quarta-feira, agosto 10, 2022

NO WORDS = 100 PALAVRAS


NUNCA  MAIS!!!


 

DO  LIVRO  DE  ALCEU  MAYNARD  ARAÚJO  FOLCLORE  NACIONAL


RIO COREAÚ: ENTRE LENDAS E HISTÓRIAS

 

RIO COREAÚ: ENTRE LENDAS E HISTÓRIAS

 

Vamos iniciar este passeio fluvial para conhecermos um pouco do Rio Coreaú. Geomorfologicamente é “considerado como um estuário do tipo planície costeira. [...] Próximo da desembocadura, na margem direita, ocorre uma extensão de praias e vasto campo de dunas, e à margem esquerda, está presente um conjunto de falésias vivas e o município de Camocim” . Contudo, nem sempre o rio foi chamado de Coreaú. Baseado nos escritos e mapas antigos já foi denominado de Comecy, Camocy, Camocim, Rio da Cruz, Curyhau, Croahú. Dizem que os índios que habitavam suas margens o chamavam de Croahiú, até chegarmos ao nome atual de Coreaú. Há até quem diga que o mesmo já foi chamado de Rio da Santa Cruz de São Francisco . Como se pode perceber, as denominações refletem a disputa da colonização da região, tendo-se vocábulos oriundos do idioma holandês, tupi e português. Aliás, a denominação portuguesa de Rio da Cruz parece ter sido a que mais durou nos tempos coloniais.

Num dos primeiros escritos sobre a nova terra conquistada e publicada já em 1587, intitulado "Tratado Descritivo do Brasil" de Gabriel Soares de Sousa, Camocim e o Rio da Cruz aparecem na descrição da costa cearense, enfatizando sua denominação: “Afirma o gentio que nasce este rio de uma lagoa, ou junto dela, onde também se criam pérolas, e chama-se este Rio da Cruz, porque se metem nele perto do mar dois riachos, em direito um do outro, com que fica a água em cruz”. (p.19-20). No entanto, não somente os portugueses descobriram a beleza do lugar e a potencialidade do rio. O processo de colonização da Capitania do Ceará pelos portugueses, como se sabe, se deu tardiamente. Essa demora, permitiu que outros navegantes explorassem nossa costa, como os franceses o fizeram. Quando os portugueses deram por si, sobre a possibilidade de perderem esta parte do território no começo do século XVII e enviaram a expedição de Pero Coelho em 1604 para a expulsão dos franceses da Ibiapaba, há muito os mesmos já negociavam com os índios as chamadas "espécimes de fauna e flora" da região. Por conta desse contato, os franceses quase sempre tinham a simpatia e a aliança das tribos indígenas e de seus "maiorais" (como eram chamados seus líderes) nas guerras de ocupação contra portugueses e holandeses. Os franceses, portanto, exploraram bastante o comércio com os índios Tabajaras da Ibiapaba usando nosso rio e logicamente fazendo essa rota conhecida em seus documentos náuticos e históricos. Como dissemos anteriormente, a expedição de Pero Coelho de 1604 acaba por expulsar os franceses da Ibiapaba iniciando efetivamente a colonização portuguesa na região. Contudo, com a invasão holandesa no território que se chama hoje de nordeste na primeira metade do século XVII, os holandeses, através da Companhia das Índias Ocidentais dominaram a região de 1630 e 1654, com o objetivo de controlar a região produtora de cana-de-açúcar, além de, explorar a terra em busca de outras riquezas. Neste sentido, os holandeses exploraram bastante a região do rio Camocim a ponto de terem erguido uma fortificação para melhor proteção de suas explorações na embocadura do rio, próximo à atual cidade de Granja, além de um outro em Jericoacoara.

Depois que o Conde Maurício de Nassau se instalou em Pernambuco mandou missões de reconhecimento ao Ceará para sondagem de suas potencialidades econômicas. Desta forma, Gedeon Morris confirmou a existência de boa quantidade de sal, âmbar gris e do pau violeta (tatajuba). O explorador holandês ainda fez referências a existência de 30 tribos tapuias e da excelência do porto para as atividades de carregamento de navios. Disse o explorador: "A expedição para Camocim valeu a pena. Gedeon Morris encontrou outra salina rendosa, distante da costa apenas 1700 passos. O porto prestava-se também ao carregamento de navios. Por outro lado, viviam nos arredores 30 tribos tapuias, das quais apenas dez eram aliadas aos holandeses. Por isso queria o zelandês (sic!) ir ao interior da região, a fim de atrair mais índios para os seus homens através de atitudes humanas e de bom tratamento. Também não esqueceu de preparar uma determinada quantidade de madeira corante para  exportação .

