terça-feira, junho 11, 2013

NÃO ENTENDO!




A  POESIA   CONTEMPORÂNEA

LIXO  no  LUXO.
Augusto  de  Campos  produziu.

  o  Metassoneto  ou  o  computador  irritado,  foi  proposto  por  José  Paulo  Paes.

abba
baab
cdc
dcc
[...]
Blablablablablablablablablablablablablablabla


Que  coisa,  esta!



            Quem  botou  esta  criatura  no  mundo  foi  Murilo  Mendes.  A  pergunta  é:  é  uma  poesia?  Ou  simplesmente  o  estranho  de  uma  conjuntura  de  palavras  sem  eira-nem-beira?  Acho  que  é  mais  um  exercício  de  um  escriba  qualquer  para  não  esquecer  as  palavras  que  pode  vir  a  usar  um  dia.  Não  vejo  uma  noção  de  conjunto,  de  significação  para  que se  efetive  uma  compreensão  do  que  o  autor  quis  deixar  para  os  pósteros. 
             O  Metassoneto  acima  exposto,  não  tem  som,  não  tem  cor,  é  inodoro  e  insípido.  E o  que  falar  de  LIXO  com  luxo.  Talvez  pela  velocidade  da  vida  que  passa  ao  lado,  ou  pelas   novas   tecnologias  que  chegam  e  fazem   aposentar  a  velha  Olivetti  num  canto,  pela fragmentação  e   inexatidão  das  relações  que  nascem  e  logo  se  estilhaçam  como  uma  taça  que  vai  ao  chão,    influenciados  pelos  ventos  da  Europa  ( e  muitos    movimentos  europeus  influenciaram  as  letras  e  as  artes  em  geral  no  Brasil ),  os  autores  contemporâneos  passaram  a  desenvolver  uma  poesia  fragmentada e,  muitas  vezes,  simples  ajuntamento  de  palavras  carregadas  de  nenhum  significado.  Talvez  até  tenham  as  poesias  um  significado  para  eles,  autores,  que  estão  imersos  em  um  mundo  pautado  pela  estranheza  dos  fatos  e  das  coisas  que  se  corroem  com  o  tempo  que  passa  rapidamente  sobre  ( ou  sob )  as  suas  vidas.  
             Desta  forma,  na  época  que  vigora,  uma  palavra  e  uma  figura  qualquer  num  papel  pode  ser  declarada  como  uma  poesia,  uma  obra  de  arte.  Agora  palavras  são  criadas  do  nada,  textos  são  escritos  com  uma  frase.  As  tendências  surgem  influenciadas  por  movimentos  aleatórios:  os  ismos  são  tantos.  Concretismo,  vanguardismo,  comunismo,  totalitarismo,  socialismo.  E  os  artistas  vão  em  busca  das  tendências.  E  as  tendências  agradam  a  uns  e  desagradam  a  outros.  Assim  vejo  a  poesia  dos  tempos  atuais:  fragmentada,  despedaçada,  desesperada.
                            Monte
                                Ponte
                                   Fonte
                                     Horizonte
                                              Fonte
                                                 Ponte  
                                                  Monte
O  que  eu  entendi  de  Grunewald  nesta  criatura?  Ele  talvez  estivesse  vendo, da  janela  de  seu  apartamento  um  monte,  uma  ponte,  o  horizonte.  A  fonte  ele  somente  intuía.  Acho  que  ele  tresvalia, está  em  estado  de  desocupação  da  mente,   naquele  momento.  Tudo  vai  e  vem.   É  poesia,  talvez.  Pela  sonoridade  das  palavras,  talvez.

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