FOI QUASE SEM
QUERER
Foi
andando na Internet
que encontrei. A
princípio, buscava eu
informações sobre o
advogado Abdelkader Magalhães.
E, “sem querer,
querendo”, encontrei umas
coisas ( há dias
vi uma nota
sobre “as coisas”),
bastante interessantes. A
fonte é a Revista do
Instituto do Ceará.
A
primeira que vou
aqui expor é
sobre a figura
de Monsenhor Eufrásio
ou mais precisamente
monsenhor Gonçalo Eufrásio
de Oliveira, este
nascido “na próspera
cidade de Ubajara, sobre
a serra da
Ibiapaba”, em 23
de novembro de
1903. Neste tempo,
Ubajara era ainda
distrito de Jacaré,
pertencente ao município
de São Pedro
de Ibiapina. Gonçalo
era filho de
Joaquim Eufrásio de
Oliveira e de
dona JOANA Maria
Eufrásio de Oliveira.
Estes dados já
me eram do
conhecimento.
É
bom referir que,
no artigo “Cantinho
da Saudade”, contido no
blog de Artemísio
Costa, de Sobral, consta
que a mãe
de Joaquim era JOVINA Maria
de Jesus Eufrásio.
E esta é
a informação que
registrei em meu
“A Histório Política,
Social e Religiosa
de Ubajara em
Atos e Fatos,
datas e fotos”,
a publicar.
Bem,
na verdade, a
informação que me interessou foi
sobre o pendor
literário do monsenhor
Eufrásio. Está dito
na Revista do Instituto
do Ceará, página
218, que monsenhor
Eufrásio era colaborador
de alguns jornais
da época. “(...) vem
prestando os seus
bons serviços à
educação da mocidade, como
vice - diretor
e professor do Ginásio Sobralense.(...) É
colaborador do Correio
da Semana, do Debate, do
O Ginásio e
da Betânia e
dirige a Congregação
Mariana Ginasial, do
Ginásio Sobralense”. Ou seja,
Monsenhor Eufrásio transitava
no meio cultural
sobralense, participando ativamente
como colaborador de
jornais na cidade
de Sobral.
Abdelkader Magalhães
Nas
anotações de Hervé
Salgado Rodrigues, na
biblioteca de ESTUDOS
FLUMINENSES, depois de
muito ralar, dei
de cara com
informações valiosas sobre
Abdelkader Magalhães, advogado
e jornalista. Abdelkader viveu parte
de sua vida
em Campos, no
estado do Rio
de Janeiro. Já
instalado, para lá, levou Raimundo
Magalhães Júnior. O
texto com cortes: “Terminado o
censo de 1920,
por aqui ficou
um funcionário do mesmo,
que, desempregado, pegou
o posto de revisor da
Folha do Comércio. (...) “Quem
o redigia ( o artigo
de fundo) no
mencionado jornal ( Folha
do Comércio ) era
Thiers Cardoso, o
musicista da “Marcha
Brasil” e que seria deputado
federal. Thiers adoeceu
(...) e José
Carlos Pereira Pinto,
presidente da Associação Comercial
e automaticamente diretor
da Folha do
Comércio, pôs as
mãos na cabeça:
quem iria redigir
o artigo de
fundo? Foi quando
o revisor anônimo se
ofereceu para a
tarefa. Zé Carlos
mirou – o, descrente. Mas
o cidadão insistiu; era
quem revisava os
artigos, conhecia a
linha política do
jornal, deixasse que
ele tentasse. Escreveu. Uma
beleza. Melhor do que os
artigos de Thiers
Cardoso. Então o Zé Carlos
apertou o homem,
que se identificou:
era cearense, ( de
Ubajara ), advogado e
escondera esta condição
envergonhada por ter que apelar
para o emprego eventual
de funcionário do
Recenseamento. Era Abdelkader Magalhães,
cujo talento brilharia
em Campos. Mandou
ele, então, buscar
dois sobrinhos no
Ceará. Um era
o Raimundo Magalhães
Júnior, que se
tornaria figura de
destaque nos meios
literários nacionais, membro
da Academia Brasileira
de Letras. Estudou
no liceu e
começou a carreira
jornalística na “Folha
do Comércio”. Abdelkader
Magalhães brilharia no
Foro de Campos como advogado e
seria eleito deputado (...). Era
um homem de
grande talento. Em
1930 a tragédia
se fez presente
em sua vida:
matou ele um
pacato alemão, mecânico
da fábrica de
tecidos, crime cometido
sob uma ação
de excessos etílicos.
Desapareceu o
dr. Abdelkader, vivendo
sob nome suposto
no interior de
Goiás, só revelando
sua verdadeira identidade
na hora da
morte. O triste
episódio aconteceu em
1930 e Raimundo
Magalhães se mudou
para o Rio,
onde começaria no vespertino “A
Noite” sua valiosa
carreira de jornalista
e escritor. Infelizmente - e o fato
não tem explicação -
como que riscou
campos de sua
biografia, guardando mágoa
da cidade que
o acolheu, coisa
que não fez
nunca nenhum sentido”.
Por Messias
Costa. 7 de mar 2023
Nenhum comentário:
Postar um comentário