Já no começo do século XX, quando o porto estava no seu auge econômico, eram os marinheiros ingleses que aportavam por aqui com mais frequência. Um velho marinheiro nativo, o Sr. Euclides Negreiros, em depoimento nos disse: “Quando eu era menino, subia nos navios para vender laranjas e soins para os marinheiros ingleses (...) eu pegava os macaquinhos, dava de comer e amansava para vender prá eles”. Mas os ingleses não foram somente compradores de espécimes da nossa fauna. Os mesmos estiveram aqui quando da construção da Estrada de Ferro de Sobral. Acharam bom o negócio que depois uma firma inglesa arrendou a ferrovia através da The South American Railway Construction Company Limited, entre 1910 a 1915 . No entanto, a presença inglesa não ficou por aí. Nos anos 1940,  a Booth Line, empresa de navegação, explorou no Porto de Camocim o serviço de alvarengas, embarcações que faziam o serviço de embarque e desembarque dos navios em alto mar. À época, dizia-se que o porto de Camocim não tinha condições de receber os navios, até que o comandante do Navio Aratanha em 1946 pôs por água abaixo essa mentira que durou mais de uma década, a qual era reiterada pelo prático da barra e a empresa inglesa.

Continuando falando no século XX, a presença de americanos em nossa região começou com as exportações de algodão e borracha através do nosso porto, no chamado "esforço de guerra", contexto da Primeira Guerra Mundial. Sintomaticamente, é no entre-guerras que se dá o boom econômico e cultural da cidade. Já na Segunda Guerra Mundial, os americanos cogitaram instalar em Camocim um Posto de Comando, que afinal se fixou em Fortaleza, visto que a capital proporcionava melhores condições logísticas. No entanto, uma pequena base militar foi construída como ponto de apoio para as manobras militares, abrigando um grupo de militares americanos. Contudo, a maior estrutura logística da capital, Fortaleza, suplantou a vantagem geográfica que Camocim apresentava com relação à distância atlântica do Brasil entre a Europa e África. Base americana em Camocim. Acervo do blog. Por outro lado, a presença dos americanos entre nós pode ser percebida pelas lembranças de antigos moradores. Segundo o Sr. Antônio de Albuquerque Sousa Filho, a cidade “se tornou ponto estratégico importante, atraindo soldados norte-americanos e com uma base onde chegaram a atracar Zepelins”. Em suas memórias, o antigo morador salienta um clima de colaboração entre os soldados americanos e a população local, no que se refere às trocas gastronômicas, cuja novidade eram “as saladas de frutas em lata que os americanos distribuíam com as famílias da cidade, que por sua vez lhes presenteavam bolos”. Relembrando os escritos do imortal Arthur Queirós, a presença de celebridades americanas, mesmo que por algumas horas em solo camocinense, que cruzavam o Atlântico, nas frequentes paradas dos aviões da Panair, era um programa imperdível para os locais que tinham acesso. "Transitaram por Camocim, portanto, muitos notáveis, gente importante, do que mencionamos os artistas Henry Fonda (...) Greta Garbo, por aqui esteve por duas vezes, na última em 1943, exibindo-se para soldados e oficiais americanos aqui destacados, na Base Militar de apoio da segunda guerra mundial, que aqui construíram (...) transitaram ainda, Buck Jones, George O’Brien, Charles Starret, Sonja Henie e muitos outros... Dona Darcy Vargas, esposa do grande Presidente Vargas, por aqui transitou com destino à Norte América, ocasião em que muito aplaudida foi, pelos camocinenses. Passado o tempo das atividades econômicas proporcionadas pelo porto e a ferrovia, o desenvolvimento do município de Camocim, na última década do século XX, passou a se vislumbrado pela atividade turística. Neste sentido, mais uma vez os estrangeiros tiveram a iniciativa de explorar este setor, principalmente os italianos. Numa tese de doutorado, o ex-professor do Curso de Geografia da Universidade Estadual Vale do Acaraú – UVA, Lenilton Francisco de Assis nos diz: Os empresários italianos passaram a frequentar Camocim como turistas, a partir de 1996. Logo, perceberam que o potencial natural e arquitetônico do município somado aos incentivos do Poder Público poderiam gerar bons negócios imobiliário-turísticos. Para tanto, a primeira ação dos empresários foi comprar grandes faixas de terra no litoral onde pudessem viabilizar seus anseios e atrair novos investidores. Em poucos anos, o grupo italiano já dispunha de aproximadamente 1.600ha de terras em Camocim (equivalente a 1,4% do território) grande parte sendo praias desertas e pouco habitadas que, até então, funcionavam como territórios de reserva, ainda sem ou com pouca valorização. Terrenos planos, com vistas privilegiadas para o mar e o rio Coreaú, foram adquiridos, a preços módicos, nas praias das Barreiras, Maceió, Caraúbas e do Farol, assim como nas proximidades da antiga área portuária e em outras partes do município – como no distrito industrial criado no Plano Diretor de Camocim. Afora estas questões, a magia do rio ainda encanta poetas, inspira histórias e lendas de pescadores e velhos marinheiros, além de emoldurar cenários típicos, próprios para os enamorados e visitantes em busca de uma bela paisagem para curtirem.

