quinta-feira, agosto 22, 2013

AS MINAS DE ARATICUM, por SADOC DE ARAÚJO




As  minas  de  Araticum

“Ordem  Régia  de  Dom  João  V,  datada  de  27  de  março  de  1730,  proibia  o estabelecimento  de  minas  no  Brasil,  exceto  nas  Gerais.  Nem  por  isso  as  notícias  sobre  a  existência  de  metais  preciosos  no  subsolo  do  Ceará  deixaram  de  ativar  a  avidez  de  aventureiros  que  a  todo  custo  tentavam  conseguir  a  suspensão  da  determinação  real.  A  exploração  de  minérios  e  a  busca  de  tesouros  escondidos  foi  sempre  um  estimulante  para  o  desejo  de  enriquecer  e  lucrar  latente  n o  coração  do  homem.  Foi  com  este  propósito  que  a  17  de  junho  de  1738,  Antonio  Gonçalves  de  Araújo  adquiriu  a  sesmaria  concedida  a  8  de  janeiro  de  1730  a  Manuel  Francisco  dos  Santos  Soledade,  terreno  onde  se  suspeitava,  desde  muito  tempo,  existir  minas  de  prata,  exatamente  no  local  onde  hoje  se  encontra  a  povoação  de  Araticum,  município  de  Ubajara,  no  sopé  da  serra  da  Ibiapaba.  Antonio  Gonçalves,  homem  perseverante,  arbitrário,  ganancioso,  enviou  ao  Conselho  Ultramarino  requerimento,  com  longa  exposição  de  motivos,  solicitando  permissão  especial  para  explorar  as  minas  de  prata  existentes  em  terras  de  sua  propriedade,  tendo  em  vista  as  enormes  vantagens  para  a  fazenda  real.
Corria  o  boato  de  que  havia  “tanta  prata  na  ladeira  de  Ubajara  que  os  índios  a  derretiam  como  caieiras  deitando  lenha  em  cima”.  Diante  de  tais  informações,  o  Conselho  Ultramarino  não  tergiversou  em expedir  Provisão  Régia,  datada  de  20  de  abril  de  1939,  concedendo  ao  peticionante  autorização  para  explorar  a  mina.
Antonio  Gonçalves  deu  início  imediato  aos  trabalhos  utilizando  como  mão – de – obra  dezenas  de  índios  fortemente  motivados  pelo  salário  e  pela  curiosidade.”!
Ao  final,  Antonio  Gonçalves  de  Araújo  não  obteve  nenhum  lucro,  pois,  analisado  por  uma  comissão  composta  de  João  Cristóvão  Sporgel ( alemão ),  Jean  Fontenelle ( francês ),  João  de  Oliveira  Carnide  e  Estevão  Gomes  Madeira ( portugueses ),  o  material  recebeu  parecer  negativo. 

Sadoc  de  Araújo.  Pe.  F.  Estudos  Ibiapabanos,  ,  Imprensa  Universitária – UVA – Sobral Ce. 1979.  (  de  minha  propriedade ).

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