quinta-feira, julho 14, 2022

da HISTÓRIA REAL

 UMA PEQUENA  HISTÓRIA  REAL

 

BARQUEIRO  ABANDONOU  O  BARCO!!

“ SE  QUER  AJUDAR,  AJUDE! MAS  NÃO  ATRAPALHE”.

             Num  sábado  recente, dia  bonito,  juntamos  um  grupo   de  amigos  e,  cedinho,  fomos  até  a  localidade  de  Aprazível,  no  sertão  de  Sobral.  Fomos  pescar,  mais  precisamente.  Lá  chegando,  cada  um  com  as  suas  responsabilidades,  tomou  o  seu  caminho.  Alguns  ficaram  na  cozinha  para  aprontar  o  arroz  com  toucinho  e  carne  de  porco.  O  meu  objetivo  era  mesmo  botar  a  minhoca  na  água!  Arrumada  a  tralha  da  pesca,  o  pessoal  começou  a  se  dispersar. 

             O  pequeno  açude  é  particular.  Pertence  à  família  do  advogado  falecido  dr.  Evilásio.  No  local   há  um  pescador  chamado  Grilo.  Ele  mantém  um   barco  que  utiliza  para  se  locomover  quando  sai  para  a  pesca  para  o  consumo  próprio.  Em  determinado  momento,  o  pescador  seu Chagas  Basílio,  com  o  amigo  Raimundo  Hilário,  se  preparavam  para  se  acomodarem  no  barco  visando  atravessar  para  ponto  mais  distante  para  pescar.   Raimundim  então  se  aproximou  e  disse  que  também  iria  no  barco.  Claro  que  eu  também  me  manifestei  interessado  em  usar  o   barco   para  ir  até  o  outro  lado  do  açude,  em  busca  de  pontos  que  prometiam  maiores  possibilidades  de  encontrar  os  peixes.

               Seu  Chagas  Basílio  e  Raimundo  Hilário  nos  esperaram.  Lá  fomos  nós  quatro  no  pequeno  barco.  A  principio,  quem  dirigia  os  trabalhos  era  o  Raimundo  Hilário,  manejando  os  dois  remos.  E  a  viagem  estava  indo,  com  certa  dificuldade.  Mas  estava  indo!  Lá  pelas  tantas,  Raimundim  pede  para  ajudar.  E  aí  começa  a  confusão.  Em  certo  momento,  em  consequencia  das  remadas  não  combinadas,  o  barco  gira  em sentido  contrário  ao  rumo  traçado.  Um  rema  mais  forte  que  o   outro  e  o  barco  não  segue  no  rumo  esperado.  E  eu  tento  acertar  as  remadas,  juntamente  com  seu  Chagas  Basílio,  falando  “é assim,  assim,  devagar”.  Mas  a  dupla  que  está  nos  remos  não  se  entende.  Raimundim  fala  que  é  de  uma  forma  e  de  outra  intensidade  a  remada.  Raimundo  Hilário  não  acata  a  ordem.  Tentamos  seguir  e  não  vemos  sucesso.  Um  fala  daqui,  outro  dali,  gerando  um  momento  confuso,  sem  acordo  e  o  barco  gira  em  torno  dele  mesmo.  Ai  acontece  uma  situação  inesperada.  Raimundo  Hilário,  o  barqueiro  principal,   chateado  com  a  falação  e  com  o  desencontro  das  remadas  do  remador  adjunto,  simplesmente,  abandona  o  remo  e  o  barco,  saltando  dentro  dágua  e  deixando  o  grupo  sem  rumo.  Ficamos  preocupados,  mas  a  profundidade  não  era  grande  onde  ele  saltou.  Raimundo  Hilário, então,  ali  mesmo,  com  água  no  peito, começou  a  pescar.

                Com   dificuldade,  retomamos  a  viagem  e  depois  de  muito  trabalho,  chegamos  a  um  ponto  que  nos  deixava  mais  ou  menos  perto  de  onde  queríamos  ir.  Resultado  final:  o  barco  não  foi  utilizado  para  a  volta  e  ficou  largado  na  margem  do  açude  para  o  pescador  Grilo  ir  buscar  depois...

MeCosta                                                                                                                                Mecostarte.blogspot.

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