quarta-feira, maio 30, 2012

CAJUEIRO, fabricada e engarrafada por DOMÍCIO PEREIRA

Foram  variadas  as  atividades  desenvolvidas  no  passado  pelo  hoje  respeitado  empresário  Domício  Pereira.  A  agricultura  foi  o  primeiro  passo.  E  plantou   café,  maracujá,  cana,  laranja,  milho,  feijão,  tomate,   dentre  outros.  Em  outro  tempo,  explorou  a  fibra  do  agave ( agave  sisalana )   na  produção  de  cordas  e,  por  volta  da  década  de  1970,  produziu  em  seus  engenhos  a  cachaça  de  cana  de  açucar  denominada   CAJUEIRO.  E  a  diversificação  não  parou  por  aí.  Observação  interessante:  no  México  é  plantado  comercialmente  um  tipo  de  agave  que  serve  para  a  produção  da  TEQUILA.  É  a  agave  tequilana.  Veja   foto  do  rótulo  da  cana  que  um  dia  produziu  Domício  Pereira.


terça-feira, maio 29, 2012

CENTENÁRIO: A DENOMINAÇÃO OFICIAL DE NOSSAS RUAS EM 1931


UBAJARA
A  HISTÓRIA  DOS  CEM  ANOS
1931
A  DENOMINAÇÃO  OFICIAL  DAS  RUAS  DE  UBAJARA

CIDADE  VELHA
AS  PRIMEIRAS  RUAS
E  SUAS  DENOMINAÇÕES  OFICIAIS

O então  prefeito  LUÍZ  LOPES  DE  OLIVEIRA  editou  o  Decreto  nº. 5,  datado  de  14  de  Janeiro  de  1931.  O  decreto  nomeava  “todas  as  praças,  ruas,  largos  e  travessas  desta  Villa”.  O  interventor,  ao  que  se  constata  pela  promulgação  do  decreto  citado,  tinha  bom  tino  organizacional  e  administrativo.  






Na  íntegra,  segue  o


“DECRETO  Nº. 5,  DE  14  DE  JANEIRO  DE  1931


                    Dá  denominação  a  todas  as  praças,  ruas,  largos  e  travessas  desta  Villa


O Cidadão  Luiz  Lopes  d’Oliveira,  Prefeito  Interventor  do  Município  de  Ubajara,  usando  das  atribuições   resultantes  do  Decreto  nº. 6  de  20  d’Outubro  último,  do  Governo  Interventor  do  Estado,  e  Considerando  que,  desde  a  instalação  desta  Villa  até  o  presente,  permanecem  sem  denominação  official  as  suas  ruas,  praças; Considerando  ser  de  real  interesse  à  boa  administração  publica  a  alludida  providencia; Considerando,  finalmente,  ser  de  inteira  justiça  e  palpitante  actuação  o  homenagear – se  algumas  patentes  do  exército  nacional  que,  por  seus  serviços  à  Pátria  se  têm  imposto  a  estima  e  a  admiração  de  todo  o  Brasil,  o  mesmo  succedendo  com  diversos  conterrâneos,  dignos  de  veneração  do  povo  ubajarense,  attento  o  amor  com  que  serviram  e  procuravam  elevar  este  município,  decreta:

Art. 1º  -  As  ruas,  praças,  largos  e  travessas  desta  Villa  ficão  tendo  as  seguintes  denominações:
Praça  São  José  -  a  em  que  está  edificada  a  Capella  de  São  José  de  Ubajara;
Praça  Joaquim  Távora  -  a  que  é  atualmente  conhecida  por  “Quadro  Velho”;
Praça  Municipal -  a  em  que  está  situado  o  Mercado  público;
Rua  15  de  Novembro  -  a  chamada  da “Encrenca”;
Rua  31  de  Dezembro -  a  chamada  do  “Oriente”;
Rua  do  Capitão  José  da  Cunha -  a  que  corre  ao  sul  da  Praça  Municipal;
Rua  Padre  Thomé -  a  que  corre  ao  norte  da  dita  Praça  Municipal;
Rua  José  d’Alencar -  a  que  corre  a  leste  da  dita  Praça  Municipal;
Rua  João  Pessôa -  a  que  corre  a  oeste  da  dita  Praça  Municipal;
Rua  João  Ribeiro – a do  lado  sul  da  Praça  São  José 
Rua  do  Capitão  José  Lopes  -  a  do  lado  oeste  d’aquella  praça  ( São  José );
Rua  Esmerino  Magalhães  -  a  que  corre  ao  Norte  da  Praça  São  José;
Rua  do  Major  Francisco  Soares  -  a  que  corre  a  leste  da  praça  São  José;
Rua  de  Manoel  Lopes  -  a  que  corre  a  leste  da  Praça  Joaquim  Távora;
Rua  do  Capitão  Maturino – a  que  corre  ao  oeste  d’aquella  praça;
Rua  do  Coronel  Joaquim  Luiz – a que corre  ao  norte  d’aquella  praça;
Rua  Santos  Dumont  -  a  que  corre  ao  sul  d’aquella  praça;
Rua  7  de  Setembro  -  a  que  corre  ao  oeste  da  15  de  novembro, e
Travessa  13  de  Maio  a  que  corta  as  ruas  15  de  Novembro  e  de  Manuel  Lopes.
Publique – se.
                  Páço  do  Governo  Municipal  da  Villa  de  Ubajara,  em  14  de  Janeiro  de  1931.
     


