sexta-feira, maio 06, 2022

LEMBRANDO FUTEBOL E APRENDENDO

 


  LEMBRANÇA!!!!!          

 

           Por  anos  das  décadas  de  960/70,  Ubajara  foi  bem  representado  nos  campos  de  futebol  do  estado  do  Ceará.  Em  1961  ocorreu  a  fundação  da  agremiação  Ubajara  Esporte  Clube,  que  tinha  como  presidente  José  Parente  da  Costa. 

           Muitos  jogadores  bons  passaram  por  Ubajara.  Era  o  tempo  da  bola  e  da  chuteira  de  couro  bruto.  Brutos  também  eram  os  chamados  “biscoitos”  das  chuteiras.  Os  campos  de  futebol  do  interior  não  se  diferenciavam.  Eram  os  campos  de  peladas.  Mas  a  alegria  era  sem  tamanho  quando,  no  domingo,  tinha  jogo.  Ainda  me  lembro  do  campo  que  existiu  no  local  onde  hoje está  a  fábrica  da  Marasuco.  Era  todo  cercado  de  palha  de  palmeira.  Lembro  também  que,  sem  dinheiro,  eu  ia  brechar  pelos  buracos  na  palha.  Às vezes,  liberada  a  entrada,    ia  eu  ver  o   restante  da  partida.  Depois,  também  joguei,  mas  não  chegava  aos  chinelos,  melhor  dizendo:  às  chuteiras,   da  grande maioria  dos  citados. 

          De 70  e  por  ai... Falando  dos  jogadores,  vejamos  quem  deu  sua  contribuição  por  vários  anos  ao  esporte,  participando  do  elenco  do  Ubajara  Esporte  Clube,  sem  estabelecer  parâmetro  de  idade: Zequinha  Gabriel,  irmão do  Paulo,  também  Gabriel,  Nego  Flor,  que  foi  pai  de  bons  jogadores,  Valdemar  dos  Anjos,  Valdemar  da  Diolinda, pai  do  agilíssimo goleiro  Francimar, dr.  Guido  Furtado  Pinto,  Antonio  Pinto,  Chico  Flor,  Afonso  Lima,  Pote,  Deodato,  centroavante  do  Frechal,     Alves,  Tarcísio  Dêga,  Manuel  Xereréu,   Raimundo  Garapa,  conhecido  Raimundão,  Luizim  Francelino,  goleiro,  Burdão,  Lacrau  e  Barrãozim,  que  eram  de  Sobral,  Prexede,  Lagoa  que  vinha  do  Piauí,    Barroso  e  Ze  Grosso,   da  Granja,  Nonatim,  e  Sapim  da  Moitinga,  meus  amigos,  Carlos  Evandro,  Goleiro,  Fernando,  Tozim,  Raimundo  Lima,  mais  conhecido  como  Firá,  que  era  tio   de  Afonso ( já  citado ),  França  Ventão, Zé  Maria  Flor,  Sapato,  Ferreirinha,  Popó,  Dim,  o  goleiro Caceteiro,  Helder  Dantas  e  Cafofa.  Fechando  o  grupo,  mas  no  comando,  na  beira  do  campo,  tinha  o   velho  Caxica.  E,  por  muitos  anos, o  massagista  se  chamava  Expedito  Merença...          

       

           Dourtor  Nabuco,  dentista,  irmão  de  Domício  Pereira,  foi  presidente  do  Ubajara  Esporte  Clube,  quando  a  equipe  foi  Vice  Campeâ  do  Estado,  em  jogo  disputado  contra  Quixadá.

            Mais  recentemente,  muitos  outros  nomes  se  destacaram  e  devem ser  lembrados:  Djalmir,  filho  de  Djalma  Lima,  Xaninha,  Edmilson Moreira  ( vulgo Gafieira), Louro  do   Biraca,  os  irmãos  Silvino,  Luiz  e  Manoel,  guarda  metas, Raimundo  Silva, frangueiro, que  também  tinha  predileção  por  guardar  a  redonda  debaixo  dos  três  paus.  Quase  ia  esquecendo: vale anotar  também  os  nomes  de    Maria  Sapo,  centroavante  rompedor,    Maria  do  Mundim   e  Zezé,  irmão  de  Nonatim,  com  quem  ainda  tive  o  prazer  de  jogar  em  início  de  atividades.

