quarta-feira, abril 30, 2025

DE MERCEARIAS, BODEGAS E BOTEQUINS por MECOSTA

 

OS  COMERCIANTES  e  outras  JÓIAS


         No  tempo  das  mercearias  e  bodegas,  com  cadernos  de  contas  escritas  geralmente  com  lápis,  tirado  de  detrás  da  orelha,  tinham  vendas  estabelecidas  em  Ubajara,  o  antigo  Jacaré,  vários  comerciantes  que  merecem  ser  alvos  de  destaque  por  este  anotador.  

          Um  deles,  o  seu  Antonio  Marques,  tinha  uma  mercearia  e  bodega  na  esquina  das  ruas  Prudêncio  Furtado  e  Manoel  Miranda. Era  também  uma  bodega  e  vendia  pinga  para  os  pingunços  cuspidores. É  isto  mesmo  que  você  leu: cuspidores.  O  bebedor  dava  uma  golada  na  dose  de  cachaça  e  cuspia  no  pé  do  balcão. É  claro  que  o  dono  não  gostava  da  prática  que  alguns  adoradores  da  cachaça  tinham.  Seu  Antonio  Marques  torcia  o  bigode  quando  o  bêbado  cuspia  no  seu  balcão.  E  o  balcão  do  seu  Antonio  Marques  era  um  senhor  balcão.  Era  comprido  e  escuro,  feito  de  tábuas  largas  e  escurecidas,  pela  idade. Outro  bodegueiro  da  época  era  o  conhecidíssimo  Chico  Bodega.  Chico  Bodega  que,  conforme  palavras  de  Miguel  irmão  do  seu  Braz foi  sacristão,  como  também  o  próprio  irmão  de  Miguel,  o  Francisco.  A  bodega  do  seu  Chico  Bodega  estava  localizada  no   exterior  do  mercado  José  Vasconcelos,  o  chamado  Mercado  Velho,  no  centro  da  Cidade. Sabia  que,  escondida,  naquele  mercado  há  uma  placa  em  homenagem  a  José  Vasconcelos?   Seu  Chico  Bodega  era  “meio  aperreado”.  Vendia  muitas  coisas,  uma  delas,  era  a  cachaça  do  alambique.  E  os  bêbados  também  cuspiam  no  seu  balcão.  O  comércio  era  “pegado”  com  a  farmácia  Jurupary  de  Manoel  Miranda.  Por  citar  este,  vamos  agora  para  Manoel  Miranda,  da  farmácia.  Era  outro  comerciante  conhecido  da  população.  Se  o  freguês  cometia  alguma  brejeirice,  dissesse  alguma  besteira,  seu  Manel  Miranda  dizia  uma  bizarrices.  Este  vendeu  muita  ”pílula  de  Matos”,  emulsão  de  Scott, biotônico  Fontoura,  sulfato  ferroso, sonrisal  vencido.  Mais acima  um  pouco,  na  mesma  calçada,  trabalhava  o  seu  Raimundo  Matias.  Aqui  era  uma  loja,  cheia  de  coisas  variadas.  Tinha  sombrinhas,  guarda  chuvas,  bonecas,  brincos  e  quase  de  tudo  o  que  o  cliente   procurava.  O  espaço  era  pequeno,  mas  quase  não  se  transitava  dentro,  somente  ele  mesmo,  que  tinha  baixa  estatura.  Na  esquina,  logo  depois   da  loja  do  seu  Raimundo  Matias  tinha  loja  do  seu  Chico  Furtado.  Seu  Chico  Furtado  vendia  tecidos  para  as  costureiras  fazerem  as  roupas,  camisas,  calças,  saias,  vestidos,  anáguas  que  já  quase  não  eram  usadas  pelas  mulheres.  Houve  uma  época  que  eram  muito  usadas  as  camisas  de  “volta  ao  mundo”  e  de  “linho”,  neste  caso,   para  os  proprietários  endinheirados.  Lembrando  que,  no  campo,  muitos  agricultores  sem  boas  condições  financeiras usavam  camisas  feitas  com  tecido  feito  de  saco  que  eram  utilizados  para  transportar  feijão,  farinhas,  açúcar  ou  massa  para  pão.  Seu  Chico  Furtado  ficou  ali  muitos  e  muitos  anos.  O  seu  Davi  foi  também  comerciante  da  época,  tinha  sua  mercearia  na  entrada  norte  do  mercado  Velho;  bem  ao  lado da  entrada.  Nesta  entrada,  na  parte  interna,  há  uma  placa  de  homenagem  a  José  Vasconcelos,   quase  imperceptível.  O  mercado  em  questão  tinha  quatro  entradas;  atualmente  apenas  duas.  

          Fiii  de  Deus  era  Antonio  Cunha. Também  teve  comércio  na  área.   Este  foi  casado  com  dona  Maria;  Maria  Telvina ,  no caso,  pois  foi  casada  com  Raimundo  Telvina.  O  pai  de  Miguel,  seu  Pedro  Pereira,  era  funileiro  e  cuidava  dos  tachos  do  engenho  de  dona  Telvina.  O  engenho,  suponho,  era  localizado  nas  proximidades  da  propriedade  do  sr.  Clóvis  Furtado  de  Mendonça,  o  tabelião. 


