segunda-feira, maio 23, 2022

MAGALHÃES JÚNIOR E ABDELKADER MAGALHÃES, jornalistas

Foram  citados  


                                                              do  BLOG  da  Associação Campista  de  Imprensa

História

Registros iniciais para uma história da AIC


A Associação de Imprensa Campista é uma senhora atrevida de 87 anos. Nascida em 17 de Junho de 1929, sua formação se deu por iniciativa de trabalhadores da imprensa reunidos na filial de Campos dos Goytacazes do jornal “O Estado”, de Niterói. Sua primeira diretoria foi formada pelos jornalistas Sylvio Pélico Fontoura (presidente), Alcindor de Moraes Bessa (vice-presidente), Roberto Findlay (primeiro secretário), Antenor Vianna de Carvalho (segundo secretário), e Silvio Cardoso Tavares (tesoureiro), como registrou Jorge Arueira, no livro “Viver é ter amigos”, onde relata passagens do seu pai, o jornalista Latour Arueira.

Hervé Salgado Rodrigues, na obra “Campos – Na Taba dos Goytacazes”, afirma que a intenção da associação não era desenvolver atividades sindicais, “mas apenas defender a imprensa, seus direitos, sua liberdade”.

Além dos citados integrantes da primeira diretoria, participaram da reunião de fundação os jornalistas Julio Nogueira, Gastão Machado, Thiers Cardoso, Lily Tavares, Mucio da Paixão, Evandro Barroso, Theophilo Guimarães, Abdelkader Magalhães, Raimundo Magalhães Júnior, Cesar Tinoco, Horacio Souza, Prisco de Almeida, Carivaldino Martins, Ulisses Martins, Claudinier Martins, Osvaldo Tinoco, Everaldo Tinoco, Gumercindo Freitas e Porphirio Henriques.

Ao longo da sua história, alguns dos mais ilustres profissionais da imprensa e personalidades das letras e das artes passaram pela presidência da entidade, entre eles Otacílio de Alcântara Ramalho, Godofredo Nascentes Tinoco, Alcides Carlos Maciel, Oswaldo de Almeida Lima, Hervé Salgado Rodrigues, Latour Arueira, Herbson Freitas, Amaro Prata Tavares, Hugo de Campos Soares, José Dalmo, Hélio Gomes Cordeiro e Orávio de Campos Soares. Atualmente, a AIC é presidida pelo jornalista e professor Vitor Menezes.

Waldir P. de Carvalho registra, no livro “Campos depois do centenário”, que em 25 de setembro de 1943, a AIC, “que durante anos vinha funcionando em salas cedidas por outras entidades de classe da cidade, inaugurava sua sede (transitória) na Av. 7 de Setembro – altos da Confeitaria Francesa”, em solenidade que contou com as presenças do prefeito de Campos à época, Salo Brand, e o diretor do Departamento Estadual de Imprensa e Propaganda, Marcos Almir Madeira, recepcionados pelo então presidente da entidade, Alcides Carlos Maciel.

Desde os anos 30, no entanto, como aponta Hervé Salgado Rodrigues, a Prefeitura de Campos havia doado à Associação de Imprensa Campos o terreno na Rua Tenente Coronel Cardoso. E uma obra lenta e polêmica, que gerou trocas de acusações entre os jornalistas Silvio Fontoura e Otacílio Ramalho, chegando a provocar a destituição deste último da presidência da entidade, foi iniciada.

Depois de breve passagem de Godofredo Tinoco pela presidência, também em período controverso, segundo Rodrigues, Maciel assumiu a entidade, dando impulso à construção da sede definitiva da associação, no terreno doado pela municipalidade.

A escritura do imóvel confirma a doação do terreno, feita em 15 de agosto de 1931, por meio do decreto número 88, do prefeito Oswaldo Luiz Cardoso de Melo, lavrada em cartório dois dias depois (Livro 168, folha 77). A doação foi condicionada à utilização para área para a construção da “Casa do Jornalista”, “sob pena de, na falta de cumprimento desse compromisso, ser o imóvel revertido à doadora”.

O compromisso foi cumprido. Marco ainda presente no hall edifício registra: “Casa do Jornalista – Construção iniciada na administração Otacílio Ramalho e concluída pelo presidente Alcides Carlos Maciel – 23/08/44”. Mas somente em 15 de maio de 1965, a escritura definitiva foi emitida, “retificando e ratificando” a doação, uma vez que os propósitos de utilização do imóvel haviam sido cumpridos e o terreno poderia, enfim, pertencer “sem embaraços” à Associação de Imprensa Campista.