Ficamos, pois, com a sensibilidade do poeta camocinense Inácio Santos, como despedida deste passeio, que esperamos que todos tenham gostado: SEDUÇÃO É o mar que adentra ao rio Ou o rio que adentra ao mar É uma incógnita este desafio Ninguém consegue explicar E neste embate aguerrido De força e de grandeza Exprime todo o sentido De luz, magia, e beleza Também não há explicação Da indescritível emoção Que se apodera de mim Meu coração se faz mar Lá aonde vai desaguar Meu lindo rio Camocim.

Inácio Santos II SIMPÓSIO DE CAMOCIM: língua, história e ensino. Atividade: Passeio Cultural: Rio Coreaú: entre lendas e histórias. Guia: Prof. Carlos Augusto. História/UVA.

Fonte:  CAMOCIM  POTE DE  HISTÓRIAS.  Blog

 

RELAÇÃO DE SESMARIAS DA RIBEIRA DO CAMOCIM

 


       Dividir o terreno em sesmarias e doá-las à colonos aventureiros, foi a forma que a Coroa Portuguesa encontrou para ocupar o futuro território brasileiro. Desta forma, portugueses vindo do reino, índios, mulheres e até ex-escravos solicitavam  a El Rei extensas datas de terras pra torná-las produtivas.

       A relação das sesmarias no Ceará podem nos levar a vários questionamentos e possibilidades de pesquisa. O quadro abaixo mostra grande parte das sesmarias da região do Rio Camocim e adjacências. Pela relação dos sesmeiros, poderemos por exemplo compreender como se formaram os latifúndios atuais, além de relacionarmos com os nomes das primeiras famílias a ocupar o solo camocinense.

 

O  Sesmeiro  JOÃO  PEREIRA  JACINTO  é  dado  como  BISAVÔ  de  DOMÍCIO  PEREIRA.  João  Pereira  Jacinto  era  pai  de  JOSÉ  RUFINO  PEREIRA  e  de  JOSÉ  CORIOLANO  PEREIRA,  que  migraram  para  o  JACARÉ  na  década  de  1840.  JOSÉ  RUFINO  PEREIRA  era  pai  de  ANTONIO  JOSÉ  PEREIRA;  este,  PAI  de  DOMÍCIO  PEREIRA.

 

Sesmarias

      Nome

Data

Localização

Manoel Dias de Carvalho

1705

Riacho Coreaú e das Rolas

Acenso Gago

1706

Rio Camosim

Acenso Gago

1706

Rio Camucim

Catarina Ribeiro de Morais

1706

Rio Camucim

Domingos Machado Freire

1706

Rio Camosi (S. da Ibiapaba)entre riacho Trairi

Inácia Machado

1706

Rio Camucim

Inez Pessoa

1706

Rio Camucim

Jacó de Souza

1706

Rio Camucim

Josefa Machado

1706

Rio Camucim

Josefa Machado

1706

Rio Camucim

Maria Gaga

1706

Rio Camucim

Miguel Machado Freire

1706

Rio Camosi (S. da Ibiapaba)entre riacho Trairi

Simão de Vasconcelos

1706

Rio Camucim

Ursula da Camara

1706

Rio Camucim

Vitoria Rodriguez da Câmara

1706

Rio Camucim

Torquato da Rocha Ferreira

1708

Barra do Coreaú

José Machado

1710

Rio Camocim

 Miguel Machado Freire

1710

Rio Camocim

João de Almeida da Costa

1717

Sitio Taypu*** (Coreaú)

