terça-feira, abril 11, 2017

O CRIME CRUEL DE SÃO JULIÃO





O PODER  DO  VIL  METAL
“Neste ponto, no meio da mata, Emídio Reis foi espancado e ainda levou dois tiros. Certos da morte do político, o trio de suspeitos decidiu enterra-lo em uma cova rasa, certos de que o corpo nunca seria encontrado”.
“A ocultação do corpo só não foi bem-sucedida, porque os suspeitos não se certificaram se a vítima já estava morta. Após deixarem o local, a vítima que fora enterrada ainda tentou sair da cova e conseguiu, ainda, colocar um dos seus braços para fora, mas acabou morrendo”.
DESDOBRAMENTOS  DE  UM  CRIME  CRUEL  PELO  PODER
CASSAÇÃO  E  PRISÃO
Publicado em: 20/07/2015 13:11:00   -   Atualizado: 20/07/2015 13:12:23
TER cassa mandato do prefeito e do vice-prefeito de São Julião após denúncia de ex-vereador que foi executado
Principal acusado do crime contra Emídio Reis é o vice-prefeito Francimar que já está preso.
O Tribunal Regional Eleitoral do Piauí (TER-PI) julgou neste mês de julho o processo impetrado pelo ex-vereador Emídio Reis que pedia a cassação do prefeito de São Julião (PI), José Francisco de Souza (PT), o ‘Zé Neci’, e do seu vice-prefeito José Francimar Pereira (PP), pela acusação de compra de votos.
A ação de investigação judicial eleitoral por captação ilícita de sufrágio (compra de voto) e  abuso de poder econômico, foi impetrado pelo ex-vereador e candidato a prefeito do município, Emídio Reis, acusando os gestores eleitos nas eleições municipais de 2012 para o cargo de prefeito e vice-prefeito de São Julião.
Como o vereador foi assassinado em 2013, o Ministério Público decidiu continuar com o caso como denunciante pedindo a declaração de inelegibilidade, cassação do diploma e multa para os acusados dos crimes eleitorais cometidos.
O julgamento do Tribunal só aconteceu neste mês de julho de 2015, onde os juízes do plenário decidiram a favor das acusações iniciadas por Emídio Reis, sendo 3 favoráveis à cassação e dois contrários, instaurando um placar vitorioso para ação de 3 x 2. Foram favoráveis ao pedido de cassação do prefeito de São Julião Zé Neci e seu vice Francimar Pereira, os juízes do TER, Francisco Hélio, José Vidal e Maria Célia. O relator do processo foi o magistrado José Carneiro.
Com a decisão, os mandatos dos respectivos políticos prefeito e vice-prefeito de São Julião serão cassados, devendo assumir o cargo o vereador e presidente da Câmara de São Julião, Francilândio da Silva (PP), mais conhecido como ‘Cilândio’. 
Crime
Segundo a polícia, a denúncia feita por Emídio Reis teria sido um dos principais motivos de sua execução. Em janeiro de 2013, o político foi assassinado com requintes de crueldade quando estava a caminho de São Julião. Ele foi espancado, teve as costelas quebradas e levou dois tiros.
Na cidade de São Julião, era comum acordo políticos entre prefeito e vice-prefeitos, sendo que pelo acordo verbal cada um governaria o município por dois anos. Assim, não haveriam adversários políticos nas eleições majoritárias.
Entretanto, nas eleições de 2012, Emídio Reis decidiu quebrar o ‘acordo’ e se candidato a prefeito do município de São Julião, mas foi derrotado por Zé Neci e Francimar Pereira, por pouco mais de 300 votos.
Após a derrota, Emídio juntou documentos que supostamente comprovavam a compra de votos feita pelos seus adversários políticos e antigos aliados. Dentro os documentos, um termo de compromisso onde o vice-prefeito se comprometia a dar qualquer uma das secretarias municipais à um dos seus cabos eleitorais. De posse desse e de outros documentos, Emídio impetrou junto ao TER a denúncia contra os gestores de São Julião.