Arueira registra o funcionamento, na sede da AIC, de entidades e movimentos como o AA (Alcóolicos Anônimos), Ordem Rosa-Cruz, Associação dos Idosos, Academia Pedralva-Letras e Artes, União Brasileira dos Trovadores, Grupo de Oratória, Clube de Poesia, entre outras. E Avelino Ferreira, no livro “Faria tudo outra vez”, lembra que a sede da associação serviu de espaço de reuniões para o movimento “O petróleo é nosso” em Campos, liderado pelo Centro de Defesa do Petróleo, fundado no município por João Barcelos Martins, Heraldo Viana e João de Faria.

No período da Ditadura Militar, serviu de abrigo para iniciativas ousadas para época, como a de sediar Conferência do Centro Norte Fluminense para Conservação da Natureza (CNFCN), em 14 de dezembro de 1979, com palestra do deputado federal Modesto da Silveira, que fazia pregação contrária ao projeto Jari, na Amazônia, defendido pelos militares e, em Campos, pelo deputado federal Alair Ferreira, como afirma Delso Gomes no livro “História do Partido Comunista em Campos”. Também é de Delso Gomes o relato sobre a palestra realizada pelo líder comunista Luiz Carlos Prestes no auditório da Associação de Imprensa Campista, em 5 de abril de 1980.

A sede da entidade também abrigou, em 1° de Maio de 1994, assembléia histórica de jornalistas que fundaram o Sindicato dos Profissionais em Comunicação Social do Norte e Noroeste Fluminense (Sicom), que, no início dos anos 2000, viria a deixar de existir em razão de ter a sua base territorial reivindicada pelo Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro. Também esta última entidade se utilizou dos serviços da sede da AIC, tendo ali funcionado uma das suas delegacias sindicais. Mais recentemente, a entidade se empenhou em campanhas como a do movimento “Viva Monitor”, contra o fechamento do jornal Monitor Campista, ocorrido em 15 de novembro de 2009, e integrou, com o a Câmara de Vereadores e o Conselho de Preservação do Patrimônio Arquitetônico Municipal (Coppam), o grupo de trabalho que viabilizou o retorno ao município do acervo do jornal.

Ao longo destes 85 anos, a AIC tem sido cenário de resistência democrática e de defesa do papel da imprensa. Além disso, centenas de reuniões partidárias e de movimentos sociais, agitações e coletivos culturais, tiveram espaço na sede da associação. Seu mais tradicional evento, a “Semana da Imprensa”, realizada no período em que se comemora o Dia da Imprensa, em 1° de Junho, chega à 24ª edição em 2014. E no sexto ano está o projeto Cine Jornalismo AIC, que promove, de março a novembro, exibições de filmes sobre jornalismo e encontros com jornalistas e estudantes de jornalismo todo último sábado do mês. Outro evento na sede da entidade, o “Balada Curta”, que reúne várias expressões culturais, com ênfase na vocação de promover a produção audiovisual campista, teve a quatro edições realizadas, integrando campanha de arrecadação de livros infantis e infanto-juvenis para a Casa do Pequeno Jornaleiro.

Muito da história da AIC, no entanto, ainda está por ser contada. Está colocada a demanda para os pesquisadores que possam se interessar por esta tarefa e contribuir para a memória da entidade e do município.


Referências bibliográficas

ARUEIRA, Jorge. Viver é ter amigos – Latour Arueira. São João da Barra (RJ): Edição do autor, 2005.

CARVALHO, Waldir P. Campos depois do centenário. Campos dos Goytacazes (RJ): Edição do Autor, 1991.

FERREIRA, Avelino. Faria tudo outra vez. Campos dos Goytacazes (RJ): Edição do autor, 1995.

GOMES, Delso. História do Partido Comunista em Campos – Memórias de um Partido Revolucionário. Campos dos Goytacazes (RJ): Edição do Autor, 2000.


RODRIGUES, Hervé Salgado. Campos – Na taba dos Goytacazes. Niterói (RJ): Imprensa Oficial, 1988

segunda-feira, maio 16, 2022

Da Casa da Florência

 Suvenir  coletado  nas  ruinas  da  Casa  de  Maria  Gomes  Parente,  a  conhecidissima  Casa  da  Florência,  que  foi, nas  décadas  de  20, 30 e  40  abrigo  para  personalidades  que  se  aventuravam  por  estas  bandas.  Deputados  e  outras  figuras  tinham  na  casa  da  Florência  a  hospedagem  boa  e  sã,  depois  de  uma  longa  viagem  em  lombo  de  cavalos.

