Falece Frans Krajcberg na Bahia, com 97 anos de idade.
Frans Krajcberg (Kozienice Polônia 1921)
Escultor, pintor, gravador, fotógrafo.
Estuda engenharia e artes na Universidade de Leningrado. Durante a
Segunda Guerra Mundial (1939-1945), perde toda a família em um campo de
concentração. Muda-se para a Alemanha, ingressando na Academia de Belas
Artes de Stuttgart, onde é aluno de Willy Baumeister. Chega ao Brasil em
1948. Em 1951, participa da 1ª Bienal Internacional de São Paulo com
duas pinturas. Reside por um breve período no Paraná, isolando-se na
floresta para pintar. Em 1956, muda-se para o Rio de Janeiro, onde
divide o ateliê com o escultor Franz Weissmann
(1911 - 2005). Naturaliza-se brasileiro no ano seguinte. A partir de
1958, alterna residência entre o Rio de Janeiro, Paris e Ibiza. Desde
1972, reside em Nova Viçosa, no litoral sul da Bahia. Amplia o trabalho
com escultura, iniciado em Minas Gerais, utilizando troncos e raízes,
sobre os quais realiza intervenções. Viaja constantemente para a
Amazônia e Mato Grosso e fotografa os desmatamentos e queimadas,
revelando imagens dramáticas. Dessas viagens, retorna com raízes e
troncos calcinados, que utiliza em suas esculturas. Na década de 1980,
inicia a série Africana, utilizando raízes, cipós e caules de palmeiras
associados a pigmentos minerais. A pesquisa e utilização de elementos da
natureza, em especial da floresta amazônica, e a defesa do meio
ambiente, marcam toda sua obra. O Instituto Frans Krajcberg, em
Curitiba, é inaugurado em 2003, recebendo a doação de mais de uma
centena de obras do artista.
Comentário Crítico
Nascido na Polônia, Frans Krajcberg chega ao Brasil em 1948,
procurando reconstruir sua vida, após perder toda a família em um campo
de concentração, durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Com
formação em engenharia e artes, realizada em Leningrado, sua carreira
artística inicia-se no Brasil. Após residir um curto espaço de tempo no
Paraná, muda-se para o Rio de Janeiro, onde divide ateliê com o escultor
Franz Weissmann
(1911 - 2005). Suas pinturas desse período tendem à abstração,
predominando tons ocre e cinza. Trabalha motivos da floresta paranaense,
com emaranhados de linhas vigorosas.
O artista retorna a Paris em 1958, onde permanece até 1964. Alterna
sua estada em Paris com viagens a Ibiza, na Espanha, onde produz
trabalhos em papel japonês modelado sobre pedras e pintados a óleo ou
guache. Essas "impressões" são realizadas com base no contato direto com
a natureza, e aproximam-se, em suas formas, de paisagens vulcânicas ou
lunares. Também em Ibiza, a partir de 1959, produz as primeiras "terras
craqueladas", relevos quase sempre monocromáticos, com pigmentos
extraídos de terras e minerais locais. Como nota o crítico Frederico
Morais, a natureza torna-se a matéria-prima essencial do artista.
De volta ao Brasil, em 1964, instala um ateliê em Cata Branca, Minas
Gerais. A partir desse momento ocorre em sua obra a explosão no uso da
cor e do próprio espaço. Começa a criar as "sombras recortadas", nas
quais associa cipós e raízes a madeiras recortadas. Nos primeiros
trabalhos, opõe a geometria dos recortes à sinuosidade das formas
naturais. Destaca-se a importância conferida às projeções de sombras em
suas obras.
Em 1972, passa a residir em Nova Viçosa, no litoral sul da Bahia.
Amplia o trabalho com escultura, iniciado em Minas Gerais. Intervém em
troncos e raízes, entendendo-os como desenhos no espaço. Essas
esculturas fixam-se firmemente no solo ou buscam libertar-se,
direcionando-se para o alto. A partir de 1978, atua como ecologista,
luta que assume caráter de denúncia em seus trabalhos: "Com minha obra,
exprimo a consciência revoltada do planeta".1 Krajcberg viaja
constantemente para a Amazônia e Mato Grosso, e registra por meio da
fotografia os desmatamentos e queimadas em imagens dramáticas. Dessas
viagens, retorna com troncos e raízes calcinados, que utiliza em suas
esculturas.
Na década de 1980, inicia nova série de "gravuras", que consiste na
modelagem em gesso de folhas de embaúba e outras árvores centenárias,
impressas em papel japonês. Também nesse período realiza a série
africana, utilizando raízes, cipós e caules de palmeiras associados a
pigmentos minerais. Krajcberg sempre fotografa as suas esculturas,
muitas vezes tendo o mar como fundo. O artista, ao longo de sua
carreira, mantém-se fiel a uma concepção de arte relacionada diretamente
à pesquisa e utilização de elementos da natureza. A paisagem
brasileira, em especial a floresta amazônica, e a defesa do meio
ambiente marcam toda a sua obra
Sem subterfúgios. Faleceu Krajcberg, um artista totalmente ao natural. Tudo aos olhos de KRAJCBERG DAVA ARTE. É O INUSITADO DA BELEZA QUE HÁ EM TUDO.
Tinha ateliê em seu sitio no interior da Bahia. Antes de falecer determinou que os seus bens fossem doados ao governo da Bahia para que fosse completada a construção de um museu que iniciou.
Ficava magoado quando um jornal o tratava como polonês, pois afirmava ser sim, BRASILEIRO. Foi assaltado 4 vezes, mas tinha um amor grande pelo BRASIL.
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