Umas letras
MENOSVALIA
Messias Costa
Quando eu me for
bem entendido:
quando chegar
a hora,
o dia,
a noite
(sem poder preferir ),
Não precisa preocupação de nenhuma ordem:
Joguem - me na beira do rio,
Ou na curva dele,
Que me levará em seu leito líquido
Para lugar nenhum
Ou me atirem
o corpo sem valor
À voracidade negra
dos urubus que,
Ávidos,
deixarão,
branco,
o esqueleto;
Se quiserem,
Ao sol inclemente
de toda a tarde quente,
deixem – me secar,
lentamente.
Não importa a pressa
e nem para onde
se vai nessa hora.
A carcaça, sem sopro,
De nada mais serve: inerme,
É simples entulho
que apodrecerá
E enorme repulsa
aos circunstantes causará.
Nada mais importa.
Mas, amigos,
Para onde me forem levar,
Me levem no braço,
no abraço da amizade,
Ao tempo da estrada
Caminhada. Um Blog de Arte Cultura
terça-feira, abril 03, 2012
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