OS COMERCIANTES e outras JÓIAS
No tempo das mercearias e bodegas, com cadernos de contas escritas geralmente com lápis, tirado de detrás da orelha, tinham vendas estabelecidas em Ubajara, o antigo Jacaré, vários comerciantes que merecem ser alvos de destaque por este anotador.
Um deles, o seu Antonio Marques, tinha uma mercearia e bodega na esquina das ruas Prudêncio Furtado e Manoel Miranda. Era também uma bodega e vendia pinga para os pingunços cuspidores. É isto mesmo que você leu: cuspidores. O bebedor dava uma golada na dose de cachaça e cuspia no pé do balcão. É claro que o dono não gostava da prática que alguns adoradores da cachaça tinham. Seu Antonio Marques torcia o bigode quando o bêbado cuspia no seu balcão. E o balcão do seu Antonio Marques era um senhor balcão. Era comprido e escuro, feito de tábuas largas e escurecidas, pela idade. Outro bodegueiro da época era o conhecidíssimo Chico Bodega. Chico Bodega que, conforme palavras de Miguel irmão do seu Braz foi sacristão, como também o próprio irmão de Miguel, o Francisco. A bodega do seu Chico Bodega estava localizada no exterior do mercado José Vasconcelos, o chamado Mercado Velho, no centro da Cidade. Sabia que, escondida, naquele mercado há uma placa em homenagem a José Vasconcelos? Seu Chico Bodega era “meio aperreado”. Vendia muitas coisas, uma delas, era a cachaça do alambique. E os bêbados também cuspiam no seu balcão. O comércio era “pegado” com a farmácia Jurupary de Manoel Miranda. Por citar este, vamos agora para Manoel Miranda, da farmácia. Era outro comerciante conhecido da população. Se o freguês cometia alguma brejeirice, dissesse alguma besteira, seu Manel Miranda dizia uma bizarrices. Este vendeu muita ”pílula de Matos”, emulsão de Scott, biotônico Fontoura, sulfato ferroso, sonrisal vencido. Mais acima um pouco, na mesma calçada, trabalhava o seu Raimundo Matias. Aqui era uma loja, cheia de coisas variadas. Tinha sombrinhas, guarda chuvas, bonecas, brincos e quase de tudo o que o cliente procurava. O espaço era pequeno, mas quase não se transitava dentro, somente ele mesmo, que tinha baixa estatura. Na esquina, logo depois da loja do seu Raimundo Matias tinha loja do seu Chico Furtado. Seu Chico Furtado vendia tecidos para as costureiras fazerem as roupas, camisas, calças, saias, vestidos, anáguas que já quase não eram usadas pelas mulheres. Houve uma época que eram muito usadas as camisas de “volta ao mundo” e de “linho”, neste caso, para os proprietários endinheirados. Lembrando que, no campo, muitos agricultores sem boas condições financeiras usavam camisas feitas com tecido feito de saco que eram utilizados para transportar feijão, farinhas, açúcar ou massa para pão. Seu Chico Furtado ficou ali muitos e muitos anos. O seu Davi foi também comerciante da época, tinha sua mercearia na entrada norte do mercado Velho; bem ao lado da entrada. Nesta entrada, na parte interna, há uma placa de homenagem a José Vasconcelos, quase imperceptível. O mercado em questão tinha quatro entradas; atualmente apenas duas.
Fiii de Deus era Antonio Cunha. Também teve comércio na área. Este foi casado com dona Maria; Maria Telvina , no caso, pois foi casada com Raimundo Telvina. O pai de Miguel, seu Pedro Pereira, era funileiro e cuidava dos tachos do engenho de dona Telvina. O engenho, suponho, era localizado nas proximidades da propriedade do sr. Clóvis Furtado de Mendonça, o tabelião.
Nesta foto está presente o seu Mário Vieira, o qual só andava de terno preto. Ao fundo, em azul, está a residência de seu Pedro Ferreira de Assis, em branco e cinza a casa dos Vasconcelos; em amarelo, acho, a casa de Chico Pinto. A feira era "na pedra", ou seja, os Gêneros e mercadorias eram espalhados no calçamento. Aqui à frente, conduzindo um carrinho de mão, está um trabalhador do seu João Clemente,