O PODER DO VIL
METAL
“Neste ponto, no meio da mata, Emídio Reis foi espancado e ainda levou
dois tiros. Certos da morte do político, o trio de suspeitos decidiu
enterra-lo em uma cova rasa, certos de que o corpo nunca seria encontrado”.
“A ocultação do corpo só não foi bem-sucedida, porque os suspeitos não
se certificaram se a vítima já estava morta. Após deixarem o local, a vítima
que fora enterrada ainda tentou sair da cova e conseguiu, ainda, colocar um dos
seus braços para fora, mas acabou morrendo”.
DESDOBRAMENTOS
DE UM CRIME
CRUEL PELO PODER
CASSAÇÃO E PRISÃO
Publicado
em: 20/07/2015 13:11:00 - Atualizado: 20/07/2015 13:12:23
TER cassa mandato do
prefeito e do vice-prefeito de São Julião após denúncia de ex-vereador que foi
executado
Principal
acusado do crime contra Emídio Reis é o vice-prefeito Francimar que já está
preso.
O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TER-PI)
julgou neste mês de julho o processo impetrado pelo ex-vereador Emídio
Reis que pedia a cassação do prefeito de São Julião (PI), José Francisco de
Souza (PT), o ‘Zé Neci’, e do seu vice-prefeito José Francimar Pereira (PP),
pela acusação de compra de votos.
A ação de investigação judicial eleitoral por
captação ilícita de sufrágio (compra de voto) e abuso de poder econômico,
foi impetrado pelo ex-vereador e candidato a prefeito do município, Emídio
Reis, acusando os gestores eleitos nas eleições municipais de 2012 para o cargo
de prefeito e vice-prefeito de São Julião.
Como o vereador foi assassinado em 2013, o
Ministério Público decidiu continuar com o caso como denunciante pedindo a
declaração de inelegibilidade, cassação do diploma e multa para os acusados dos
crimes eleitorais cometidos.
O julgamento do Tribunal só aconteceu neste mês de
julho de 2015, onde os juízes do plenário decidiram a favor das acusações
iniciadas por Emídio Reis, sendo 3 favoráveis à cassação e dois contrários,
instaurando um placar vitorioso para ação de 3 x 2. Foram favoráveis ao pedido
de cassação do prefeito de São Julião Zé Neci e seu vice Francimar Pereira, os
juízes do TER, Francisco Hélio, José Vidal e Maria Célia. O relator do processo
foi o magistrado José Carneiro.
Com a decisão, os mandatos dos respectivos políticos
prefeito e vice-prefeito de São Julião serão cassados, devendo assumir o cargo
o vereador e presidente da Câmara de São Julião, Francilândio da Silva (PP),
mais conhecido como ‘Cilândio’.
Crime
Segundo a polícia, a denúncia feita por Emídio Reis teria sido um dos principais motivos de sua execução. Em janeiro de 2013, o político foi assassinado com requintes de crueldade quando estava a caminho de São Julião. Ele foi espancado, teve as costelas quebradas e levou dois tiros.
Segundo a polícia, a denúncia feita por Emídio Reis teria sido um dos principais motivos de sua execução. Em janeiro de 2013, o político foi assassinado com requintes de crueldade quando estava a caminho de São Julião. Ele foi espancado, teve as costelas quebradas e levou dois tiros.
Na cidade de São Julião, era comum acordo políticos
entre prefeito e vice-prefeitos, sendo que pelo acordo verbal cada um
governaria o município por dois anos. Assim, não haveriam adversários políticos
nas eleições majoritárias.
Entretanto, nas eleições de 2012, Emídio Reis
decidiu quebrar o ‘acordo’ e se candidato a prefeito do município de São
Julião, mas foi derrotado por Zé Neci e Francimar Pereira, por pouco mais de
300 votos.
Após a derrota, Emídio juntou documentos que
supostamente comprovavam a compra de votos feita pelos seus adversários
políticos e antigos aliados. Dentro os documentos, um termo de compromisso onde
o vice-prefeito se comprometia a dar qualquer uma das secretarias municipais à
um dos seus cabos eleitorais. De posse desse e de outros documentos, Emídio
impetrou junto ao TER a denúncia contra os gestores de São Julião.
