quarta-feira, setembro 04, 2024

VAIDADE VÂ

 

ÕCA  VAIDADE


A  lua  de  prata,

Mansamente  orgulhosa,

Caiu  sobre  a  negrura  da  noite,

Engravidando – a  de  densa  luz,

Na  madrugada  silenciosa.

 

Na  rua,

Perambulam  somente

os  cães  rejeitados

Ou  os  gatos   namoradores,

Que  espreitam  nos  telhados,

apaixonados.

 

Mas  a  lua,  impassível,

Impera  no  céu,  mandando  e  desmandando:

Governa,  sem  sombra  de  dúvidas.

E os  seres  humanos

Inflados  de  sua  própria  hipocrisia

Se  digladiam  na  busca

Incessante  da  saciedade  de  suas  vaidades  mundanas.

 

Vaidades  humanas  que  de  nada  servem:

Dinheiro,  muito  ouro, prazeres  exacerbados,

Não  trazem  a  felicidade.

E,  quando  for  tirado  o  bilhete  da  grande  viagem,

Saibamos  todos,

Nada  levaremos.

 

Tudo  se  esvai,

como  areia  no  deserto  quente:

O  ouro será  quebrado  em  muitas  partes

Por  aqueles  que,  para  merecer,   pouco  fizeram.

Mas  dilapidarão  tudo,

  sem  pena

e nem  um  mísero  pingo  de  dó.

 

Enquanto  isso,  imparcial,

  estará  a  lua.

Por  MeCosta

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