Trecho de “O Julgamento
de Danton”.
“Aqui, é preciso
voltar um pouco
atrás para ver
que mecanismo as
duas Comissões, a da
segurança geral e
a do bem público,
levaram Danton a
comparecer perante o tribunal.
No início
de 1794, três correntes
dirigem a revolução
dilacerando – se entre si:
os hebertistas, partidários
do terror a todo custo;
os dantonistas, partidários
da indulgência, considerando
que é tempo
de por fim
aos massacres e
às guerras contra
a Europa; finalmente,
os robespierristas, simultaneamente puros
e duros, para
os quais nenhuma
fraqueza, nenhum relaxamento
é tolerável. Entre
estas três facções
não há entendimento
possível e a
vitória pertence a
quem mandar os
outros para o
cadafalso. Os primeiros
a irem por
esse caminho são Hébert e
seus amigos, que
tanto sangue fizeram
correr, e muitas
vezes inutilmente. Danton
e Robespierre ficam
frente a frente.
Estamos no mês de
março. Nunca a
primavera foi tão
bela, como se a natureza
tentasse atenuar a
loucura dos homens.
É
provável que Robespierre
não desejasse a
morte de Danton,
mas somente a
sua eliminação política.
Mas foi impelido
para uma decisão
extremista por Saint-Just.
Alguns amigos
tentaram meter – se de
permeio para evitar
o pior entre
estes dois homens
que fizeram a
Revolução cada um
à sua maneira,
mas que no
fundo se completam.
Se foram aliados
antes de se
tornarem adversários, nunca
foram amigos. Para
Robespierre, Danton é um folião,
um depravado que
não pensa senão
em gozar a
vida, com muita
conversa mas sem
verdadeira coragem. Para
Danton, Robespierre é
um homem frio. Tanto moral
como fisicamente. Tudo
os opõe. (...)
[Danton] Também
está de boa
fé quando, sabendo
que Saint – Just e
Robespierre o atacam
cada vez mais
perante as Comissões.
Danton volta de
Sèvres onde descansa
em casa da
família de sua
segunda mulher e, a pedido
de alguns amigos,
decide – se a ir
ver Robespierre em
casa de Duplay,
o marceneiro da
rua Saint – Honoré, que
alberga o “Incorruptível”. “
Trecho de “O
Julgamento de Danton”, um
dos expoentes da
revolução francesa que
derrubou o rei Luis XVI.
É parte do livro Os
Grandes Julgamentos da
História.
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