A Boa Terra
A obra "A Boa Terra"
retrata a vida rural na antiga China e tem como personagem principal o
camponês Wang Lung e sua trajetória junto à sua família. O ciclo de
vida do aldeão é exposto desde quando este morava com seu velho pai até o
dia em que ele já possui netos.
A hierarquia familiar está presente entre genitores e seus
filhos, maridos e suas esposas, homens e mulheres e até tios e
sobrinhos. Entre o sexo feminino
e o masculino, quando um casal espera por um bebê e este nasce sendo do
primeiro gênero é tratado com desdém, e a insatisfação dos pais é um
fato. Um exemplo disso é quando O-lan, esposa de Wang Lung, ao dar à luz
pela terceira vez, diz “– Já passou tudo outra vez. Mas agora foi uma
escrava... Não vale a pena mencioná-la.” (p. 85).
Os filhos viviam em função dos pais, mesmo que algumas passagens não
demonstrem isso, ou seja, não mostram esse ato com honestidade, o livro
transmite que o habitual e correto era que fosse dessa forma. Um
fragmento que esclarece a prole concordando com o genitor, mas sem a
devida honradez, é no final do romance, quando Wang Lung pede aos seus
para não venderem suas terras, e eles respondem “– Fique tranquilo, pai
nosso, fique tranquilo. A terra não será vendida (...) mas ao dizerem
isso, olharam-se e sorriram por cima da cabeça do ancião.” (p. 396).
Porém, no início da trama, o que na conclusão da história
tende a ser enganado pelos filhos, age de maneira diferente com o seu
pai; “todas as manhãs, durante aqueles seis anos, o velho esperava que o
filho lhe levasse água quente para aliviá-lo da sua tosse matinal.
Agora pai e filho poderiam descansar. Uma mulher viria para casa.”
(p.21). Essa cena ocorre um pouco antes do casamento entre Wang Lung e
O-lan e, além da hierarquia entre família, mostra também a prévia
submissão da futura esposa.
O poder entre parentes, numa escala de mais novos e mais velhos, é manifestado em “esse tio era o irmão
mais moço de seu pai, e por todos os direitos do parentesco podia
depender de Wang Lung se não tivesse o suficiente para manter sua
família e a si próprio” (p.79), isto é, não só os laços de sangue faziam
com que houvesse hierarquia, as ramificações familiares se estendiam.
Pearl S. Buck, também conhecida como Sai Zhen
Zhu ( chinês: 賽珍珠), descreve em sua obra como eram as relações entre
parentes na "Velha China, anterior à Revolução", além de destacar os
costumes do povo chinês com a exatidão necessária, revelando a alma da
China". Os pais da escritora eram missionários e quando Buck tinha três
anos, em 1895, mudaram-se para a China. Sendo assim, o país e sua
cultura são refletidos na maioria de suas obras. Estudou Psicologia nos Estados
Unidos no período de 1910 a 1914 e retornou a China, por onde viveu até
o fiinal dos anos 20, término da Guerra Civil. Posteriormente foi para o
Japão e em seguida novamente para os Estados Unidos.
Com o livro "A boa terra", escrito em 1931, recebeu o Prêmio Pulitzer
no ano seguinte e seis anos depois faturou o Nobel de Literatura. Além
dos livros, dos quais, alguns, mais tarde, tornaram-se filmes, a autora
escreveu duas novelas de rádio. O amor inter-racial era um dos temas
presentes em suas publicações.
fonte:www.infoescola.br/Dos livros que li, A BOA TERRA, de Pearl S. Buck, causou - me grande impressão. Por isto é que sugiro esta leitura.