Antônio Cavalcante de Paula
A gente não escolhe o pai que
vai ter, mas temos certeza de que
se seus filhos tivessem como
escolher, não escolheriam outro.
Nascido em 27 de julho de 1926, estaria hoje, 27 de julho de 2010
completando 84 anos, quinto filho de Francisco Cavalcante de Paula e
Sensata Furtado de Paula, seus AVÓS PATERNOS foram JOSÉ CAVALCANTE DE PAULA
E GENEROSA DE PAULA CAVALCANTE e seus AVÓS MATERNOS TARGINO FURTADO DE
MENDONÇA E ANGÉLICA FURTADO DE MELO.
Criado por pais rigorosos e tementes a Deus foi escolhido pelos seus
pais para se tornar padre, o que era comum naquela época para honra da
família, era uma espécie de doação e agradecimento a Deus pelas dádivas
recebidas do céu. Logo cedo, aos 12 anos entrou para o Seminário, onde
permaneceu até seus 15 anos em Sobral.
Sua desistência inesperada da vocação religiosa causou grande
decepção ao seu pai que logo tratou de colocá-lo para trabalhar como
apontador na construção civil de obras no Carrasco, com a seguinte máxima:
“quem não dá pra sela, dá pra cangalha”.
Depois passou a residir em Fortaleza, até concluir seus estudos -
colegial e científico - na capital cearense.
Em 1943, aos 17 anos de idade decidiu que seguiria a carreira
militar entrando para a Marinha. Como só completaria 18 anos no segundo
semestre de 1944, conseguiu adulterar seu registro de nascimento, alterando
o mês de nascimento de julho para janeiro do mesmo ano. A decisão de
ingressar na Marinha deixou a sua mãe bastante apreensiva pela vida do seu
filho, e o implorou para desistir da idéia. Sendo um homem obediente e em
respeito a sua mãe, ele atendeu ao pedido de sua mãe aflita e desistiu.
Foi aprovado no concurso do IBGE para trabalhar em Guarabira, PB o
que o faria migrar para a Paraíba, contrariando o gosto do seu pai que
sentiu profunda tristeza com a sua partida, talvez pressentindo que era lá
onde constituiria sua família e passaria muito tempo até revê-lo.
Em 1950, participou do Senso Populacional e Rural, coordenando a
equipe de recenseadores.
Em 1953 passou em
primeiro lugar no concurso do Banco do Brasil, onde ingressou como
escriturário na cidade de Cajazeiras alto sertão paraibano e lugar onde
encontraria a mulher de sua vida com quem constituiria sua família.
Em 15 de abril de
1955 casou-se com Maria do Carmo Temóteo Cavalcante, filha da Dona Maria
Lira dos Santos, nascida em Cajazeiras, e educada com rigor em escola
interna de freiras em Catolé do Rocha, sertão paraibano. Com ela, Antônio
Cavalcante de Paula teve seus seis filhos e os respectivos descendentes:
1F. – Tânia Maria
Cavalcante (1956);
2F. – Lúcio Flavo
Cavalcante (1958);
3F. – Rosânia
Cavalcante (1960);
4F – Ana Suely
Cavalcante (1962);
5F – Antônio
Cavalcante de Paula Filho (1969) e
6F – Andrea
Cavalcante Castro (1978)
Tânia e Sady
Castor Sobrinho tiveram os seguintes filhos:
1.1N – Samuel
Cavalcante Castor (1982);
1.2N – Déborah
Cristina Cavalcante Castor (1985) e
1.3N – Ana
Beatriz Cavalcante Castor (1990)
Lúcio e Ana Lúcia
Ribeiro Coutinho Cavalcante tiveram os seguintes filhos:
2.1N – LÚCIO FLAVO
CAVALCANTE FILHO (1985);
2.2N – Luciana
Ribeiro Coutinho Cavalcante (1988) e
2.3N – Lucas
Ribeiro Coutinho Cavalcante (1990)
Rosânia e
Marciano Cabral de Lira tiveram os seguintes filhos
3.1N
– Isabela Cavalcante Cabral (1985) e
3.2N – Renata
Cavalcante Cabral (1989)
Ana Suely e
Gregório Pereira de Aguiar tiveram os seguintes filhos:
4.1N – Marianna
Cavalcante de Aguiar (1990) e
4.3N – Matheus
Cavalcante de Aguiar (1996);
Antônio (Toti) e
Ângela Maria Cavalcanti Albuquerque tiveram
5.1N - Jade
Cavalcanti de Albuquerque Paula (1992);
Andrea (Dea) e
Gustavo Vieira de Castro tiveram os seguintes filhos:
6.1N – Gabriela
Cavalcante Castro (2005) e
6.2N – Tiago
Cavalcante Castro (2009)
Isabela e Caio
César Almeida de Lima Lira tiveram
3.1N.BN1 –
Mariana Cavalcante Cabral de Lira (2009).
Durante sua
trajetória no Banco do Brasil depois de Cajazeiras morou em Recife e João
Pessoa onde trabalhou até se aposentar.
Seguiu carreira
técnica no Banco do Brasil e se aposentou trabalhando vinculado à
Superintendência do BB em João Pessoa.
No banco, como
era de se esperar, fez muitos amigos e em muitas ocasiões participava
de momentos de integração das famílias de outros bancários. Fez
um grande amigo no banco, Torreão, que se considervam como irmãos.
Gostava muito de
viajar, principalmente para dois lugares Cajazeiras onde morava a sua sogra
e Ubajara sua terra natal. Em 1970 realizou uma viagem diferente, um
cruzeiro para Manaus com sua esposa.
Tendo uma família
relativamente numerosa, só mesmo um veículo grande para comportar e para
realizar as viagens com toda família, por isso sempre manteve uma Kombi
para suas viagens com a família.
