segunda-feira, setembro 17, 2012

do autor de AS FLORES DO MAL


A  VIDA  EXTRAVAGANTE  DE  BAUDELAIRE
e  AS  FLORES  DO  MAL

         E  assim  sua  herança  ia – se  esgotando,  coisa  que,  ao  que  se  saiba,  jamais  preocupou  o  jovem  poeta,  que  tinha  ainda  outros  hábitos  extravagantes,  como  o  de  amar  apaixonadamente  jovens  decaidas  e  que  o  faziam  descer  todos  os  degraus  do  vício.  Foi assim  que  conheceu  a  mulher  que  deveria  contribuir  para  a  sua  ruína:  Jeanne  Duval.
        Visitando,  certa  noite,  um  teatro  de  Paris  viu  Jeanne,  uma  jovem  escura,  interesseira,  dada  aos  licores  e  aos  tóxicos,  Baudelaire  ficou  fascinado  por  essa  “Vênus  negra”, como  ele  a  chamava,  e  montou – lhe  um  belo  apartamento,  luxuosamente  mobiliado.  Era  ignorante  e  perversa  para  com  o  poeta.  Mas  Baudelaire  ligou  -  se  a  ela  como  a  mais  ninguém  e  achou  que  era  seu  dever  mantê – la  por  mais  de  20  anos,  mesmo  depois  de  se  ter  separado.

AS  FLORES  DO  MAL
          Foi  em  1857  que  ( Baudelaire )  publicou  “As  Flores  do  Mal,  que  deveria  provocar  rumoroso  escândalo  e  um  processo  por  ofensa  à  moral  e  ao  pudor  da  sociedade  que  o  cercava.  Tanto  ele  como  o  seu  editor  foram  condenados.  Jamais,  entretanto,  mesmo  nas  horas  de  fome,  miséria  e  desespero,  perdia  a  mania  de  excentricidade,  quando,  por  exemplo,  após  o  processo,  conseguiu  afinal  um  emprego,  como  diretor  de  um  jornal  que  era  editado  em  Chateauroux,  pensou  logo  numa  brincadeira  e  escreveu  um  artigo  que  afrontava  a  orientação  conservadora  do  órgão  que  dirigia.  O  arigo  começava  com  estas  palavras:”Marat,  alma  doce,  e  Robespierre,  homem  de  verdade...”.
Fonte:  FOLHA  ILUSTRADA,  caderno  da  Folha  da  Tarde  e  da  Folha  da  Noite,  São  Paulo,   Terça – feira,  25  de  Agosto  de  1959.

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