José Cerqueira de Magalhães

1717

Rio Camocy

Domingos Ferreira de Veras

1719

Riacho Camorupim

Domingos Ferreira de Veras

1719

Riacho Ubatuba e Camorupim

Antônio Correia Lira

1723

Taipú *** (Coreaú)

Antônio da Rocha Câmara

1723

Entre rios  Camocim e Timonha***

Antônio de Souza Pereira

1723

Taipú *** (Coreaú)

Pedro da Rocha Franco

1723

Entre rios  Camocim e Timonha***

Inacio Machado Freire

1724

Rio Camosim***

José Machado Freire

1724

Rio Camosim***

Miguel Machado Freire 

1724

Rio Camosim***

José de Vasconcelos

1738

Ubauaçu (Camocim)**

Antônio Bezerra Cavalcante

1744

Riacho Camocim

Domingos Machado Freire

1750

Rio Camocim

 Domingos Machado Freire

1751

Rio Camocim

Inácio Machado Freire

1751

Rio Camocim

Domingos Ferreira de Veras

1773

Ribeira Curuaiú

JOÃO  PEREIRA  JACINTO

1805

Lagoa das Pedras

Antônio da Silva Barros

1807

Boa Vista (Granja)***

Domingos de Freitas Caldas

1807

Riacho Igaruçú ***

João de Pinto Borges

1807

Olho Dágua (Coreaú)

Antõnio Jose´de Pinho

1808

Olho Dágua (Coreaú)

Domingos Ferreira de Veras

1814

Santa Rosa(t. Granja)***

José Benedito Ferreira de Veras

1818

Termo de Granja

 

                                                   Fonte:  Camocim  Pote de  Histórias


CAVALCANTE DE PAULA: UMA NOTA BIOGRÁFICA

 


Antônio Cavalcante de Paula            

                             A gente não escolhe o pai que 
                       vai ter, mas temos certeza de que
                               se seus filhos tivessem como
                         escolher, não escolheriam outro.

 

 

Nascido em 27 de julho de 1926, estaria hoje, 27 de julho de 2010 completando 84 anos, quinto filho de Francisco Cavalcante de Paula e Sensata Furtado de Paula, seus AVÓS PATERNOS foram JOSÉ CAVALCANTE DE PAULA E GENEROSA DE PAULA CAVALCANTE e seus AVÓS MATERNOS TARGINO FURTADO DE MENDONÇA E ANGÉLICA FURTADO DE MELO. 

 

 

Criado por pais rigorosos e tementes a Deus foi escolhido pelos seus pais para se tornar padre, o que era comum naquela época para honra da família, era uma espécie de doação e agradecimento a Deus pelas dádivas recebidas do céu. Logo cedo, aos 12 anos entrou para o Seminário, onde permaneceu até seus 15 anos em Sobral.


Sua desistência inesperada da vocação religiosa causou grande decepção ao seu pai que logo tratou de colocá-lo para trabalhar como apontador na construção civil de obras no Carrasco, com a seguinte máxima: “quem não dá pra sela, dá pra cangalha”.

Depois passou a residir em Fortaleza, até concluir seus estudos - colegial e científico - na capital cearense.

Em 1943, aos 17 anos de idade decidiu que seguiria a carreira militar entrando para a Marinha. Como só completaria 18 anos no segundo semestre de 1944, conseguiu adulterar seu registro de nascimento, alterando o mês de nascimento de julho para janeiro do mesmo ano. A decisão de ingressar na Marinha deixou a sua mãe bastante apreensiva pela vida do seu filho, e o implorou para desistir da idéia. Sendo um homem obediente e em respeito a sua mãe, ele atendeu ao pedido de sua mãe aflita e desistiu.

Foi aprovado no concurso do IBGE para trabalhar em Guarabira, PB o que o faria migrar para a Paraíba, contrariando o gosto do seu pai que sentiu profunda tristeza com a sua partida, talvez pressentindo que era lá onde constituiria sua família e passaria muito tempo até revê-lo.

Em 1950, participou do Senso Populacional e Rural, coordenando a equipe de recenseadores.

 


   

Em 1953 passou em primeiro lugar no concurso do Banco do Brasil, onde ingressou como escriturário na cidade de Cajazeiras alto sertão paraibano e lugar onde encontraria a mulher de sua vida com quem constituiria sua família.