A  casa  da   finada Mariirnha,  como  ficou  conhecida  da  população,  também  se  FINOU  devagar...

devagar... devagar!!!  Agora  é  só  entulho!!!  

Como  dizemos  no  meio  popular:  MORREU  À  MINGUA!!!




sexta-feira, maio 06, 2022

LEMBRANDO FUTEBOL E APRENDENDO

 


  LEMBRANÇA!!!!!          

 

           Por  anos  das  décadas  de  960/70,  Ubajara  foi  bem  representado  nos  campos  de  futebol  do  estado  do  Ceará.  Em  1961  ocorreu  a  fundação  da  agremiação  Ubajara  Esporte  Clube,  que  tinha  como  presidente  José  Parente  da  Costa. 

           Muitos  jogadores  bons  passaram  por  Ubajara.  Era  o  tempo  da  bola  e  da  chuteira  de  couro  bruto.  Brutos  também  eram  os  chamados  “biscoitos”  das  chuteiras.  Os  campos  de  futebol  do  interior  não  se  diferenciavam.  Eram  os  campos  de  peladas.  Mas  a  alegria  era  sem  tamanho  quando,  no  domingo,  tinha  jogo.  Ainda  me  lembro  do  campo  que  existiu  no  local  onde  hoje está  a  fábrica  da  Marasuco.  Era  todo  cercado  de  palha  de  palmeira.  Lembro  também  que,  sem  dinheiro,  eu  ia  brechar  pelos  buracos  na  palha.  Às vezes,  liberada  a  entrada,    ia  eu  ver  o   restante  da  partida.  Depois,  também  joguei,  mas  não  chegava  aos  chinelos,  melhor  dizendo:  às  chuteiras,   da  grande maioria  dos  citados. 

          De 70  e  por  ai... Falando  dos  jogadores,  vejamos  quem  deu  sua  contribuição  por  vários  anos  ao  esporte,  participando  do  elenco  do  Ubajara  Esporte  Clube,  sem  estabelecer  parâmetro  de  idade: Zequinha  Gabriel,  irmão do  Paulo,  também  Gabriel,  Nego  Flor,  que  foi  pai  de  bons  jogadores,  Valdemar  dos  Anjos,  Valdemar  da  Diolinda, pai  do  agilíssimo goleiro  Francimar, dr.  Guido  Furtado  Pinto,  Antonio  Pinto,  Chico  Flor,  Afonso  Lima,  Pote,  Deodato,  centroavante  do  Frechal,     Alves,  Tarcísio  Dêga,  Manuel  Xereréu,   Raimundo  Garapa,  conhecido  Raimundão,  Luizim  Francelino,  goleiro,  Burdão,  Lacrau  e  Barrãozim,  que  eram  de  Sobral,  Prexede,  Lagoa  que  vinha  do  Piauí,    Barroso  e  Ze  Grosso,   da  Granja,  Nonatim,  e  Sapim  da  Moitinga,  meus  amigos,  Carlos  Evandro,  Goleiro,  Fernando,  Tozim,  Raimundo  Lima,  mais  conhecido  como  Firá,  que  era  tio   de  Afonso ( já  citado ),  França  Ventão, Zé  Maria  Flor,  Sapato,  Ferreirinha,  Popó,  Dim,  o  goleiro Caceteiro,  Helder  Dantas  e  Cafofa.  Fechando  o  grupo,  mas  no  comando,  na  beira  do  campo,  tinha  o   velho  Caxica.  E,  por  muitos  anos, o  massagista  se  chamava  Expedito  Merença...          

       

           Dourtor  Nabuco,  dentista,  irmão  de  Domício  Pereira,  foi  presidente  do  Ubajara  Esporte  Clube,  quando  a  equipe  foi  Vice  Campeâ  do  Estado,  em  jogo  disputado  contra  Quixadá.

