A VIDA
EXTRAVAGANTE DE BAUDELAIRE
e AS
FLORES DO MAL
E
assim sua herança
ia – se esgotando, coisa
que, ao que
se saiba, jamais
preocupou o jovem
poeta, que tinha
ainda outros hábitos
extravagantes, como o
de amar apaixonadamente jovens
decaidas e que
o faziam descer
todos os degraus
do vício. Foi assim
que conheceu a
mulher que deveria
contribuir para a sua ruína:
Jeanne Duval.
Visitando, certa
noite, um teatro
de Paris viu
Jeanne, uma jovem
escura, interesseira, dada
aos licores e
aos tóxicos, Baudelaire
ficou fascinado por
essa “Vênus negra”, como
ele a chamava,
e montou – lhe um
belo apartamento, luxuosamente
mobiliado. Era ignorante
e perversa para
com o poeta.
Mas Baudelaire ligou
- se a
ela como a
mais ninguém e
achou que era
seu dever mantê – la por
mais de 20
anos, mesmo depois
de se ter
separado.
AS FLORES DO MAL
Foi em 1857 que (
Baudelaire ) publicou “As
Flores do Mal,
que deveria provocar
rumoroso escândalo e um processo
por ofensa à
moral e ao
pudor da sociedade
que o cercava.
Tanto ele como
o seu editor
foram condenados. Jamais,
entretanto, mesmo nas
horas de fome,
miséria e desespero,
perdia a mania
de excentricidade, quando,
por exemplo, após
o processo, conseguiu
afinal um emprego,
como diretor de
um jornal que
era editado em
Chateauroux, pensou logo
numa brincadeira e
escreveu um artigo
que afrontava a
orientação conservadora do
órgão que dirigia.
O arigo começava
com estas palavras:”Marat, alma
doce, e Robespierre,
homem de verdade...”.
Fonte: FOLHA ILUSTRADA,
caderno da Folha
da Tarde e
da Folha da
Noite, São Paulo,
Terça – feira, 25 de
Agosto de 1959.
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