(Ass.)  Luís  Lopes  de  Oliveira
Interventor
Fonte:  Atas do  arquivo do Poder  Legislativo  Municipal.

CENTENÁRIO: A LEI 1.279, de 24/08/1915


A   EMANCIPAÇÃO

LEI  nO. 1.279,  de  24  de  Agosto  de  1915

Eleva  à  categoria  de  vila  e  termo  judiciário  a  povoação  de  Jacaré  com  a  denominação  de  Ubajara.

A  Assembléia  Legislativa  do  Estado  do  Ceará
DECRETA

Art.  1O.  -  Fica  elevada  à  categoria  de  vila  e  termo  judiciário  a  povoação  de  Jacaré,  com  a  denominação  de  Ubajara,  no  Município  de  Ibiapina,  com  os  seguintes  limites:  ao  nascente  com  o  Município  de  Palma;  ao  Norte  com  os  Municípios  de  Palma  e  Tianguá;  ao  Sul  com  o  Município  de  Ibiapina  pela  estrada  que  segue  da  cidade  de  Sobral,  passando  pelas  fazenda  Morgado,  Larges,  Tinguis,  Barro  Vermelho,  casa  de  Pedro  Pompeu,  daí  em  Linha  reta  ao  cume  da  Serra,  Sítio  Preguiça,  e  deste  pela  estrada  que  segue  para  o  sítio  Moitinga,  até  o  sangradouro  da  lagoa  que  forma  o  riacho  do  mesmo nome,  passando  antes  pelos  sítios  “Rio  do  Peixe”  e  “Santo  Amaro”,  e  por  este  riacho  até  a  sua  foz  no  Jaburu,  seguindo  pelo  mesmo  até  a  passagem  chamada  Pedro  de  Barros  e  daí  pela  estrada  que  segue  para  a  Fazenda  Pindoba,  até  o  lugar  denominado  balanças  e  deste  lugar,  rumo  direito  ao  lugar “Sete  Palmeiras”, limites  de  Tianguá  e  Ibiapina.
Art. 2O. -  Fica  criado  na  referida  vila  um  Tabelionato  que  servirá  a  todos  os  ofícios.
Art. 3O.   -  Revogam - se as  disposições  em  contrário.
        Paço  da  Assembléia  Legislativa  do  Estado  do  Ceará,  em  Fortaleza,  24  de  Agosto  de  1915.
aa)     
                     Presidente:  TIBÚRCIO  GONÇALVES  DE  PAULA

1O.  Secretário:  Luiz  Felipe  de  Oliveira
2O.  Secretário:  Antonio  Botelho  de  Sousa

                Sanciono  e  Publique - se como  Lei.
PP  24-8-1915  -  BENJAMIN  LIBERATO  BARROSO  

segunda-feira, maio 28, 2012

A RIQUEZA DE GRACILIANO RAMOS

O  texto  a  seguir  foi  escrito  para  responder  atividade  de  l.iteratura  brasileira  na  UAB/Ubajara.


A  LUTA PELO CONTROLE DO PODER   E DA RIQUEZA 
                                                                     EM  VIDAS  SECAS.

         A  novela  Vidas  Secas,  do  alagoano  Graciliano  Ramos  é,  em  praticamente  todo  o  seu  desenvolvimento,  conto  a  conto,  um  embate  pelo  controle  do  poder  e  da  riqueza,  tendo  como  foco  a  existência  de  um  camponês,  melhor,  um  sertanejo  denominado  Fabiano  e  sua  família  composta  de  Sinhá  Vitória,  dois  filhos,  o  mais  velho  e  o  mais  novo  e  a  cachorra  Baleia,  em  fuga,  empurrados  pelas  agruras  da  seca. 
          São  vários  os  pontos   em  que  Fabiano  se  apresenta  como  apenas  o  indivíduo  sem  posse  de  conhecimento  e  de  forças  e  condições  de  dirigir  o  seu  próprio  destino.    momentos  em  que  deseja  ser  alguém,  mas  logo  volta  atrás,  quando  se  arrisca  a  pensar  em  si  mesmo  e  nos  que  com  ele  subsistem  aos  sofrimentos  impostos  pela  seca.  “Lembrou – se  dos  filhos,  da  mulher  e  da  cachorra,  que  estavam    em  cima,  debaixo  de  um  juazeiro,  com  sede.” 