           Também  merecem destaque    Maria  Catita  e  irmão  Carlos  Alberto,  Pelé,  que,  na  verdade, é Vicente.  Pelé  porquê?  Porque  o  nego  era  liso”,  centroavante  matador,  esperto,  cabeceava  de  olhos  abertos.    Maria  Eufrásio  também  figura  nesta  lista,  pois,  conforme  soube,  jogava  muita  bola,  mas     uma  história  nebulosa  sobre  a  sua  personalidade  que  não  vale  aqui  expor. 

           Ressalto  ainda  que  o  Garrincha,  da  família  Felix,  de  Monte  Castelo,  também  fazia  bom  jogo  e,  quando  estávamos  no  mesmo  time,  matávamos  os  adversários  que,  com  medo  de  perderem  para  nós,  sempre  procuravam  nos  separar. Assim  foi  também  com  Carlim  Muleque  e  Jorge  Alberi,  ambos  de  Cajueiro  de  Jaburuna,  com  quem  muito  gostei  de  fazer  duplas.  Passaram  por  aqui,  no  comando  de  nossas  equipes,  o  sargento  Vaz  e  o  comissário  Cassiano  que  me  deu  uma  boa  lição.  E  conto  como   foi.

Foi  mais  ou  menos  assim:  O  time  do  Operário,  de  Manoel  da  Caçamba  e  de  Luiz,  irmãos,  tinha  se  esvaziado.  Estava  bem  pertinho  de  se  desmanchar  por  completo,  por  maus  resultados.  Passados  alguns  dias,  o  grupo  fez  uma  reunião. E  me  fizeram  o  convite  para  reagruparmos  todo  mundo.  Tudo  bem,  fiz  algumas  exigências  e,  voltamos.  Marcaram  uma  partida  contra  uma  equipe  de  Tiangua.  Este  jogo  aconteceu  no   “campo  do  Buriti”,  bem  ali perto  da  residência  do  ora  falecido  doutor  Wiron.  Lembro  que,  terminado  o  primeiro  tempo,  que  o  Operário  perdia  por  um  gol,  o  comissário  Cassiano,  responsável  técnico  da   equipe  que  eu  estava  defendendo,  chamou  todo  os  jogadores  -  e  a  maioria  eram  os Vitor:  Lista,  Rubão,  Alberto,  para  a  beira  do campo.  Alguns  falaram  coisas  quaisquer  e,  eu,  impensadamente,  falei:  sai  treinador,  entra  treinador  e  no  final  tudo  é  a  mesma  P...  Eu  estava  chateado,  não  gostava  de  perder...  Voltamos  pro  jogo.  Não  lembro  se  empatamos  ou  perdemos.  Antes  de  sairmos  do  campo,  o  comissário  Cassiano  Chamou  todos  novamente  e  disse:  Fulano ( eu,  né)  falou  isso  e  isso  e  eu  não  concordo,  pois  da  forma  como  ele  falou,  tanto  ele  se  considerou  uma  P...  como  me  incluiu  também.  Assim,  ou  ele  sai  ou  saio  eu.  Eu,  então,  achando  corretas  as  palavras de  mestre  Cassiano,  que  muito  respeito (  não sei  se  ainda  é  vivo),  e  aceitando  meu  descuido,  afirmei:   eu  saio,  comissário.  

        Então,  a  lição:  quem  fala  o  que  quer  ouve  o  que  não  quer.  É  por  ai!!!

        Tem  mais  alguns,  dos  quais,  outro  tempo,  farei  referência... 

           Se  esqueci  alguém...Deixo  para  outro  cronista...

 

Por  Messias  Costa, 

com  base  em  informações  de  Afonso  Lima  e  de  Helder  Dantas.


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TATIANNI CARNEIRO CRUZ escreveu

  Está  no  Trabalho  de  TATIANNI  CARNEIRO  CRUZ