Esta é
muito expressiva!
Há um tempo em que é preciso
abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os
nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia:
e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós
mesmos.
Sentir é criar. Sentir é pensar
sem ideias, e por isso sentir é compreender, visto que o universo não tem
ideias.
A maioria pensa com a
sensibilidade, eu sinto com o pensamento. Para o homem vulgar, sentir é viver e
pensar é saber viver. Para mim, pensar é viver e sentir não é mais que o
alimento de pensar.
Querer não é poder. Quem pôde,
quis antes de poder só depois de poder. Quem quer nunca há-de poder, porque se
perde em querer.
O próprio viver é morrer, porque
não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos
nela
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.
O pensamento pode ter elevação
sem ter elegância, e, na proporção em que não tiver elegância, perderá a ação
sobre os outros. A força sem a destreza é uma simples massa.
Tudo em nós está em nosso
conceito do mundo; modificar o nosso conceito do mundo é modificar o mundo para
nós, isto é, é modificar o mundo, pois ele nunca será, para nós, senão o que é
para nós.
Quem não leu, até hoje, Fernando Pessoa, não sabe o que está perdendo.
ResponderExcluirÉ gratificante tomar conhecimento da obra do poeta português. Leia. Leia mais! Leia sempre!