quarta-feira, novembro 16, 2016

DÁ SAUDADE

Quase  POESIA 
  ( da lavra )



QUE  SAUDADE  QUE 

Que  saudade  que 
Do  tempo  que  fazia,  noutros  tempos.
Ontem,  no  meio  da  madrugada,
Vi  o  esplendor  da  lua  de  prata;
Ela  se  dava,  integralmente,
Num  convite  a  andar, 
sem  medo,
no  seio  dela.

Quem  dera!  Naquele  tempo   havia  apenas,
dos  lobisomens   o  temor  que,
Diziam  os  mais  velhos,
Corriam  nas  estradas  na  quinta – feira;
Ou  do  gritador
Que  na  curva  distante,
Gritava  o  seu  grito  assustador  e,
Logo,    estava  bem  próximo,
Com  seu  grito  mortificante;
Ou  ainda  do  assobiador,
Que  assobiava  longelonge,
Assustando  o  andante  notívago.

Do  tempo  de  outros  tempos,
Que  saudade  que 
Quando  podíamos  ir  dormir
E  deslembrar  de  fechar  a  janela
Ou  a  porta  da  rua,
Que  permitiam  livre  caminho  para  o  vazio  da  noite  calma.

Que  saudade  que 
Do  tempo  de  outros  tempos
Quando  podíamos  deixar  moedas  de  ouro
Esquecidas  na   calçada
Sem  grande  risco  da  esperteza  levar.

Que  saudade  que 
Do  tempo  que  fazia  noutros  tempos
Quando  a  ganância  era  vaga
E  os  homens  se  cumprimentavam
Dentro  da  noite escura,
Sem  medo  do  infortúnio.

Daquele  tempo  que   jamais  voltará
Da  singeleza  da  existência
Que  saudade que  dá.

                                                                           Mecostarte.2016

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