quarta-feira, outubro 30, 2019

DUAS PENADAS: poesias(?) para brindar



QUANTA  BELEZA


Grandes  capuchos  de  algodão [ doce  ]
se  espalham  no  chão do  firmamento 
da  quase  final  de  tarde 
fantasticamente  linda:
A  beleza  habita  em  todo  o  Universo.

Mas  poucos  homens  se  dão  conta
De  quanta  e  rara  beleza,
Está  representada  nas  obras  do   Criador,
Dispersas  em  cada  fragmento
Dotado  ( ou  não  )  de  dinâmica.

Não  são  belas  somente  as  estrelas
Pelo  seu  brilho  constante
Até  que  sucumbam  na  escuridão  do  abismo.
Não  são  somente  belas   
as  orquídeas  por  serem   variegadas  e  dadas  como  importantes.
São  belas  as  pequeninas  flores
Nascidas  no  mais  fétido  pântano;
São  belas  as  folhas  da  bananeira,
As  montanhas  e  as  pedras
Do  caminho  silvestre
Pintado  de  pequenos  pontos  matizados,
às  margens  do  córrego  espalhadas,
Onde  as abelhas  mansas
Colhem  o  seu  alimento  todos  os  dias. 

Está a  beleza
nos  olhos  de  quem  a  vê,
Na  sua  singeleza,
Sem  compromisso 
e  sem  preconceitos.



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 DA  PUREZA  DA  ALMA
                                      para  MANÉ  LEITE, um  amigo



Era   negro  baixo  e  feio.
Tinha  nariz  grande  a  achatado 

E  boca  grande  e  disforme.
Usava  um  chapéu  velho  e  semi - roto.
Suas  roupas,  de  pessoa  simples  e  pobre,
Eram,   às  vezes,  rasgadas  mas  limpas.
Fumava  um  cigarro    duro
E  bebia  uma  cachaça.

Morava  numa  casinha  de  palha
  para  as  bandas  do  St  Buriti.
Soube  que  um  dia  foi  cativo,
Servil  de  uma  latifundiária
Que,  pelo  que  soube, 
o  explorou  durante  anos,
Libertando - o  quando  aconteceu
  a  abolição  da  escravatura.

Derrubava  palhas  de  palmeira,
A  pedido,  para  cobrir  casas.
Um  dia,  caiu  de  uma. Morreu.
Hoje  mora  na  última  morada.
Seu  nome  era  Mané  Leite.
Na  verdade,  em  se  tratando  de  pessoa  boa,
Seu  Mane  Leite,
Que  tinha  um  irmão  chamado  Chico,
Era  um  primor  de  pessoa.
 Tratava  os  circunstantes
Com  a  maior  brancura
De  sua  existência  pura.

Sua  alma  era,
Espero,   ( tenho  certeza ) tão  branca,
Quanto  o  mais  branco 
capucho  de  algodão.
Nasceu  simples, 
E  assim  andou 
durante  toda  a  Caminhada
Da  mesma  forma  o  faz  agora
Pelas  estradas  da  eternidade  afora.


ambos  da  minha  pena.

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