 


 

Em 15 de abril de 1955 casou-se com Maria do Carmo Temóteo Cavalcante, filha da Dona Maria Lira dos Santos, nascida em Cajazeiras, e educada com rigor em escola interna de freiras em Catolé do Rocha, sertão paraibano. Com ela, Antônio Cavalcante de Paula teve seus seis filhos e os respectivos descendentes:

 

1F. – Tânia Maria Cavalcante (1956);

2F. – Lúcio Flavo Cavalcante (1958);

3F. – Rosânia Cavalcante (1960);

4F – Ana Suely Cavalcante (1962);

5F – Antônio Cavalcante de Paula Filho (1969) e

6F – Andrea Cavalcante Castro (1978)

 

Tânia e Sady Castor Sobrinho tiveram os seguintes filhos:

1.1N – Samuel Cavalcante Castor (1982);

1.2N – Déborah Cristina Cavalcante Castor (1985) e

1.3N – Ana Beatriz Cavalcante Castor (1990)

 

Lúcio e Ana Lúcia Ribeiro Coutinho Cavalcante tiveram os seguintes filhos:

2.1N – LÚCIO FLAVO CAVALCANTE FILHO (1985);

2.2N – Luciana Ribeiro Coutinho Cavalcante (1988) e

2.3N – Lucas Ribeiro Coutinho Cavalcante (1990)

 

Rosânia e Marciano Cabral de Lira tiveram os seguintes filhos

3.1N – Isabela Cavalcante Cabral (1985) e

3.2N – Renata Cavalcante Cabral (1989)

 

Ana Suely e Gregório Pereira de Aguiar tiveram os seguintes filhos:

4.1N – Marianna Cavalcante de Aguiar (1990) e

4.3N – Matheus Cavalcante de Aguiar (1996);

 

Antônio (Toti) e Ângela Maria Cavalcanti Albuquerque tiveram

5.1N - Jade Cavalcanti de Albuquerque Paula (1992);

 

Andrea (Dea) e Gustavo Vieira de Castro tiveram os seguintes filhos:

6.1N – Gabriela Cavalcante Castro (2005) e

6.2N – Tiago Cavalcante Castro (2009)

 

Isabela e Caio César Almeida de Lima Lira tiveram

3.1N.BN1 – Mariana Cavalcante Cabral de Lira (2009).

 

Durante sua trajetória no Banco do Brasil depois de Cajazeiras morou em Recife e João Pessoa onde trabalhou até se aposentar.

Seguiu carreira técnica no Banco do Brasil e se aposentou trabalhando vinculado à Superintendência do BB em João Pessoa.

 

No banco, como era de se esperar, fez muitos amigos e em muitas ocasiões participava de momentos de integração das famílias de outros bancários. Fez um grande amigo no banco, Torreão, que se considervam como irmãos.

 

Gostava muito de viajar, principalmente para dois lugares Cajazeiras onde morava a sua sogra e Ubajara sua terra natal. Em 1970 realizou uma viagem diferente, um cruzeiro para Manaus com sua esposa.

 

Tendo uma família relativamente numerosa, só mesmo um veículo grande para comportar e para realizar as viagens com toda família, por isso sempre manteve uma Kombi para suas viagens com a família.

Era homem simples de fácil relacionamento, se identificava com o homem do campo e muitos deles, tinham uma verdadeira admiração por ele. Quando chegava ao Catolé, região onde sua sogra tinha terras, conseguia, sem muito esforço, congregar toda comunidade de agricultores em torno de si, onde promovia jogos de cartas, caminhadas e outras brincadeiras as quais todos participavam. Em algumas de suas idas a essas terras e vendo a dificuldade enfrentada por aquela gente, promovia a coleta e entrega de cestas básicas para as famílias.

Fazia amigos com facilidade: no bar do Pita, onde se reunia quase que diariamente para jogar dominó; na Praia do Poço, onde cada dia prestigiava um barraqueiro diferente, na feira que costumava fazer nas sextas-feiras, na padaria, na barbearia, enfim por onde passava deixava amigos.

Em Ubajara animava muito as festas, os jogos de buraco o qual era exímio jogador e, como não poderia ser diferente, o jogo de buraco era uma de suas paixões.

Porém, uma das suas paixões era a cerveja cujo consumo exagerado, trouxe seqüelas que em 2007 o obrigou a suspender definitivamente o seu consumo.

Infelizmente seu momento chegou: em março de 2010 ele sofreu uma queda que o obrigou a fazer uma cirurgia cujo pós-operatório trouxe uma série de complicações que o seu organismo debilitado não conseguiu reagir, culminando com seu falecimento em 30 de março de 2010 deixando parentes e amigos profundamente comovidos com seu passamento.

