terça-feira, junho 12, 2012

IGUAIS


IGUALDADE  NO  PÓ
                                                                                                    Messias  Costa

Em  nada  importará
Se  na  vida  mundana
Um  dia  fui  rei,
Deputado,  senador,
Padre,  marechal  ou  doutor.

Saibam  os  que  estas  virem
Que  apenas  importa  a  dor
A  que  sofremos
Ou  a que  ajudamos  a  suavizar,
Por  meio  da  nossa  mão  amiga,
Ramo  do  coração  compassivo  e  misericordioso.

Na  hora  da  incógnita  maior,
O  momento  de  ocupar
a  última  morada,
Aquela  para  a  qual  nenhum  homem  quer   se  mudar,
Todos  se  igualam,
Passivamente,  sem  luta  e  sem  trégua.
Não  haverá  apresentação  de  patente:
Nenhum  é  nem  tenente.
Todos  somos  soldados  rasos  somente.

Assim  sendo,  quando  eu  me for,
Desta  para  melhor,
Em  cova  rasa
Enterrado  quero  ser.
Nada  de  túmulo  suntuoso,
Bonito  e  grande
Qual  pirâmide.

Quero  apenas
Os  sete  palmos  de  terra  crua
Que  reza  a  sabedoria  popular.
Pois  de  quê  me  servirá
Uma  bela  morada,
Ou  linho  branco  para  vestir  a  carcaça
Se  esta  vai  apodrecer
E  se  misturar  toda
Ao  pó  das  estradas  ou
À  terra  seca  e  quente
Da  tarde  azulada?

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