quinta-feira, julho 23, 2015

UMA CADEIA DE PALAVRAS




SEM  TEMPO

Perdes  o teu  tempo  ao  não  apreciar 
os  espetáculos  que  a  Natureza te  apresenta,   
todos  os  dias. 
São  incontáveis  as  situações 
em  que  as  maravilhas  acontecem, 
sem  que  para  elas  atentemos
por  que  estamos  ocupados.

Pára.

Na  beira  da  estrada
Pela  qual  passas  todos  os  dias,
 infinitas  belezas.
Na  simplicidade
Do  vôo  pacífico
Da  singela  borboleta
violeta,
 grande  beleza.

Na  água  que  corre
Na  calçada
Ao  lado  de  onde  passas,
Levando  folhas,
Formigas,
Aranhas,
E  onde  navega

Um  barquinho  de  papel
Do  menino  que  brinca,
 grande  beleza.

No  céu  azul
Tomado  de  alguns  capuchos  de  algodão  branco,
Em  que  pequenas  aves,
Nas  alturas,
Planam,  sem  pressa,
 grande  beleza.

No  alto  da  montanha  longínqua,
Numa  arvore,
 um  ninho
Com  um  casal  de  passarinhos
Que  alimentam  os  seus  filhotes,
Também    grande  beleza.

No  vento  que  sopra,
Sem  pretensões
E  sem  interesses  escusos,
E  faz  esvoaçar  os  teus  cabelos  prateados,
 beleza.

Assim  é
  na  pequena  flor  vermelha
Que  orna  a  estrada,
Na  pedra  que  rola
No  riacho 
que  no  vale  desliza

Ou  no  galo  de  capina
Que  canta,
na  campina
na  sua  felicidade.

Em  tudo    beleza,
Pois  a  beleza
É  a  perfeição  dos  atos  divinos
A  nós  oferecidos,
Sem  ônus  de  qualquer  natureza.
in SOMEUS.

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