Os filhos deixaram mensagens que serão transcritas a seguir:

 


João Pessoa 01 de abril de 2010

 

Saudade! É a única palavra que pode descrever o sentimento de falta que ele faz.

 

O nosso pai partiu dessa vida. Mas o universo ganhou uma linda estrela cheia de luz e de calor.

 

Nesse momento de dor e perplexidade que me obriga a parar e refletir sobre o sentido da vida, mergulho na minha memória, na esperança de encontrar explicações que me levem a entender e aceitar sua ausência.

 

E no meio de um turbilhão de sentimentos surgem milhares de lembranças. Dentre elas uma sensação de gratidão por Deus ter me dado a dádiva de ter tido ele, Antonio Cavalcante de Paula, como pai; Painho. É assim que era conhecido entre filhos e netos.

 

Painho, uma pequena palavra, que expressa com profundidade o amor e a admiração de filhos e netos, por essa pessoa impar que marcou nossas vidas.

 

E seguindo no redemoinho de emoções e questionamentos sobre o sentido de vida e morte, revejo em flashes parte da minha vida em que convivi como com ele. Aí me dou conta de que na minha memória só vem coisas boas e imagens felizes. Assim era Painho. Uma pessoa alegre, festiva e de muita luz. Uma pessoa que doou toda sua vida à família, e nos proporcionou uma infância e adolescência muito felizes. Vivemos juntos muitos momentos mágicos.

 

E desses momentos lembro, como se fosse ontem, dos domingos, todos juntos a explorar as belezas da praia do Bessa quando esta ainda era povoada por uma grande floresta de cajueiros. Das viagens de férias na Kombi (todos os anos ele trocava por uma nova, para que pudéssemos viajar todos juntos com segurança). E lá íamos nós, embalados ao som de músicas dos Beatles, BeeGees e outros, pensando nas aventuras e alegrias que nos esperavam em Cajazerias, Fortaleza, Ubajara e outras paragens a serem exploradas. Que momentos deliciosos ele nos proporcionou com sua vitalidade, sua energia festiva e contagiante.

 

Aonde chegava, seu espírito alegre e agregador transformava momentos de simples convívio com tios, primos e irmãos em uma grande festa.

 

E assim levei ao lado dele uma vida de muita leveza e alegria.

 

Não era de nos ensinar com conselhos, ou lições de moral e sim com exemplos. E sua vida foi um exemplo. Um exemplo de um homem que na sua simplicidade franciscana também dedicou sua energia a ajudar os humildes e todos aqueles necessitados com quem convivia, nas suas idas à feira, nas barracas das praias e outros lugares simples que gostava de frequentar e conversar com trabalhadores, garçons, vendedores e outras pessoas humildes.

 

Era um homem de bem e do bem.

 

E com seu jeito irreverente e gozador, ele dizia verdades, defendia seus direitos e os daqueles que amava e protegia. Foi assim que ao longo dos anos ganhou legiões de amigos e admiradores.

 

Foi um desses amigos que lhe deu a justa chancela de Antônio Coração de Leão.

 

Coração... Nem precisa dizer... Leão... Foi exatamente seu espírito guerreiro que lhe fez lutar até os últimos momentos para vencer as limitações que suas condições de saúde vinham lhe impondo. Mas sempre com galhardia, com bom humor, um sorriso maroto no rosto e muita fé de poder melhorar. Lamentações... Nunca fizeram parte do seu vocabulário, mesmo com todas as dificuldades de exercer sua autonomia no seu dia-a-dia e todo o sofrimento pelo qual passou nos seus últimos dias.

 

Enfim, seu Antônio “Coração de Leão” Cavalcante de Paula se foi desse mundo, mas deixou suas pegadas de luz. E onde ele estiver agora, tenho certeza que há festa e alegria.

 

Eu te amo Painho e vou guardar sua imagem para sempre no meu coração.

 

Enfim, essas são um pouco de milhões de lembranças que fervilham na minha memória e que eu gostaria de deixar registrada nesse momento de dor. Quem sabe, possa ajudar a diminuí-la um pouco.

 

                                                                 Tânia Maria Cavalcante


BANCO DE BIOGRAFIAS

REPLAY GRUPO DE MÃES DE ALUNOS

  da  ESCOLA  GRIJALVA  COSTA,  no  centro  de  Ubajara.  Década  de  70 A  professora,  em  pé,  ao  fundo,  era  Zuleide,  que  foi  morar...