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Nesta  foto  está  presente  o  seu  Mário  Vieira,  o  qual  só  andava  de  terno  preto.  Ao  fundo,  em  azul,  está  a  residência  de  seu  Pedro  Ferreira  de  Assis,  em  branco  e  cinza  a  casa  dos  Vasconcelos;  em  amarelo,  acho,  a  casa  de  Chico  Pinto.  A  feira  era  "na  pedra",  ou  seja,  os  Gêneros  e  mercadorias  eram  espalhados  no  calçamento.  Aqui  à  frente,  conduzindo  um  carrinho  de  mão,  está  um  trabalhador  do  seu  João  Clemente,

em PROJETOS


O  gado  na  fazenda

O  COLEHO  ou  a  CORUJA???

Abstrato

A  Aguia

Pinheiros  de  Natal
Jangadas
Calcinhas


Vacas  à  janela

quarta-feira, abril 02, 2025

LOS INDIOS TABAJARAS - MAIS

 Texto  do  jornalista  Luis  Nassif. Veja  que  o  depoimento  cita  UBAJARA.  Há  um  blogueiro  no  trecho  que  dá  a  informação  de  que  os  INDIOS  TABAJARAS  eram  de  outro  município  da  Serra  da  Ibiapaba,  negando  a  origem  dos  artistas.  Uma  forma  que  não  deve  ser  utilizada  por  quem  é  correto.  A  informação  deve  ser  dada  de  forma  espontânea  e  correta.  

Há  uma  região  de  litígio  entre  Ceará  e  Piaui  que  se  localiza  no  entrave  entre  Ubajara,  Ibiapina  e  São  Benedito.  Conta -  se  que,  há  muito  tempo,  lá  habitava  um  indio  chamado  Estanislau.  No  trecho  havia  um  muro  de  pedras  e  o  local ainda  mantém  a  denominação  de  Estanislau.  Desta  forma,  supõe -  se  que  a  área  de  litigio  citada  fosse  a  região  do  Estanislau.  Quando  olhamos  no  Googlemaps,  está  lá,  bem  abaixo  da  pindoba.
Inclusive,  para  quem  não  sabe,  nas  proximidades  de  Santo  Antonio  de  Pindoba,  distrito  de  Ibiapina,  há  uma  carverna  que  foi  moradia  de  indios.  Este  blogger  esteve  lá  no  local  por  duas  oportunidades.  
Recentemente  vi  video  na  rede  em  que  um  amigo  chamado  Reginaldo  visita  e  registra  o  local,  juntamente  com  mais  uma  pessoa.   













terça-feira, abril 01, 2025

SAUDADE

 


  SAUDADE


Que  dá

Do  banho  de  chuva

Ou  de, na  velha  ponte  da  rodagem,

Banho  de  rio  tomar;

Velha  ponte  perdida,

No  tempo  e  na  paisagem,

Ponte  que  já  não  vê

A  alegria  de  meninos

Despreocupados  com  seus  destinos.


Saudade   que  dá

Do  seu  Pompílio  e do  engenho,

Com  cheiro  adocicado  do  bagaço

E  da  garapa

E  do  abençoado  bolão  de  rapadura,

Que  ele,  bondoso, 

dava  a  nós  meninos.


Que  saudade

De  a  cana  amarelo – esverdeada

Moer,

a  dentada,

Para  a  garapa  beber.


Ah  que  saudade  que  dá

Das  caçadas  nas  tardes  ensolaradas  e  quentes

Dos  sanhaçus,  das  choros  e  sabiás,

Com  a  baladeira,  em  punho. 

Feita  de  liga  de  câmara  de  ar.  


Ah!  Que  saudade  que  dá

Das  noites  enluaradas

Das  brincadeiras  inocentes  preparadas:

Esconde  - esconde;

Pega – pega;

A serenata na  janela

Daquela  primeira  namorada.


Saudade  das  estórias  de  trancoso  

Contadas  pelos  mais  velhos

Para  amedrontar  os  adiantados,

Quando  diziam  que  o  lobisomem  

corria  nas  estradas  na  quinta  feira;

Estórias  de  amortalhado  e  de  assobiador,

Que,  por  pecados  assumidos,  pagavam  penitência  ...


Que  saudade  que  dá

De  sem  medo  andar,

A  qualquer  hora  da  noite,

Escura  noite,

Chuvosa  e  tenebrosa  de  abril,

Quando  chovia  em  cântaros,

Sem  risco  de,  

de  cara  dar,

Com  os  lobos  bestializados,

Pela  droga  da  vã  fumaça  

que, viciante,

Mata  o  incauto, 

sem  dó 

nem piedade.


MeCosta. 2024


dos LIMITES ANTIGOS DO CEARÁ - SERRA DA IBIAPABA E SERRA DOS COCOS

 

A  CONFUSÃO  entre  as  duas  PARAGENS  distantes!!!

São  Gonçalo  da  Serra  dos  Cocos.



OUTROS TEMPOS!!! PASSAR POR BAIXO DE ESCADA DÁ AZAR????!!!!

 

Eram  tempos  outros  em  que  éramos  felizes  e  não  sabíamos!!!


Contar  estrelas  faz  nascer  verruga  na  ponta  dos  dedos!!  Até  hoje  ainda  está  na  memória:  Chinelo  virado  para  baixo  atrai  azar.


BANCO DE BIOGRAFIAS

TRABALHANDO...