Aos 98 anos
A vitoriosa Anenóia
teve paciência e força suficientes,
suportando a dor,
no aguardo do 18
de abril, dia da Mãe
Rainha, de quem
era devota fervorosa. Neste dia,
ela começou a
caminhada rumo ao
Pai.
Uma flor
morreu. Foi gerada
a semente. E depois
nasceu a árvore,
aqui representada por
seus filhos, netos,
bisnetos, tataranetos, genros e
noras, aos quais nunca
faltou com o amor e
a dedicação.
Anenóia, a
velhinha que guardava
todos os papéis
que encontrava e,
lidos, neles escrevia “Este pertence
a Anenóia”. Chegava a ser
engraçada e, ao
mesmo tempo, interessante.
Para ela não
tinha tempo ruim,
nada ruim; todo mundo
era bonito e
se não fosse
bonito, era simpático.
Quem teve o prazer
de com ela
conviver, sabe a
mulher de coração
enorme que sempre
foi, símbolo da
humildade que todos
admiravam. A velhinha dos
cabelos brancos, com
seus pra lá de cem
anos,
dizia ter apenas
15 e, apesar
da idade avançada,
nunca esqueceu do
seu Ideuzo”; o seu verdadeiro amor.
Caia – lhe muito bem o
“fazer o
bem sem escolher
a quem e
sem excluir ninguém”.
E assim foi a vida
de Anenóia: sempre
ligada na vontade
de servir e
fazer o bem. Auxiliava àqueles que
lhe procuravam, fosse
em que tempo
fosse, de dia
ou de noite. Era incansável. Quando se
dirigia aos sítios
em socorro de
algum doente, fazia
o atendimento com
disposição e alegria.
O pagamento vindo do
agricultor era uma
galinha, uma cesta
de ovos, uma
penca de bananas,
umas rapaduras, a
farinha, o feijão maduro.
Sua
fé em Deus
permaneceu firme e
inabalável. A sua
devoção não esquecia
nunca. Suas ocupações
não atrapalhavam a
sua missa ou
a sua oração. E ela orava
sempre. E orava
assim: “Pai Nosso,
que estais no
céu...”
Sua
alegria animava e
contagiava a todos
nós. Batalhadora e
destemida, enfrentava todos
os obstáculos de
cabeça erguida e
não recuava diante
da dificuldade ou da dor.
Anenóia
foi firme, muito
firme, apesar de
tudo o que
passou. Nos dias que
antecederam a sua
partida, mesmo com
o corpo franzino
e fragilizado pela doença, não
reclamava nem demonstrava
medo.
Existe
sim, a
dor da perda;
existe também o
alívio por saber
que Anenóia não
passará mais por
nenhum sofrimento e,
certeza é que
permanecerá em nós,
pois nos olha
de onde está na companhia
luminosa do Pai.
Texto baseado em
escrito de Mércia
C. Fernandes
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