( da lavra )
QUE SAUDADE
QUE DÁ
Que saudade
que dá
Do tempo
que fazia, noutros
tempos.
Ontem, no
meio da madrugada,
Vi o
esplendor da lua
de prata;
Ela se
dava, integralmente,
Num convite
a andar,
sem medo,
no seio
dela.
Quem dera!
Naquele tempo havia
apenas,
dos lobisomens
o temor que,
Diziam os
mais velhos,
Corriam nas
estradas na quinta – feira;
Ou do
gritador
Que na
curva distante,
Gritava o
seu grito assustador
e,
Logo, já
estava bem próximo,
Com seu
grito mortificante;
Ou ainda
do assobiador,
Que assobiava
longelonge,
Assustando o
andante notívago.
Do tempo
de outros tempos,
Que saudade
que dá
Quando podíamos
ir dormir
E deslembrar
de fechar a
janela
Ou a
porta da rua,
Que permitiam
livre caminho para o vazio
da noite calma.
Que saudade
que dá
Do tempo
de outros tempos
Quando podíamos
deixar moedas de
ouro
Esquecidas na
calçada
Sem grande
risco da esperteza
levar.
Que saudade
que dá
Do tempo
que fazia noutros
tempos
Quando a
ganância era vaga
E os
homens se cumprimentavam
Dentro da
noite escura,
Sem medo
do infortúnio.
Daquele tempo
que jamais voltará
Da singeleza
da existência
Que saudade que
dá.
Mecostarte.2016
Nenhum comentário:
Postar um comentário