O PADRE FRANCISCO
PINTO
Nasceu em
Angra, Ilha Terceira de
Açores, em 1552.
Faleceu em Ibiapina
a 11 de
janeiro de 1608.
Ainda criança veio
para Pernambuco e,
em 31 de
outubro de 1568,
aos 16 anos,
ingressou na Companhia
de Jesus, passando
a cursar o
Colégio dos Jesuitas,
na Bahia.
Tinha 30
anos, em 1582,
quando esteve à morte.
Por essa ocasião,
o padre José
de Anchieta, Provincial
da Ordem, lhe
predisse que ele não se
finaria tão cedo,
nem teria morte
plácida: haveria de
ainda sofrer muito
e de, simultaneamente, salvar
muitas almas.
A
21 de janeiro
de 1607, os
padres Francisco Pinto
e Luiz Figueira
partiram de Pernambuco
em demanda do
Maranhão, com instruções
para fazerem um
estágio no Ceará.
O fim de tal parada
era apaziguar os
silvícolas, exaltados com a
desastrosa incursão de
Pero Coelho, em
1603.
Até
Mossoró, os missionários
viajaram numa barcaça,
que vinha fazendo
carregamento de sal.
De Mossoró vieram
por terra, até o local
onde hoje se
levanta a cidade
de Fortaleza.
Após breve demora
de alguns dias,
rumaram em viagem
penosíssima para a
serra da Ibiapaba,
onde chegaram sete
meses depois de
terem saído de
Pernambuco. Entre as
diferentes tribos tapuias
que viviam na
Ibiapaba, só uma
acolheu com desagrado
os jesuítas que
foi a dos
tacarijus.
Vividos cinco
meses na Serra
Grande, numa contínua
pregação, frutuosíssima em
relação aos tabajaras,
mas inoperante quanto
aos tacarijus, os
dois filhos espirituais
de Santo Inácio
de Loyola, resolveram
prosseguir para o
Maranhão, ponto terminal
da peregrinação encetada
quase um ano
antes. E, havia
dois dias se
encontravam a caminho
quando, perseguidos pelos
tacarijus, se viram
assaltados pelos mesmos.
O
padre Francisco Pinto
foi morto às
primeiras horas do
dia 11 de janeiro de
1608, precisamente no
instante em que
se paramentava para
celebrar a Missa,
no altar portátil
de que se
fazia acompanhar.
Cairam lutando
em defesa do sacerdote
santificado pelo martírio
três índios do
séquito dos catequistas. O
padre Luiz Figueira
e mais cinco
indígenas, seus companheiros
fies e dedicados,
conseguiram escapar à sanha
assassina dos tacarijus,
embrenhando – se na mata.
Logo que os
assaltantes se retiraram
do local da
carrnificina, conduzindo triunfalmente
os paramentos e
objetos de culto,
reapareceram os seis
escapos à chacina
e conduziram o
cadáver do protomártir
da civilização cearenses,
indo enterrá – lo no
sopé da serra,
num sítio em
que erigiram uma
cruz. Araripe lembra
a frase que
a Ibiapaba servisse
de elevado mausoléu,
como servira de
trono à caridade
do Padre Francisco
Pinto.
Tres
anos mais tarde,
em 1611, os
índios Jaguaribe, guiados
por Poti ou
Camarão, trasladaram os
ossos do Pe.
Francisco Pinto em
um caixote e
os inumaram na
aldeia de Porangaba.
O
instrumento do suplício
do padre Francisco
Pinto foi um
grosso cacete de
jucá. Esta arma,
tinta pelo sangue
do glorioso apóstolo,
foi levada como
relíquia pelo padre
Luiz Figueira para
a Bahia, donde desapareceu em
1624, nos tumultos
da luta com
os holandeses. Aludindo
à íngreme brecha
as pauladas abriram
no crânio do
Padre Francisco Pinto,
o padre José
de Morais escreveu
que “houvera necessidade
de tão larga
porta para por
ela sair tão
grande alma”.
E
assim tragicamente se evolou aos céus a alma angélica do “Amanajara” (senhor da chuva ),
como os tabajaras
lhe chamavam, atribuindo – lhe poderes
miraculosos.
Fonte: Ungidos
do Senhor na
Evangelização do Ceará, págs 47 e 48, de Aureliano
Diamantino Silveira T 2
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