Era homem simples de fácil relacionamento, se identificava com o
homem do campo e muitos deles, tinham uma verdadeira admiração por ele.
Quando chegava ao Catolé, região onde sua sogra tinha terras, conseguia,
sem muito esforço, congregar toda comunidade de agricultores em torno de
si, onde promovia jogos de cartas, caminhadas e outras brincadeiras as
quais todos participavam. Em algumas de suas idas a essas terras e vendo a
dificuldade enfrentada por aquela gente, promovia a coleta e entrega de
cestas básicas para as famílias.
Fazia amigos com facilidade: no bar do Pita, onde se reunia quase
que diariamente para jogar dominó; na Praia do Poço, onde cada dia
prestigiava um barraqueiro diferente, na feira que costumava fazer nas
sextas-feiras, na padaria, na barbearia, enfim por onde passava deixava
amigos.
Em Ubajara animava muito as festas, os jogos de buraco o qual era
exímio jogador e, como não poderia ser diferente, o jogo de buraco era uma
de suas paixões.
Porém, uma das suas paixões era a cerveja cujo consumo exagerado,
trouxe seqüelas que em 2007 o obrigou a suspender definitivamente o seu
consumo.
Infelizmente seu momento chegou: em março de 2010 ele sofreu uma
queda que o obrigou a fazer uma cirurgia cujo pós-operatório trouxe uma
série de complicações que o seu organismo debilitado não conseguiu reagir,
culminando com seu falecimento em 30 de março de 2010 deixando parentes e
amigos profundamente comovidos com seu passamento.
Os filhos deixaram mensagens que serão transcritas a seguir:
João Pessoa 01 de
abril de 2010
Saudade! É a única palavra que pode descrever o sentimento de falta
que ele faz.
O nosso pai partiu dessa vida. Mas o universo ganhou uma linda
estrela cheia de luz e de calor.
Nesse momento de dor e perplexidade que me obriga a parar e refletir
sobre o sentido da vida, mergulho na minha memória, na esperança de
encontrar explicações que me levem a entender e aceitar sua ausência.
E no meio de um turbilhão de sentimentos surgem milhares de
lembranças. Dentre elas uma sensação de gratidão por Deus ter me dado a
dádiva de ter tido ele, Antonio Cavalcante de Paula, como pai; Painho. É
assim que era conhecido entre filhos e netos.
Painho, uma pequena palavra, que expressa com profundidade o amor e
a admiração de filhos e netos, por essa pessoa impar que marcou nossas
vidas.
E seguindo no redemoinho de emoções e questionamentos sobre o
sentido de vida e morte, revejo em flashes parte da minha vida em que
convivi como com ele. Aí me dou conta de que na minha memória só vem coisas
boas e imagens felizes. Assim era Painho. Uma pessoa alegre, festiva e de
muita luz. Uma pessoa que doou toda sua vida à família, e nos proporcionou
uma infância e adolescência muito felizes. Vivemos juntos muitos momentos
mágicos.
E desses momentos lembro, como se fosse ontem, dos domingos, todos
juntos a explorar as belezas da praia do Bessa quando esta ainda era
povoada por uma grande floresta de cajueiros. Das viagens de férias na
Kombi (todos os anos ele trocava por uma nova, para que pudéssemos viajar
todos juntos com segurança). E lá íamos nós, embalados ao som de músicas
dos Beatles, BeeGees e outros, pensando nas aventuras e alegrias que nos
esperavam em Cajazerias, Fortaleza, Ubajara e outras paragens a serem
exploradas. Que momentos deliciosos ele nos proporcionou com sua
vitalidade, sua energia festiva e contagiante.
Aonde chegava, seu espírito alegre e agregador transformava momentos
de simples convívio com tios, primos e irmãos em uma grande festa.
E assim levei ao lado dele uma vida de muita leveza e alegria.
Não era de nos ensinar com conselhos, ou lições de moral e sim com
exemplos. E sua vida foi um exemplo. Um exemplo de um homem que na sua
simplicidade franciscana também dedicou sua energia a ajudar os humildes e
todos aqueles necessitados com quem convivia, nas suas idas à feira, nas
barracas das praias e outros lugares simples que gostava de frequentar e
conversar com trabalhadores, garçons, vendedores e outras pessoas humildes.
Era um homem de bem e do bem.
E com seu jeito irreverente e gozador, ele dizia verdades, defendia
seus direitos e os daqueles que amava e protegia. Foi assim que ao longo
dos anos ganhou legiões de amigos e admiradores.
Foi um desses amigos que lhe deu a justa chancela de Antônio Coração
de Leão.
Coração... Nem precisa dizer... Leão... Foi exatamente seu espírito
guerreiro que lhe fez lutar até os últimos momentos para vencer as
limitações que suas condições de saúde vinham lhe impondo. Mas sempre com
galhardia, com bom humor, um sorriso maroto no rosto e muita fé de poder
melhorar. Lamentações... Nunca fizeram parte do seu vocabulário, mesmo com
todas as dificuldades de exercer sua autonomia no seu dia-a-dia e todo o
sofrimento pelo qual passou nos seus últimos dias.
Enfim, seu Antônio “Coração de Leão” Cavalcante de Paula se foi
desse mundo, mas deixou suas pegadas de luz. E onde ele estiver agora,
tenho certeza que há festa e alegria.
Eu te amo Painho e vou guardar sua imagem para sempre no meu
coração.
Enfim, essas são um pouco de milhões de lembranças que fervilham na
minha memória e que eu gostaria de deixar registrada nesse momento de dor.
Quem sabe, possa ajudar a diminuí-la um pouco.
Tânia Maria Cavalcante
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