O LABORATÓRIO PARA
REFINO DO SALITRE
DAS MINAS DE
PINDOBA, em 1805
“As
ocorrências de salitre foram objetos da dedicação de Feijó, em diversas regiões
da Capitania do Ceará, tendo sido construídos pelo menos dois laboratórios para
extração do produto, que funcionaram regularmente entre 1800 e 1805 (16). Feijó
empreende suas primeiras investigações sobre o salitre na região de Tatajuba,
pois, segundo ele, tratava-se de uma mina muito fecunda. Ali constrói um
laboratório em finais de 1799 que chegou a funcionar regularmente, recebendo
provisões do Estado. Em julho de 1804, na administração do governador João
Carlos Augusto Oyenhausen, o laboratório é transferido para a localidade de
Pindoba, na Serra da Ibiapaba. As razões dessa mudança são dadas pelo próprio
Feijó em longos ofícios enviados ao citado governador (17). Segundo o
naturalista, a produção em Tatajuba estava "empobrecida e
deteriorada". Ao examinar as nitreiras em Pindoba e arredores, Feijó chega
à conclusão que a transferência seria um bom negócio. De suas diligências na
região de Pindoba "que me certificaram ser abundantes de minas e
salitre", o naturalista sugere que seu aproveitamento seria de grande
vantagem para Sua Alteza Real. Para convencer as autoridades, faz um paralelo
entre as nitreiras de Tatajuba e as de Pindoba apontando, entre outras coisas,
a maior riqueza das últimas, sua proximidade com "olho d'água" - daí
a possibilidade de, no mesmo lugar, se extrair e purificar o produto para ser
"logo conduzido ao porto do embarque para Lisboa" - , e a menor
distância entre Pindoba e o porto mais próximo. Sugere ainda que se
aproveitasse o mais rápido possível os produtos de Pindoba, erguendo ali
oficinas de extração e refinação, abrindo as estradas necessárias, trazendo as
caldeiras de Tatajuba, no intuito de poupar gastos. O laboratório de Tatajuba
foi extinto em 1803 pela decadência em que se achavam as minas de salitre da
região, conforme dito pelo próprio Feijó. O de Pindoba em 1805 porque
prometendo o naturalista fazer no primeiro ano uma porção de salitre como se verifica do ofício nº 3, exigindo para este estabelecimento a quantia de 200$000 ao muito, o resultado, findo o tempo, tendo-se despendido a quantia de 740$000 réis, foi somente uma amostra de salitre, em conseqüência do que foi mandado suspender o mencionado laboratório pelo sobredito Exmo. Governador, como declara o naturalista na Representação que vai por cópia sob nº 118.
prometendo o naturalista fazer no primeiro ano uma porção de salitre como se verifica do ofício nº 3, exigindo para este estabelecimento a quantia de 200$000 ao muito, o resultado, findo o tempo, tendo-se despendido a quantia de 740$000 réis, foi somente uma amostra de salitre, em conseqüência do que foi mandado suspender o mencionado laboratório pelo sobredito Exmo. Governador, como declara o naturalista na Representação que vai por cópia sob nº 118.
Trecho do
livro
UMA LEITURA CONTEXTUALIZADA DA
MEMÓRIA SOBRE A CAPITANIA DO CEARÁ (1814)"
DO NATURALISTA JOÃO DA SILVA FEIJÓ (1760-1824)
DO NATURALISTA JOÃO DA SILVA FEIJÓ (1760-1824)
Nenhum comentário:
Postar um comentário