ENVELHECENDO
Ânimo, ó viajor, és moco e és forte, apanha
o teu bordão e galga a montanha da vida!
Eu era forte e moço e a encosta da montanha
pus-me logo a escalar em rápida corrida.
o teu bordão e galga a montanha da vida!
Eu era forte e moço e a encosta da montanha
pus-me logo a escalar em rápida corrida.
Não corras tanto, assim! O sol dourado banha
a tua estrada branca, esplêndida, florida;
trinam aves de arminho e aquela árvore estranha
abre-te o pára-sol da copa colorida.
a tua estrada branca, esplêndida, florida;
trinam aves de arminho e aquela árvore estranha
abre-te o pára-sol da copa colorida.
Demora um pouco. Vê!... Mas eu não vi, corria
na pressa de atingir o alto da serrania...
E agora, triste e só, cansado e em desalinho,
na pressa de atingir o alto da serrania...
E agora, triste e só, cansado e em desalinho,
descendo a oposta escarpa á luz de um sol poente
levo, no olhar velado, a saudade pungente
daquilo que deixei de ver no meu caminho.
levo, no olhar velado, a saudade pungente
daquilo que deixei de ver no meu caminho.
Hora de tédio e de meditação!
Longe agoniza o sol num poente de ouro e de aço,
e em meu peito outro sol de luz magoada e fria,
pinta o pálido azul com as cores da agonia.
Andam asas no espaço.
Asas cor de carvão.
Na torre lanceolada de minh'alma
há vagos sons de violino
chorando o ritornelo gris da mágoa.
Expira a tarde, plange o sino,
é morta a luz, morta a ilusão...
do Jornal da Poesia. visita:13/03/2018 1610h
Nenhum comentário:
Postar um comentário