sexta-feira, agosto 09, 2024

para PESQUISADORES: A FORMAÇÃO DA POPULAÇÃO DA IBIAPABA 1790

 


A  GRANDE  SECA DE  1790 -1793

artigo  de  JEFERSON DOS SANTOS MENDES

  e  (A  formação  da  população  da  IBIAPABA)

CAPITANIA DO CEARÁ - 

              À frente da capitania do Ceará estava o capitão-mor Luís da Motta Feo e Torres, militar de carreira, que permaneceu como governador do Ceará Grande entre 1790 a 1797. Durante a seca enviou diversas cartas e relatórios ao secretário Martinho de Melo e Castro. Nelas detalhou como a seca provocou a dizimação do gado, forçou as migrações e prejudicou a economia da capitania (OLIVEIRA, 2018, p. 42-43). Na primeira carta a Martinho de Melo e Castro, Luís da Motta expõe a destruição provocada pela seca na capitania:

              O senador Joaquim Catunda, ao escrever sobre a grande seca na capitania do Ceará, no século XIX, lembra que “flagelou a Capitania por quase quatro anos”. Transcorreu com sucessivos períodos escassos de chuvas nos anos de 1790 e 1791 e nenhuma em 1792. No último, “as águas desapareceram completamente” da capitania. A seca foi tão rigorosa no Ceará que, segundo ele: Morreram os gados, os vaqueiros, muitos fazendeiros e os animais domésticos e bravios. As estradas juncadas de cadáveres, famílias inteiras mortas de fome e sede, e envolvida no pó dos campos; o interior deserto; a população esfaimada e dizimada pela peste nos povoados do litoral, atulhadas de retirantes as Capitanias vizinhas, esmolando uns; furtando outros, trabalhando pouco. [...] que na ribeira do Acaraú, algumas senhoras ainda mesmo abastadas, dando a luz nesse ano, se virão obrigadas a manter-se com alimentação de jacús, mel de abelha e carne de veado, na ausência absoluta de cereais, galinha e outras carnes tragáveis. Diversos fazendeiros perderam todos os seus gados, outros três partes destes. A população menos favorecida, sem auxilio do governo que, então, não tinha meios de proporcionar-lhe socorro, dispersara-se, procurando, parte a Ibiapaba e parte a margem do Parnaíba (Apud., ALVES, s/d, p. 61).

FONTE:

DOS SERTÕES: CONEXÕES COLONIAIS

                                                            Helder Alexandre Medeiros de Macedo Organizador.

                Vale  ressaltar  que  a  nossa  população,  vagarosamente,  veio  se  formando  a  partir  de  acontecimentos  climáticos.  As  secas,  que  foram,  por  muitos  anos,  um  flagelo  que  se  apresentava  com  muita  frequencia  no  nordeste  brasileiro,  fizeram  com  que  muitas  famílias  buscassem  outras  terras  com  melhores  condições  sócio -  econômicas  do  que  as  suas,  de  origem.  Desta  forma,  a  Ibiapaba,  notícias  corridas,  era  o  lugar  para  habitar.

                Era  tempo  de  muita  fome  e,  no  rastro  da  fome,  vinham  as  doenças.  Muitas  famílias  foram  dizimadas. Espetáculo  somente  para  indivíduos  fortes. Corpos  secos  nas  beiras  das  estradas,  nas  entradas  de  fazendas  que  outrora  foram  ricas  e  de  grande  movimento.    miséria  provocada  pela  grande seca  de  1790  a  1793.

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário

BANCO DE BIOGRAFIAS

MAGALHÃES JÚNIOR: O TRABALHADOR DAS LETRAS

  O  INCANSÁVEL Dele  é   Nele  está E,  como  escreve  o  autor  citado, na  pagina  acima,  IR BUSCAR  LÃ ( EM  BRASÍLIA ) a  chance  é  g...