Para polícia, esse foi o motivo para o
vice-prefeito da cidade, Francimar Pereira, encomendar a morte de Emídio Reis.
Ainda segundo a investigação, além de Francimar outras quatro pessoas
participaram do crime.
O vice-prefeito seria o mandante, o indivíduo
identificado como ‘Joaquim’ seria o interlocutor e responsável por contratar
três pistoleiros que realizam o crime: Valter Ricardo, Antônio Virgilio e
Gildásio.
A investigação policial aponta que antes do crime,
o pistoleiro Antônio Virgilio, conhecido de Emídio Reis, teria ido até um
restaurante onde o político almoçava em Picos (PI) e apresentando a vítima aos
outros dois pistoleiros, Valter Ricardo e Gildásio. “Esse é o famoso vereado
Emídio Reis de São Julião”, teria dito ele para os comparsas.
No dia do crime, Emídio Reis se dirigia em sua
pick-up de Picos para São Julião, quando no ‘meio do caminho’ teria visto o
conhecido ‘Antônio Virgílio’ lhe pedindo carona. O político então parou na
estrada e deu carona para ele. Alguns minutos depois, Antônio teria dito para
Emídio parar na beira da estrada, foi quando um outro veículo parou atrás e
Antônio Virgilio anunciou para o ex-vereador, que ele estava armado.
Em seguida, os três suspeitos saíram da rodovia e
seguiram por uma estrada vicinal e já num local bem afastado decidiram executar
Emídio. O local da morte ficava num matagal e a cidade mais próxima estava
distante cerca de 60 km.
Neste ponto, no meio da mata, Emídio Reis foi
espancado e ainda levou dois tiros. Certos da morte do político, o trio de
suspeito decidiu enterra-lo em uma cova rasa, certos de que o corpo nunca seria
encontrado.
A ocultação do corpo só não foi bem-sucedida,
porque os suspeitos não se certificaram se a vítima já estava morta. Após
deixarem o local, a vítima que fora enterrada ainda tentou sair da cova e
conseguiu, ainda, colocar um dos seus braços para fora, mas acabou morrendo.
A parte do corpo exposta e já em estado de
decomposição chamou a atenção de urubus que se amontoaram no local. A
aglomeração dos animais chamou a atenção de um vaqueiro que passava pelo local,
que ao ir olhar para ver do que se tratava acabou encontrado o corpo. O corpo
foi removido e enviado para o Instituto de Medicina Legal (IML) de Teresina,
onde foi constatada que morte da vítima foi por asfixia mecânica, já que a
vítima tinha areia em sua traquéia, o que confirma que o político foi enterrado
vivo.
Desde então a Polícia Civil do Piauí deixou de
investigar o caso como um desaparecimento e passou a investigar a morte do
político. Para chegar até os suspeitos, a polícia começou investigando e
realizando a quebra do sigilo telefônico da torre de telefonia que a vítima
usou antes de ser morta. Depois disso, fez uma triagem de quais números eram de
pessoas conhecidas ou do convívio do ex-vereador, foi a partir daí que chegou
ao nome dos suspeitos José Francimar Pereira (vice-prefeito), Joaquim, Valter
Ricardo, Antônio Virgílio e Gildásio.
O Joaquim disse em depoimento que havia recebido
dois cheques do vice-prefeito como pagamento do crime para os pistoleiros, mas
um dos pistoleiros não quis receber em cheque. Por conta disso, um dia após o
crime, Joaquim teria ido até um banco e sacado o dinheiro em espécie para
entregar ao pistoleiro. Os dois cheques apreendidos pela polícia, cada um de R$
5 mil, estavam no nome do cunhado do vice-prefeito José Francimar Pereira. Com as provas, os cincos suspeitos do crime,
inclusive o vice-prefeito Francimar Pereira, estão presos desde março de 2013,
a espera de julgamento. O preso Válter Ricardo teria sido o único a colaborar
com a investigação policial e participado da reconstituição do caso.
Fonte site CLUBSAT do
Piaui, de Teresina. Visita 11 abr
2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário