IGUALDADE NO PÓ
Messias Costa
Em nada
importará
Se na
vida mundana
Um dia
fui rei,
Deputado, senador,
Padre, marechal
ou doutor.
Saibam os
que estas virem
Que apenas
importa a dor
A que
sofremos
Ou a que
ajudamos a suavizar,
Por meio
da nossa mão
amiga,
Ramo do
coração compassivo e
misericordioso.
Na hora
da incógnita maior,
O momento
de ocupar
a última
morada,
Aquela para
a qual nenhum homem quer se
mudar,
Todos se
igualam,
Passivamente, sem
luta e sem
trégua.
Não haverá
apresentação de patente:
Nenhum é
nem tenente.
Todos somos
soldados rasos somente.
Assim sendo,
quando eu me for,
Desta para
melhor,
Em cova
rasa
Enterrado quero
ser.
Nada de
túmulo suntuoso,
Bonito e
grande
Qual pirâmide.
Quero apenas
Os sete
palmos de terra
crua
Que reza
a sabedoria popular.
Pois de
quê me servirá
Uma bela
morada,
Ou linho
branco para vestir
a carcaça
Se esta
vai apodrecer
E se
misturar toda
Ao pó
das estradas ou
À terra
seca e quente
Da tarde
azulada?
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