quarta-feira, outubro 21, 2015

ISAU CUNHA FREIRE sobre RAIMUNDO MAGALHÃES JÚNIOR


UM NOME QUE DIGNIFICA UBAJARA

Conheci o grande escritor conterrâneo em São Paulo, no ano de 1974, ocasião em que ele recebeu o Troféu Juca Pato, por ter sido eleito intelectual do ano.
O Troféu Juca Pato é uma láurea concedida pela União Brasileira de Escritores, entidade da qual tenho a honra de pertencer, ao escritor que tenha publicado no ano anterior, obra significativa para a cultura nacional.
Antes, já conhecia de nome o polêmico escritor, pois além de ter ele nascido em Ubajara, seu nome era manchete nos jornais que circulavam no Rio e em São Paulo.
Estou me referindo a Raimundo Magalhães Junior, nascido em Ubajara em 12 de fevereiro de 1907, e migrado para o Sul ainda adolescente.
Raimundo Magalhães Junior viveu muito pouco em sua cidade natal, tendo passado sua infância e adolescência em Fortaleza, onde fez os primeiros estudos, e o resto de sua vida no Rio de Janeiro.
Mesmo com tenra idade, já gostava muito de ler, tendo bem cedo tomado contato com as obras de Eça de Queirós, e mais tarde com a de Machado de Assis, de quem se tornou um grande admirador, estudioso e biógrafo.
Desde 1927, escrevia peças de teatro e contos, e escreveu bastante, mesmo nunca tendo abandonado o jornalismo, pois escrevia diariamente para vários jornais da época, muitas vezes usando o pseudônimo de ANTÔNIO LEÃO, PAULO AMARANTE e PAULO DE TASSO.
Em 1933, publicou sua primeira obra, um volume de contos, e três anos depois, novo livro de contos. Daí, como já se disse, sem nunca abandonar o jornalismo, tornou-se um grande escritor, escrevendo crônicas, teatro, biografias e histórias.
Raimundo Magalhães Junior, possui várias condecorações. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras em 1956. Eleito intelectual do ano de 1974, com a obra Olavo Bilac e sua Época, recebeu o troféu Juca Pato das mãos de Afonso Arinos de Melo Franco, intelectual do ano de 1973, e entregou no ano seguinte para Juscelino Kubitscheck de Oliveira, intelectual do ano de 1975, o qual conquistou a láurea com o livro Meu Caminho Para Brasília e Porque Construi Brasília.
É extensa a bibliografia de Raimundo Magalhães Junior, e enumerá-la “In Totum” seria por demais cansativo, merecendo menção, entretanto, o livro “Rui, O Homem e o Mito” publicado em 1965, livro este que provocou grande celeuma no meio intelectual do Rio e de São Paulo.
O ilustre Ubajarense, polígrafo, culto, teimoso e agitador de ideias, faleceu no Rio de Janeiro no ano de 1981, e, se vivo fosse, tenho certeza, teria feito parte do “Encontro com a Saudade”, realizado por Edmundo Macedo em nossa Cidade Natal.
São Lourenço da Serra, Janeiro de 2014
ISAU CUNHA FREIRE
                                                         Fonte:  site  União  Brasileira  de  Escritores. visita  em  21 out 2015

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