A  FAMÍLIA
          A  sua  família,  retrato  fiel   e  realístico  de  algumas  áreas  sertanejas,  composta  de  Sinhá  Vitória,  uma  quase  nada,  que  não  fala,  não  discute,  quase  grunhe,  do  filho  mais  novo,  do menino  mais  velho,  que  nem  nome  de  gente  tem.  Observe – se  que  no  contexto  intrínseco  da  família  de  Fabiano  está  inclusa  a  cachorra  Baleia,  como  membro  ativo  e  que  até  provém  de  comida  o  grupo,  quando  consegue  trazer  para  o  jantar  o  preá  que  caçou.


“BALEIA”,
Escultura  rústica  de  galho  de  arbusto  da  região  de  Japitaraca,
                                                                           Jaburu, Ubajara.
        A  terminologia  empregada  pelo  autor  quando  se  refere  ao  proprietário  é  um  demonstrativo  da  relação    capitalista  em  busca  do  poder  e  da  riqueza  que  aconteceu  e  acontece  ainda  hoje  no  nordeste  brasileiro.
        Fabiano,  em  seus  monólogos  de  pensamento  definia  a  figura  como  o  fazendeiro,  o  patrão,  o  amo,  dando  a  entender  que  todo  patrão  é  igual  e  afirmava:”  o  atual,  por  exemplo,  berrava  sem  precisão.  Quase  nunca  vinha  à  fazenda,    botava  os  pés  nela  para  achar  tudo  ruim.  O  gado  aumentava,  o  serviço  ia  bem,  mas  o  proprietário  descompunha  o  vaqueiro.  Natural”.  ( até  achava )”  Descompunha  porque  podia  descompor ( ... )  o  amo    queria  mostrar  autoridade,  gritar  que  era  dono”.  
        Na  verdade,  na  luta  pelo  poder  e  pela  riqueza,  o  proprietário  agia  de  forma  que  o  vaqueiro  Fabiano  se  sentisse  “uma  coisa  da  fazenda,  um  traste”, “ quase  uma  rês  na  fazenda  alheia”,  por  fim:  somente  um  cabra  guardador  das  coisas  dos  outros.
O  CONFLITO  DE  FABIANO
        A  condição  de  Fabiano,  por  vários  vezes,  em  momentos  de  análise  sobre  a  sua  própria  existência,  passa  por  raros  e  breves  instantes  de     euforia,  quando  afirma “ -  Fabiano,  você  é  um  homem”.  No  ato  seguinte  ele  se  contém:  “ele  não  era  homem:  era  apenas  um  cabra  ocupado    em  guardar  as  coisas  dos  outros”.  É  bastante  interessante  o  ponto   em  que  ele  conclui: “ vermelho,  queimado,  tinha  os  olhos  azuis,  a  barba  e  os  cabelos  ruivos;  mas  como  vivia  em  terra  alheia,  cuidava  de  animais  alheios,  descobria – se,  encolhia – se   na  presença  dos  brancos  e  julgava – se  cabra”. 
       Nesse  contexto  de  luta  entre  vaqueiro  e  fazendeiro,  pela  riqueza  e  o  poder  de  um  lado  e  de  outro  a  labuta  pela  sobrevivência,  é  bem  interessante  o  paralelo  das  formações  frasais: “Fabiano,  você  é  um  bicho”  e    Você  é  um  bicho,  Baleia”  que  deixa  transparecer  que  o  autor  não  impõe  distinção  entre  pessoas,  bichos  e  coisas,  na  relação  cruel  do  capitalismo.
      O  capítulo  X -  CONTAS,  parte  do  livro  de  Graciliano  Ramos,  é  claríssimo  para  elucidação  do  assunto   da  luta  pelo  poder  e,  principalmente  pela  riqueza.  Como  Fabiano  permaneceu  na  fazenda  por  uma  jornada,  ele  tinha  direito  a  quarta  parte  dos  bezerros  e  a  terça  parte  dos  cabritos.  Mas  como  não  tinha  roça  e  apenas  se  limitava  a  semear  na  vazante  uns  punhados  de  feijão  e  milho,  comia  da  feira,  desfazia – se  dos  animais,  não  chegava  a  ferrar  um  bezerro  ou  assinar  a  orelha  de  um  cabrito”.   