MOAGEM
Esmerino Magalhães Neto
Alimenta a
fornalha
Com o
bagaço e a
palha
Ei, entorna
a tiborna
Cadê Zé
da Amália
O
que menos trabalha?
Rangedor é
o engenho
A
romper POJ
Mas menino
nem nota.
E
quando um boi
tomba
Aí emperra
a maromba,
Se atrapalha
o tangedor
A
palha entupindo a
calha
Se faz
um grande escarcéu
Valha -
me Deus do
céu.
Cheiro de mel
“repu(g)na
A
rapadura se apura.
Zé Donana
traz a cana
Ninguém com
ele ralha
Lá no
engenho Pavuna.
Bagaceira curtida
O espírito
de vinho
Aguardente que
embaralha
Mais que
manipueira
Os sonhos
do Zé da
Amália.
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LEMBRANÇA RURAL
Aos meus pais
Esmerino Magalhães Neto
A
casa respirando
O perfume
do pomar
Levada rasa, cangapés
Estrume dormente
de vida
Fruta de
vez acabada de
apanhar.
A
luz do sol
a pino
Através do
vidro espesso
Da folhagem
Ah, nunca
esqueço!
Dias de
moagem
Cheiro de
mel apurado
Carro – de – bois na
rodagem
Transporte de cana
Do corte
da baixa.
Nas franjas
do capinzal
Esse ruído de
sedas,
Pétalas e
pensamento
Voando sob
alamedas.
E
a estrada tão
larga,
Povo humilde
e venturoso.
Eu sem
saber já vivi
Um estória
de trancoso.
Do livro
de Poesias Lua
das Águas, de
Esmerino Magalhães Neto. 1987
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