            Mais  recentemente,  muitos  outros  nomes  se  destacaram  e  devem ser  lembrados:  Djalmir,  filho  de  Djalma  Lima,  Xaninha,  Edmilson Moreira  ( vulgo Gafieira), Louro  do   Biraca,  os  irmãos  Silvino,  Luiz  e  Manoel,  guarda  metas, Raimundo  Silva, frangueiro, que  também  tinha  predileção  por  guardar  a  redonda  debaixo  dos  três  paus.  Quase  ia  esquecendo: vale anotar  também  os  nomes  de    Maria  Sapo,  centroavante  rompedor,    Maria  do  Mundim   e  Zezé,  irmão  de  Nonatim,  com  quem  ainda  tive  o  prazer  de  jogar  em  início  de  atividades.

           Também  merecem destaque    Maria  Catita  e  irmão  Carlos  Alberto,  Pelé,  que,  na  verdade, é Vicente.  Pelé  porquê?  Porque  o  nego  era  liso”,  centroavante  matador,  esperto,  cabeceava  de  olhos  abertos.    Maria  Eufrásio  também  figura  nesta  lista,  pois,  conforme  soube,  jogava  muita  bola,  mas     uma  história  nebulosa  sobre  a  sua  personalidade  que  não  vale  aqui  expor. 

           Ressalto  ainda  que  o  Garrincha,  da  família  Felix,  de  Monte  Castelo,  também  fazia  bom  jogo  e,  quando  estávamos  no  mesmo  time,  matávamos  os  adversários  que,  com  medo  de  perderem  para  nós,  sempre  procuravam  nos  separar. Assim  foi  também  com  Carlim  Muleque  e  Jorge  Alberi,  ambos  de  Cajueiro  de  Jaburuna,  com  quem  muito  gostei  de  fazer  duplas.  Passaram  por  aqui,  no  comando  de  nossas  equipes,  o  sargento  Vaz  e  o  comissário  Cassiano  que  me  deu  uma  boa  lição.  E  conto  como   foi.

Foi  mais  ou  menos  assim:  O  time  do  Operário,  de  Manoel  da  Caçamba  e  de  Luiz,  irmãos,  tinha  se  esvaziado.  Estava  bem  pertinho  de  se  desmanchar  por  completo,  por  maus  resultados.  Passados  alguns  dias,  o  grupo  fez  uma  reunião. E  me  fizeram  o  convite  para  reagruparmos  todo  mundo.  Tudo  bem,  fiz  algumas  exigências  e,  voltamos.  Marcaram  uma  partida  contra  uma  equipe  de  Tiangua.  Este  jogo  aconteceu  no   “campo  do  Buriti”,  bem  ali perto  da  residência  do  ora  falecido  doutor  Wiron.  Lembro  que,  terminado  o  primeiro  tempo,  que  o  Operário  perdia  por  um  gol,  o  comissário  Cassiano,  responsável  técnico  da   equipe  que  eu  estava  defendendo,  chamou  todo  os  jogadores  -  e  a  maioria  eram  os Vitor:  Lista,  Rubão,  Alberto,  para  a  beira  do campo.  Alguns  falaram  coisas  quaisquer  e,  eu,  impensadamente,  falei:  sai  treinador,  entra  treinador  e  no  final  tudo  é  a  mesma  P...  Eu  estava  chateado,  não  gostava  de  perder...  Voltamos  pro  jogo.  Não  lembro  se  empatamos  ou  perdemos.  Antes  de  sairmos  do  campo,  o  comissário  Cassiano  Chamou  todos  novamente  e  disse:  Fulano ( eu,  né)  falou  isso  e  isso  e  eu  não  concordo,  pois  da  forma  como  ele  falou,  tanto  ele  se  considerou  uma  P...  como  me  incluiu  também.  Assim,  ou  ele  sai  ou  saio  eu.  Eu,  então,  achando  corretas  as  palavras de  mestre  Cassiano,  que  muito  respeito (  não sei  se  ainda  é  vivo),  e  aceitando  meu  descuido,  afirmei:   eu  saio,  comissário.  

        Então,  a  lição:  quem  fala  o  que  quer  ouve  o  que  não  quer.  É  por  ai!!!

        Tem  mais  alguns,  dos  quais,  outro  tempo,  farei  referência... 

           Se  esqueci  alguém...Deixo  para  outro  cronista...

 

Por  Messias  Costa, 

com  base  em  informações  de  Afonso  Lima  e  de  Helder  Dantas.


BANCO DE BIOGRAFIAS

REPLAY GRUPO DE MÃES DE ALUNOS

  da  ESCOLA  GRIJALVA  COSTA,  no  centro  de  Ubajara.  Década  de  70 A  professora,  em  pé,  ao  fundo,  era  Zuleide,  que  foi  morar...