A BALADEIRA
por Chico Ocosta
A baladeira
é conhecida em
outras regiões do
Brasil como estilingue,
atiradeira ou funda.
Sua feitura consiste
numa forquilha com
tiras de borracha
flexível que tem
nas suas extremidades uma
peça em sola
para apoio de
uma pedra de
formato esférico, que
ao ser puxado
pelas mãos em
sentido contrário se
torna uma arma
de arremesso para
abater aves e
outros animais de
pequeno porte.
O sítio
Taboca já fora
coberto por grandes
matas tropicais e
tinha uma fauna
invejável, mas com
a chegada do
homem branco foi
sendo desmatada e
consequentemente as caças
afugentadas. Atualmente, há poucas espécies
que conseguiram através
dos tempos sobreviver
a todo tipo de
ataque predatório.
A própria
história do povoamento
do nordeste brasileiro
consta que, em
cada lugar que
era erigido uma
pequena fortificação, o
bandeirante ou sertanista tinha
o seu relato de
observação em que
constava tratar – se de
uma terra fértil
e que existiam
muitas caças que
serviam para o
alimento e outras
onde sua
pele tinha valor
comercial. Portanto, se
herdou das populações
mais velhas e
desbravadoras, o extinto ( instinto )
predatório com relação
à fauna, pois
qualquer animal que
fosse visto pela
frente seria abatido.
Não existia o
espírito ecológico naquela
época, portanto, não
herdamos os hábitos
de preservar a
natureza.
Quase todas
as crianças ( da
minha época ) carregavam
uma baladeira e
muitas pedras de
piçarra, especialmente escolhidas
na rodagem, o
que era motivo
de peia por
parte das mães
pelo fato de
deixar os bolsos
das calças com
sujeira de cor
avermelhada.
Algumas crianças
que caçavam com
baladeira, usavam do
artifício de matar
o beija – flor e
rapidamente arrancar o
coração para engolir
com o pretenso
propósito de manter
a forma mágica
de exímio acertador.
Os passarinhos
caçados eram rolinhas,
turas, almas – de – gato, choró,
bico – de – latão, cupido, sanhaçu,
entre outros e
também de vez
enquanto ( em quando ) um preá,
uma pixuna etc.
Todas as
caças abatidas eram
limpas e salgadas
para assar no
espeto e servir
de um saboroso
petisco ou como
mistura de uma
bela pratada de pirão de
leite ( ou de
baião de dois! ).
Negrito de
minha responsabilidade, mas
sem autorização do
autor ( que peço )
.
Fonte: Sítio Taboca,
de Chico Ocosta,
p.197.
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