Desta  forma,  se  a  fazenda,  na  contagem,  tinha  20  bezerros  e  trinta  cabritos,  isto  significa  que  o  patrão  ficava  com  15 bezerros  e  10  cabritos  que,  no  final,  acabavam  sendo  negociados  com  o  próprio  patrão  ou  com  o  bodegueiro  da  vila  que  também  tivesse  talvez  ligação  com  o  proprietário.  “Tolice,  quem  é  do  chão  não  se  trepa”.  Acabados  os  gêneros  alimentícios  da  família,  “recorria  à  gaveta  do  amo,  cedia  por  preço  baixo  o  produto  das  sortes”,  mesmo  contra  a  sua  vontade  pois  “receava  ser  expulso  da  fazenda.  E  rendia – se:  aceitava  o  cobre  e  ouvia  conselhos.  Era  bom  pensar  no  futuro”.
         Fabiano  não  tinha  como  se  indispor  com  o  patrão.  E  vagamente,  “o  ferro  do  proprietário  queimava  os  bichos  de  Fabiano”.  Não  demorava  para  o  sertanejo,  o  vaqueiro  estar  contraindo  dívidas  novamente,  pois  não  tinha  mais  o  que  vender.  Na  próxima  partilha,  a  renda    estava  comprometida  e  então  recebia  uma  ninharia.
        Ainda  no  conto  supracitado,  a  passagem  a  seguir  é  bem  vinda  à  nossa  discussão:   
Ora, daquela vez, como das outras, Fabiano ajustou o gado,  arrependeu-se, enfim deixou a transacao meio apalavrada e foi consultar a mulher. Sinha Vitoria mandou os meninos para o barreiro, sentou-se na cozinha, concentrou-se, distribuiu  no chao sementes de varias especies, realizou somas e diminuicoes. No dia seguinte Fabiano voltou a cidade, mas ao fechar o negocio notou que as operacoes de Sinha Vitoria, como de costume, diferiam das do patrao. Reclamou e obteve a explicacao habitual: a diferenca era proveniente de juros.  Nao se conformou: devia haver engano. Ele era bruto, sim senhor, via-se perfeitamente que era bruto, mas a mulher tinha miolo. Com certeza havia um erro no papel do branco. Nao se descobriu o erro, e Fabiano perdeu os estribos. Passar a vida inteira assim no toco, entregando o que era dele de mao beijada! Estava direito aquilo? Trabalhar como negro e nunca arranjar carta de alforria!
O patrao zangou-se, repeliu a insolencia, achou bom que o vaqueiro fosse procurar servico noutra fazenda.  Ai Fabiano baixou a pancada e amunhecou. Bem, bem. Nao era  preciso barulho nao. Se havia dito palavra a-toa, pedia desculpa. Era bruto, nao fora ensinado. Atrevimento não  Atrevimento não  tinha, conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia la puxar questão  com gente rica? Bruto, sim senhor, mas sabia respeitar os  homens. Devia ser ignorancia da mulher, provavelmente devia  ser ignorancia da mulher. Ate estranhara as contas dela.
Enfim, como nao sabia ler (um bruto, sim senhor), acreditara  na sua velha. Mas pedia desculpa e jurava nao cair noutra.
O amo abrandou, e Fabiano saiu de costas, o chapéu varrendo o tijolo. (... ) conhecia o seu lugar. Um cabra. Ia la puxar questão  com gente rica?

NOÇÃO  DE  FELICIDADE
“Minutos  depois,  o  preá  torcia – se  e  chiava  no  espeto  de  alecrim. (...) Eram  todos  felizes.”  A  felicidade,  neste  caso,  chamava – se  alimento.  A  sua  falta  gera  infelicidade.
A  REALIDADE
Vidas  Secas  é  uma  obra  fadada  a  ser  uma  expressão  da  nossa  realidade  brasileira  por  longo  tempo  pois  o  sertão  nordestino  ainda  tem  muitos  Fabianos,  comandando  suas  famílias  presas  por  condições  desumanas  a  um  rico  proprietário. Messias Costa, blogger

BANCO DE BIOGRAFIAS

REPLAY GRUPO DE MÃES DE ALUNOS

  da  ESCOLA  GRIJALVA  COSTA,  no  centro  de  Ubajara.  Década  de  70 A  professora,  em  pé,  ao  fundo,  era  Zuleide,  que  foi  morar...