Para polícia, esse foi o motivo para o vice-prefeito da cidade, Francimar Pereira, encomendar a morte de Emídio Reis. Ainda segundo a investigação, além de Francimar outras quatro pessoas participaram do crime.
O vice-prefeito seria o mandante, o indivíduo identificado como ‘Joaquim’ seria o interlocutor e responsável por contratar três pistoleiros que realizam o crime: Valter Ricardo, Antônio Virgilio e Gildásio.
A investigação policial aponta que antes do crime, o pistoleiro Antônio Virgilio, conhecido de Emídio Reis, teria ido até um restaurante onde o político almoçava em Picos (PI) e apresentando a vítima aos outros dois pistoleiros, Valter Ricardo e Gildásio. “Esse é o famoso vereado Emídio Reis de São Julião”, teria dito ele para os comparsas.
No dia do crime, Emídio Reis se dirigia em sua pick-up de Picos para São Julião, quando no ‘meio do caminho’ teria visto o conhecido ‘Antônio Virgílio’ lhe pedindo carona. O político então parou na estrada e deu carona para ele. Alguns minutos depois, Antônio teria dito para Emídio parar na beira da estrada, foi quando um outro veículo parou atrás e Antônio Virgilio anunciou para o ex-vereador, que ele estava armado.
Em seguida, os três suspeitos saíram da rodovia e seguiram por uma estrada vicinal e já num local bem afastado decidiram executar Emídio. O local da morte ficava num matagal e a cidade mais próxima estava distante cerca de 60 km.  
Neste ponto, no meio da mata, Emídio Reis foi espancado e ainda levou dois tiros. Certos da morte do político, o trio de suspeito decidiu enterra-lo em uma cova rasa, certos de que o corpo nunca seria encontrado.
A ocultação do corpo só não foi bem-sucedida, porque os suspeitos não se certificaram se a vítima já estava morta. Após deixarem o local, a vítima que fora enterrada ainda tentou sair da cova e conseguiu, ainda, colocar um dos seus braços para fora, mas acabou morrendo.
A parte do corpo exposta e já em estado de decomposição chamou a atenção de urubus que se amontoaram no local. A aglomeração dos animais chamou a atenção de um vaqueiro que passava pelo local, que ao ir olhar para ver do que se tratava acabou encontrado o corpo. O corpo foi removido e enviado para o Instituto de Medicina Legal (IML) de Teresina, onde foi constatada que morte da vítima foi por asfixia mecânica, já que a vítima tinha areia em sua traquéia, o que confirma que o político foi enterrado vivo.
Desde então a Polícia Civil do Piauí deixou de investigar o caso como um desaparecimento e passou a investigar a morte do político. Para chegar até os suspeitos, a polícia começou investigando e realizando a quebra do sigilo telefônico da torre de telefonia que a vítima usou antes de ser morta. Depois disso, fez uma triagem de quais números eram de pessoas conhecidas ou do convívio do ex-vereador, foi a partir daí que chegou ao nome dos suspeitos José Francimar Pereira (vice-prefeito), Joaquim, Valter Ricardo, Antônio Virgílio e Gildásio.
O Joaquim disse em depoimento que havia recebido dois cheques do vice-prefeito como pagamento do crime para os pistoleiros, mas um dos pistoleiros não quis receber em cheque. Por conta disso, um dia após o crime, Joaquim teria ido até um banco e sacado o dinheiro em espécie para entregar ao pistoleiro. Os dois cheques apreendidos pela polícia, cada um de R$ 5 mil, estavam no nome do cunhado do vice-prefeito José Francimar Pereira.  Com as provas, os cincos suspeitos do crime, inclusive o vice-prefeito Francimar Pereira, estão presos desde março de 2013, a espera de julgamento. O preso Válter Ricardo teria sido o único a colaborar com a investigação policial e participado da reconstituição do caso.
Fonte  site CLUBSAT  do  Piaui, de  Teresina. Visita 11 abr 2017

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