há um blogueiro no trecho que dá a informação de ...