O SENTIDO DA
FILOSOFIA COMO SABEDORIA
HUMANA
Os
homens que buscavam
soluções racionais para
todos os problemas
eram chamados de sophoi, isto
é, sábios, na Grécia do
século VI
a.C. Ora, sábio é
um adjetivo de
sentido vinculado ao
verbo latino “sapere”,
que significa “ter
sabor de”, como
nesta frase:”a carne
de patos bravos sabe
a peixe”; nessa
frase o verbo “sapit” é
intransiutivo e significa
“ter sabor de”.
Mas o verbo “sapere”, latino, “saber” em
português, quando usado
na forma transitiva
direta, pode significar
a ação de
saborear, de perceber
ou reconhecer pelo sabor,
como nesta expressão
de Cícero “recta
sapere” que se
traduz por sentir
o sabor das
coisas corretas, ou
seja, reconhecer aquilo
que é certo.
Assim como
se pode distinguir
pelo paladar o
que está bom
do que está
deteriorado, o que
é bom do que é
ruim, como fazem
desde muito cedo
as criancinhas, também
pode – se discernir pela
razão o que
é certo e
o que é
errado, o que é correto
e o que
é incorreto. Sabedoria
é, pois, a
capacidade de saborear,
de perceber as
coisas do espírito,
de reconhecer o
que é bom,
o que é
verdadeiro, o que
é justo. Sábio
é o homem
que julga com
acerto. Assim como
o paladar não
se engana, também
a mente do
sábio não erra
em seus julgamentos.
No século VI
a.C, Pitágoras celebrizou – se entre
os sábios da
Grécia, embora não aceitasse
a denominação de
sábio; julgou a
expressão imprópria e
presunçosa e preferiu
denominar – se filósofo, e
não sofos, isto
é devotado à
sabedoria e não
sábio. (...) Daí
por diante o
nome de sábio
mudou – se para filósofo
e o nome
de sabedoria para
filosofia.
Fonte: Ruiz,
João Àlvaro, 1928-.
Metodologia Científica: guia para
eficiência nos estudos.
São Paulo, Atlas, 1979.106.p
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