Para explicar o nome TAPERACIMA que veio de TAPERA - ACIMA, assunto já tratado neste espaço e que se repete abaixo.
Aglutinação
Já o processo de composição ocorre quando utiliza-se duas ou mais palavras que juntas formarão uma nova palavra, classificada como palavra composta (duas palavras simples, com um único radical cada uma, formam uma nova palavra, composta por dois radicais diferentes).
São exemplos de palavras compostas: girassol, beija-flor, pé-de-moleque, entre outras.
As palavras compostas podem ainda receber duas denominações, dependendo de como elas foram compostas: palavras composta por JUSTAPOSIÇÃO ou por AGLUTINAÇÃO.
As palavras compostas por JUSTAPOSIÇÃO, como o próprio nome já diz, são apenas justapostas, uma ao lado da outra, e estando juntas formarão uma terceira palavra. Neste caso, as palavras ficam intactas, não perdendo nenhum item da sua forma.
Já o processo de AGLUTINAÇÃO consiste na junção de duas ou mais palavras, também com o objetivo de formar uma terceira palavra, porém uma delas ou as duas sofrerão alguma mudança na sua forma, ganhando ou perdendo letras, fonemas ou morfemas.
São exemplos de aglutinação:
BOCA + ABERTA = boquiaberta (neste caso o substantivo boca perdeu a sílaba –CA e o adjetivo aberta ficou intacto). Por uma questão de acomodação na hora da fala, a sílaba que ficou perdida ao longo do tempo foi substituída por outra: –QUI.
PLANO + ALTO = PLANALTO (perdeu-se apenas a vogal temática O).
Fonte:
Gramática Normativa da Língua Portuguesa (Rocha Lima) do infoescola. visita:15/03. 14h
CONTROVÉRSIA
Sobre a
denominação TAPERACIMA
O
nome da localidade
citada normalmente como ITAPERACEMA,
ou
ITAPIRACEMA e/ou TAPERACEMA,
pertencente ao município
de Ubajara, é
TAPERACIMA. Uma
infinidade de denominações
de lugares no
território brasileiro tem
base na linguagem
indígena. No caso
ora objeto desta
análise há ligação
com o costume
indígena local, mas
não diretamente com a etimologia. É
certo que ita,
em tupi guarani
quer dizer pedra
e piracema é
significativo de movimento
de subida de
peixes para a
desova nas cabeceiras
do rio. O
nome da localidade
aqui enfocada não
quer dizer subida
de peixes ( para
desovar ), como era de se supor.
Defendo então
a grafia do
nome da localidade
como sendo TAPERACIMA, pelo
fato de que, em recente
leitura da obra História
do Brasil, 13ª.
Edição, de Mário da
Veiga Cabral, à
página 39, encontrei a
seguinte colocação: “Levantavam
aldeias provisórias denominadas
tabas ou malocas
que, quando abandonadas,
por motivo de
mudança, passavam a
constituir as TAPERAS”.
Veiga Cabral se
refere à prática
dos indígenas brasileiros
quanto à sua
mobilidade na ocupação
do território que
lhes pertencia. É
fato que na
região conhecida como
Buriti, em Ubajara,
a meio caminho,
partindo da sede
em direção à
localidade alvo desta
nota, existiu uma
aldeia tabajara. No texto
de Pedro Ferreira
sobre a história
de Ibiapina está
colocado que: “De
Ibiapina, os índios
em malocas, iam
até o lugar ‘Taperacima’, tendo
tribos inteiras nos
lugares ‘Pitanga’, ‘Suminário’ e
‘buriti’, sendo este último meio
inacessível, um verdadeiro
núcleo de resistência”. ( Obra citada,
página 67 ). Conforme
citado, desocupada a
aldeia de Buriti,
ali ficou a “tapera”, ou
local desabitado, desolado,
em ruinas.
Assim, a
denominação da localidade
TAPERACIMA nasceu da composição por AGLUTINAÇÃO dos
termos tapera e acima ou
seja uma localidade
acima, adiante da
antiga aldeia em
ruinas, ou da tapera
acima.
Crédito para Pedro
Ferreira.
Novamente, vale
citar a obra
de Pedro Ferreira
de Assis, esta
denominada Dicionário Histórico
e Geográfico da
Ibiapaba, onde, em
várias passagens, o
termo é grafado
como TAPERA-CIMA. À página
139, ele expõe
da seguinte forma
“ Tapera – Cima - Sítio,
no qual, em
1849, houve um
grande morticínio.
Fica ao
norte da Villa
de Ubajara, a
cujo termo pertence.
Outra anotação,
na mesma página:
Tapera - cima - Riacho affluente do
rio Jaburu, e
que separa o
município
de Ubajara
do de Tianguá”.
para
que, atualmente falemos
ou escrevamos TAPERACIMA.
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