O título desta postagem refere - se à zona de fronteira entre os dois estados citados e que envolvem vários municípios da nossa Ibiapaba. E a história é longa, vem de muito longe, desde quando somente existia o aldeamento de Nossa senhora da Ibiapaba, localizado na região do atual município de Viçosa. Os governos da provincia queriam anexar a Ibiapaba e a situação perdura até hoje, na ausência de uma tomada de posição responsável das autoridades dos dois estados ( PI e CE ).
Desta forma, quem mora na zona de litígio, deve definir - se como do Litígio e não do Ceará e nem do Paiuí. E morrem os moradores da área sem ajuda de qualquer tipo, pois não tem a quem recorrer na hora da onça beber água.
Êita, Brasil!!!!
comentário do blogger.
Histórico
As disputas territoriais entre Ceará e Piauí remontam
ao século XVII, mais precisamente ao ano de 1656, quando a capitania
secundária do Ceará foi separada da capitania-geral do Maranhão e
Grão-Pará, que incluía a área hoje do Piauí, e anexada à capitania-geral
de Pernambuco. A explicação é do historiador e professor da
Universidade do Vale do Acaraú (UVA) e de cursinhos pré-universitários,
Airton de Farias, autor de vários livros sobre História do Ceará.
Enquanto o Ceará tinha importância política menor
dentro do projeto colonial português, o Maranhão passou a reivindicar a
posse do aldeamento indígena Nossa Senhora da Ibiapaba, conhecido como
Missão da Ibiapaba, onde hoje está o município de Viçosa do Ceará. “Era
um dos maiores aldeamentos da América, com grande presença de índios,
fundamental para a obtenção de mão-de-obra escrava. Os escravos negros
eram muito caros, e o Piauí não tinha como comprar. Vem daí, a disputa
pela região. Não é apenas por terras”, explica o historiador.
Em 1799, o Ceará tornou-se independente, mas as
disputas pela região da Ibiapaba continuaram. A separação do Piauí em
relação ao Maranhão, em 1811, não atenuou a disputa. “Várias vezes, se
pretendeu anexar a Ibiapaba, ora ao Ceará, ora ao Piauí”, narra.
O caso da Parnaíba
Um dos marcos da disputa entre Ceará e Piauí foi o
acordo proposto em 1880. Conforme Airton de Farias, os piauienses
precisavam de um pedaço de mar para exportar algodão. Como um gesto de
“boa vontade” com os vizinhos, o Ceará cedeu a localidade de Amarração,
que fazia parte do município de Granja. Em troca, recebeu do Piauí a
região de Príncipe Imperial. Hoje, essas áreas correspondem aos
municípios de Parnaíba e Crateús, respectivamente. Mas o acordo político
não foi bem costurado e acabou estendendo as indefinições acerca da
divisa entre os Estados, criando a área de litígio que persiste até
hoje.
Na opinião de Airton de Farias, do ponto de vista histórico, o
problema dificulta a existência dos habitantes dessas áreas e a criação
de um sentimento regional deles com a a terra onde vivem, visto que há
diferenças culturais entre o Ceará e o Piauí. “Você é ligado
culturalmente a qual Estado? Como o Estado vai fazer políticas públicas
para essas pessoas? ”, questiona.
Fonte: Diário do Nordeste
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