terça-feira, fevereiro 26, 2019

ESCLARECENDO sobre RIACHOS JACARÉ e DO COURO


OS  RIACHOS  JACARÉ  e  DO COURO

 “Riacho do Navio
Corre pro Pajeú
            O rio Pajeú vai despejar
   No São Francisco
      O rio São Francisco
                 Vai bater no "mei" do mar...”
                                                                                 Luiz  Gonzaga
          A  definição  de  Riacho
           Riacho,  conforme  o “Dicio”,  significa  pequeno  rio,  ribeiro,  regato.  O  riacho  demanda  pouca  água,  podendo  ser  um  filete  apenas;  é  estreito  e  pode  ser  ultrapassado  até  de  um  salto  só,  no  mais  das  vezes. O  riacho  cai  no  rio  e  o  rio  cai  no  mar.  Tai,  para  fixar  o ‘ Riacho  do  navio,  de  Gonzagão.
           Os  riachos  Jacaré  e  do  Couro,  os  quais  tem  parte  na  zona  urbana  de  Ubajara,  são  confundidos.  Uns  acham  que o  riacho  do  Couro  e  o  Jacaré  e  vice – versa  são  o  mesmo.  Na  verdade,  o  Jacaré  é  uma  extensão  do  riacho  do  sítio  do  Meio,  que    junta  águas  da  região  de  Santa  Luzia  e  que  atravessa  a  CE – 187,  no  trecho  de  ligação  da  zona  urbana  do  centro  com  o  bairro  Sebastião  Gomes  Parente.  O  nome  de  riacho  Jacaré  representa  este  trecho,  da  CE-187  até  logo  após  a  ponte  do  bairro  Nossa  Senhora  de  Lourdes.
          No  passado,  o  riacho  do  sítio  do  Meio  bem  poderia  ser  chamado  de  rio.  O  leito  era  meio  largo  e  a  água  corria  com  bom  volume.  Tinha   margens  altas  e  poços  fundos  onde  os  culumins  podiam  pular  da  ribanceira    e  nele   nadar  e  pescar.  Assim  também  era  no  riacho  Jacaré.  Acontece  que  ao  longo  do  tempo  o  leito  do  riacho  foi  sendo  entupido.  Os  agricultores,  com  os  seus  plantios,  principalmente  de  cana – de - açúcar,  provocaram  o  assoreamento  do  leito. Também  contribuíram  para  esta  condição,  as  construções,  às  vezes  desordenadas.  Na  passagem  da  CE-187, do “lado  de  cima  da  ponte  havia  um  poço,  a  água  fluía  limpa  e  onde  se  tomava  banho  normalmente.  As  pessoas  até  passavam  por  baixo  da  ponte   para  o  outro  lado  da  estrada. Atualmente  tudo  está  quase  igualado: Acabou – se  tudo.  Agora  só  lembranças  restam. 
          Por  outro  lado,  o  riacho  do  Couro  tem  origem  nas  terras  do  espólio  da  família   de  Miguel  Salvino,  em  Paus  Altos,  logo  após  as  terras  dos  Felipe.  Estas  mesmas  terras  dos  Felipe  tem  trecho  do  ali  conhecido  como  riacho  Sabiá; ou  seja:  o  riacho  passa  na  área  de  baixa  do  sítio.  E  continua  descendo  rumo  ao  sítio  Sabiá,  passando  pelas  terras  outrora  pertencentes  ao  sr.  José  Gilberto,  onde  provoca  até  pequenas  cachoeiras – as  cachoeiras  do  Sabiá,   e daí,  pelas  terras  do  espólio  de  Maria  Aguiar  Vasconcelos,  no  sítio  Paraíso.  Desse  trecho  em  diante,  o  riacho  Sabiá  passa  a  ser  o  riacho  do  Couro  e  então  ele  corre  “para  o  rio  Pajeú”,  ou  melhor, para  o  riacho  Jacaré  e  este  vai   desaguar  no  rio  Jaburu.
          E  as  perguntas  que  estão  por  vir:  porque  “Jacaré"? Porque  “do Couro”?  O  riacho  Jacaré  deve  ter  recebido  este  nome  talvez  em  consequência  de,  possivelmente,  ali  ter  habitado  um  jacaré.  No  lugar  houve,  há  largo  tempo,  a  lagoa  do  Jacaré,  citada  na  história  do  município.  Já  a  denominação   “do Couro”,  fica  para  ser  alvo  de  futura  pesquisa  oral,  já  que,  após  várias  buscas,  nada  foi  encontrado.


Localizando  no  mapa  de  Ubajara

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